quarta-feira, 28 de agosto de 2013

MÉDICOS CUBANOS A farsa da Saúde Pública em Cuba - REINALDO AZEVEDO



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Reinaldo Azevedo

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27/08/2013
às 20:40
Cuba, a farsa – A baixa mortalidade infantil no país que pratica a eugenia se deve a um número escandaloso de abortos. As mentiras sobre o passado e o presente de Cuba e dois vídeos sobre o que só os cubanos veem

Em Cuba, quase nada é de verdade. Em Cuba, verdadeiro mesmo, só o socialismo. A página sobre o país na Wikipedia parece ter sido redigida pelo Granma, aquele jornal oficial do Partido Comunista que a população usa para a higiene, digamos, íntima porque, vocês devem saber, quase não há papel higiênico na ilha. Lamento pelo desconforto que deve implicar, mas pergunto: que destinação melhor poderia ser dada ao que escrevem os comunistas? A maior de todas as farsas da ilha é antiga. Foi inventada pela canalha de Fidel Castro e adotada por intelectuais ocidentais. Diz respeito ao espetacular avanço social que teria havido no país depois da revolução de 1959.

Esse salto é tão mentiroso quanto as ditas múltiplas tentativas de matar Fidel Castro — o super-herói, no entanto, sempre teria escapado. Se verdade fosse, seria o caso de ele se sentir rejeitado até pelo capeta. Mas também isso era só mistificação. Cuba estava longe de ser um desastre social antes da revolução comunista. Em 1952, o país tinha o terceiro melhor PIB per capita entre os países latino-americanos. Vinte anos depois da revolução, só ganhava de Nicarágua, El Salvador e Bolívia. Os dados estão no livro “La lune et le caudillo: Le rêve des intellectuels et le régime cubain”, de Jeannine Verdes-Leroux (para comprar na Amazon, clique aqui). Quando Fidel chegou ao poder, anunciou que a taxa de analfabetismo no país era de 50%. Mentira! Era de 22% — a do mundo, alcançava 44%. Esses dados estão compilados em “O Livro Negro do Comunismo – Crime, Terror e Repressão” (vários autores, Editora Bertrand Brasil). No Brasil (ver tabela ), era de 39,7% — dados do Ministério da Educação.

Outro dos mitos de Cuba é a baixa mortalidade infantil, que estaria hoje em torno de 4,5 por mil, só perdendo para o Canadá nas Américas. Há uma grande possibilidade de que esses números sejam manipulados (já chego lá). Em todo caso, é preciso que se considere um dado estarrecedor. Em Cuba, o aborto é legal desde 1965. O país é um açougue. Deve estar entre os campeões mundiais na modalidade, que passou a ser empregada como método contraceptivo. Ninguém precisa acreditar em números dos “adversários” de Cuba, não! Segundo dados oficiais, em 2006, por exemplo, 67.903 mulheres na faixa dos 12 aos 49 anos se submeteram a pelo menos um aborto — ou seja, de cada 100 mulheres grávidas, 37 abortaram. Nascem por ano uns 3 milhões de crianças. no Brasil. Se os números fossem os mesmos de Cuba, isso corresponderia a 63% das que não abortaram (100 menos 37). Assim, o total de grávidas seria 4.716.904 grávidas para 3 milhões de nascimentos — ou seja: 1,716.8904 abortos. EIS O MILAGRE CUBANO; MATE ANTES QUE NASÇA. Esses números acabam com a farsa monstruosa de que a legalização do aborto provoca uma redução no número de ocorrências. ISSO É MATEMÁTICA, NÃO É RELIGIÃO.

E ainda pode ser mais horripilantes. Cuba realiza, sem qualquer pudor, o aborto eugênico — a eliminação de fetos com deficiência, qualquer que seja ela. O país também foi um dos pioneiros na propagação do aborto químico, realizado com remédios. Mate os fetos e diminua a mortalidade infantil. É o modo comunista de fazer as coisas.

Em 2009, a CNN exibiu uma reportagem sobre as maravilhas do sistema cubano de saúde, entremeando com cenas do filme “Sicko”, do delinquente Michael Moore, que ataca duramente o sistema de saúde dos EUA. A reportagem mereceu uma resposta de Humberto Fontova, cubano de nascimento, que mora nos EUA e luta contra a ditadura comunista. O texto foi traduzido e publicado no Brasil pelo Instituto Ludwig von Mises Brasil. Fontova lembra, por exemplo, que, em 1958, um ano antes da revolução, Cuba já ocupava a 13a posição no ranking dos países com a menor mortalidade infantil. Escreve ele: “Isso colocava o país não apenas no topo da América Latina, mas também acima de grande parte da Europa Ocidental, à frente da França, Bélgica, Alemanha Ocidental, Israel, Japão, Áustria, Itália, Espanha e Portugal. Hoje, todos esses países deixam a Cuba comunista comendo poeira, com taxas de mortalidade infantil muito menores”.

Pois é… Cuba realiza mesmo alguns prodígios. Enquanto a taxa de mortalidade infantil está abaixo de 5 por mil nascimentos (no Brasil, é de 16), abaixo da dos EUA (5,3), quando se trata de verificar a mortalidade das crianças de 1 a 4 anos, aí se verifica o quê? Nos EUA, é de 8,8 por mil; em Cuba, de 11,8 (no Brasil, 18,76 em 2010). Assim, o mais provável é que Cuba falsifique os dados. Mais um trecho do texto de Fontova: “Em abril de 2001, o Dr. Juan Felipe García, de Jacksonville, Flórida, entrevistou vários médicos que haviam desertado recentemente de Cuba. Baseado no que ouviu, ele declarou o seguinte: ‘Os números oficiais da mortalidade infantil de Cuba são uma farsa. Os pediatras cubanos constantemente falsificam os números a pedido do regime. Se um bebê morre durante seu primeiro ano de vida, os médicos declaram que ele era mais velho. Caso contrário, tal lapso pode custar-lhe severas punições, além do seu emprego’”. Faz sentido. O que entra para as estatísticas mundiais são os índices de mortalidade infantil.

Há mais. Em números de 2009, a mortalidade materna em Cuba (mulheres que morrem durante ou logo depois do parto) era de 33 por 100 mil; nos EUA, de 8,4 (ATENÇÃO! NO TEXTO TRADUZIDO, CUJO LINK VAI ACIMA, HÁ UM ERRO IMPORTANTE: FALA-SE LÁ QUE ESSES NÚMEROS SE REFEREM A GRUPOS DE MIL). Entenderam os paradoxos? Cuba, então, teria uma mortalidade infantil mais baixa do que a dos EUA, mas muito maior quando se comparam as crianças até 4 anos. A mortalidade materna, por sua vez, seria quase o quádruplo. De toda sorte, pode ser pior no Brasil, claro! A mortalidade materna, aqui, foi de 65 por 100 mil em 2010. Notem bem: não escrevo este post para provar que a saúde brasileira é melhor do que a cubana, mas para demonstrar que os números cubanos são uma farsa.

Adiante.

O site The REal Cuba publicou vídeos feitos por cubanos sobre as reais condições das instituições de saúde na ilha — não a mistificação mostrada pela CNN. O material foi enviado à emissora, informa Fontova, e estavam prontos para ir ao ar. Mas o governo cubano ficou sabendo e iniciou uma enorme pressão para impedir. E foi bem-sucedido. O bom de haver uma real pluralidade na imprensa americana é que Fox News se interessou pelo material. As cenas são horripilantes, conforme se pode ver abaixo.

Encerro
“Tudo mentira! Tudo manipulação”! Claro, claro! A coerência dos dados propagandeados fala por si. E as mentiras contadas sobre a Cuba pré-Fidel também.

Os falsos números servem para embalar o discurso ideológico do jornalismo militante, o discurso vigarista do subjornalismo a soldo e, como sempre, a ilusão dos ignorantes.
Por Reinaldo Azevedo

Tags: Cuba, saúde

 http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/cuba-a-farsa-a-baixa-mortalidade-infantil-no-pais-que-pratica-a-eugenia-se-deve-a-um-numero-escandaloso-de-abortos-as-mentiras-sobre-o-passado-e-o-presente-de-cuba-e-dois-videos-sobre-o-que-so-os/

A realidade dos médicos no Brasil

 http://institutoliberal.org.br/blog/?p=5922


JOÃO PAULO GONZAGA DE FARIA *
No dia 06 de maio deste ano, o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, anunciou a intenção de “importar” (termo utilizado) 6 mil “médicos cubanos” para trabalhar em “áreas carentes” do Brasil, sem exigência do “Revalida”.  O argumento utilizado foi que existe carência de médicos no país, e gerou-se o embrião de mais uma crise dentre as várias outras que atingem o governo federal atual.
“Médicos cubanos”, “Revalida”, “áreas carentes”, termos que vêm sendo usados exaustivamente na mídia, que tentarei explicar o contexto o qual eles pertencem.
Os parágrafos seguintes dispõe de alguns números que podem parecer um monte de dados, mas estão dispostos de forma sucinta para que cada um possa tirar suas próprias conclusões.
Primeiramente, o Brasil dispunha, em outubro de 2012, de 388.015 médicos, sendo que em um ano (entre outubro de 2011 e outubro de 2012) formaram-se 16.277 novos médicos, conferindo um aumento anual de 4.36%.
De 1970 até 2012, a população brasileira aumentou 101.84%, enquanto o número de médicos aumentou 557.72%cinco vezes mais.
O número de faculdades de medicina no Brasil cresceu 82% nas duas últimas décadas, chegando a167 no ano de 2007, levando o país para a segunda posição mundial em número de cursos de graduação na área, perdendo apenas para a Índia, que possui 222 cursos para uma população de mais de 1 bilhão de pessoas. A China e os EUA possuem, respectivamente,  150 e 125 faculdades de medicina.
O Brasil dispõe de 2,0 médicos por 1.000 habitantes, segundo o último senso de demografia médica do Conselho Federal de Medicina, sendo 1,01 na região Norte, 1,2 no Nordeste, 2,67 no Sudeste, 2,09 no Sul e 2,05 na região Centro Oeste. No Distrito Federal, berço do governo, a taxa é de 4,09médicos por 1.000 habitantes, a mais alta do país.
Mantendo o ritmo atual de formação de profissionais, o Brasil atingirá 500 mil profissionais daqui a sete anos (em 2020) com uma taxa de 2,41 médicos por 1.000 habitantes, semelhante à atual taxa americana.
Porém, a OMS recomenda 1.0 médico por 1.000 habitantes. Olhando apenas pelos números, estamos duas vezes acima do recomendado, e prontos para alcançar (e ultrapassar) os americanos em 07 anos.
Ainda assim, não há médicos em muitas regiões do Brasil, especialmente as carentes, e por carentes não pensem em uma aldeia no Acre, pois em regiões metropolitanas de grandes metrópoles também não se encontram profissionais. E reforçando, o Brasil forma 16.277 novos médicos por anoatualmente. Então, por quê há carência de médicos?
Salário? Muitos já ouviram falar de salários de R$ 30 mil oferecidos para médicos no interior do Pará, ou R$ 15 mil de uma cidade no interior de algum estado do sudeste.
Pois bem, tais salários oferecidos não dispõe de direitos trabalhistas, leiam-se férias, 13º salário e quaisquer outro direito que qualquer trabalhador brasileiro tem. Não existem garantias ou contratos. A maioria é verbal e o médico é o único responsável pelas vidas daquela região. Você toparia perder uma mãe e um filho em um parto,  por R$30 mil?
Se topasse, você também não receberia R$ 30 mil. As prefeituras que oferecem salários extremamentes altos geralmente honram apenas o primeiro mês, as vezes o segundo, e atrasam e/ou simplesmente não pagam os meses seguintes. Em uma média aritmética de um atraso de quatro meses, o salário real cai para 25%. Como não existem contratos, garantias, direitos trabalhistas, fica tudo por isso mesmo.
Não menos importante, falta infra-estrutura. Não estamos falando de ressonância magnética ou medicina nuclear, e sim de um ultra som para fazer pré natal, exame de sangue e raio x para diagnosticar pneumonia, remédios básicos para trata-la e, o mais importante, outros profissionais da área de saúde.
Médico não trabalha sozinho, os vetos do ato médico estão aí pra provar. Não fazemos partos ou cirurgias sem enfermeiras, não sabemos fazer fisioterapia, não sabemos estimular crianças com dificuldades ou necessidades especiais, dietas para tratar diabéticos ou obesos. E obviamente, a única coisa que sabemos sobre higiene bucal é escovar os dentes.
A imagem do médico sozinho carregando a própria maleta na porta de uma casa é uma realidade de uma época que a medicina não conhecia nem sabia tratar nada do que ela tenta cuidar hoje.
O governo conhece toda essa realidade, e os médicos também.
Por isso os médicos estão propondo, há dez anos, uma solução para, pelo menos, as garantias trabalhistas, apresentando ao governo federal um plano de concurso público com carreira de estado para os médicos,  nos moldes dos que ocorrem com juízes, que teriam estabilidade e garantia de carreira para se fixarem no interior com suas famílias.
Porém, após dez anos, a solução subitamente emergencial apresentada pelo governo, segundo os fatos, foi a importação imediata de médicos estrangeiros, cubanos ou não, para suprir a carência destes profissionais. Nenhuma vírgula foi dita sobre maiores ou melhores investimentos no SUS e em sua infraestrutura ou sobre os outros profissionais da área de saúde.
Mas, para um médico estrangeiro trabalhar no Brasil, este precisa antes fazer um examechamado Revalida, que é uma prova de conhecimentos médicos para avaliar se o conteúdo adquirido em outro lugar do mundo é suficiente à realidade brasileira. Apesar do corpo humano ser o mesmo, o ambiente difere, e muito, de um país para o outro. E é dele que contraímos as doenças. Febre amarela, por exemplo, é muito conhecida pelos médicos na região norte do Brasil. Agora pergunte para um argentino, americano, europeu, ou mesmo um gaúcho. Não é uma doença comum nessas regiões, assim como nelas existem as mais comuns. E há o idioma. Existe uma diferença entre saber o que é uma dor epigástrica e um bucho doído. O índice de reprovação nas últimas provas do Revalida atingiram 92%.
Para driblar o possível imbroglio que uma reprovação em massa poderia causar, o governo criou outra solução, e literalmente driblou o Revalida. Os médicos que estão aportando no país nãoprecisarão fazer a prova e terão um registro profissional provisórioque não existe e não está previsto de existir nos Conselhos Regionais de Medicina. Não é como uma Carteira Nacional de Habilitação Provisória, onde há um limite de erros para você não perdê-la.
Quanto à remuneração, ofereceram bolsas de R$10 mil reais, chegando a R$30 mil reais em regiões inóspitas.
Perceberam o termo “bolsa”? Por que não “salário”? Simplesmente porque os médicos não terão direitos trabalhistas, e se permanecerem menos de três anos, terão de devolver o dinheiro. Qual o nome de trabalho sem direitos e de graça, caso alguém desista?
Sabe-se que o governo federal irá pagar R$511 milhões para Cuba, pelos médicos cubanos, porém o governo brasileiro não sabe quanto será repassado ao médico cubano. O salário de um médico cubano, em Cuba, é de aproximadamente R$60,00 (sessenta reais).
Os cubanos são os únicos que irão para o interior, carente de infra- estrutura, simplesmente porquê eles não dispõem de opção de escolha, também conhecida como liberdade.
E, finalmente, 4.000 cubanos? Isso aumentaria  a taxa atual de médicos no Brasil de 2,0 para apenas 2,02 por 1.000 habitantes, sem alterar mais nenhum aspecto o sistema público de saúde.
Com uma conta matemática simples e não eleitoral, ao final de 2014, sem os médicos cubanos, a taxa de médicos no Brasil já seria de 2,08 por 1.000 habitantes (com os 16.277 novos formandos anuais) e os R$511 milhões poderiam ser investidos, com folga, em hospitais, outros profissionais e, tão importante quanto e tão aclamado nas manifestações, educação para, quem sabe, os futuros governos saibam fazer contas básicas em vez de eleitorais.
* MÉDICO, RESIDENTE EM GENÉTICA MÉDICA NO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFMG

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