Contudo, vamos já aprofundar melhor o conceito de "Nomenclatura". Este nada tem a ver com as ciências exatas, mas tem alguma relação com a gestão administrativa. Para ser mais preciso: com a gestão, tal como é desenvolvida nos países do "socialismo real", a toda-poderosa administração política, isto é, essencialmente os órgãos políticos e os secretariados de comitês centrais dos partidos comunistas no poder. É a este estado de fato que se refere a única definição da Nomenclatura que foi publicada até agora na União Soviética. Encontramo-la num manual intitulado A EDIFICAÇÃO DO PARTIDO:
"A Nomenklatura constitui a lista dos postos mais importantes; as candidaturas são previamente examinadas, recomendadas e sancionadas por um comitê do Partido, do bairro, da cidade, da região, etc. É preciso igualmente a concordância do comitê do Partido para que sejam liberadas de sua funções as pessoas admitidas a fazer parte da Nomenklatura do referido comitê. A Nomenklatura compreende pessoas que ocupam postos-chaves."
Este livro fala, pois, dos felizes titulares desses postos-chaves na URSS? Não. Mas tocamos a verdade de mais perto. A definição publicada oficialmente, que nada mais faz do que mascarar o verdadeiro conteúdo do conceito de Nomenclatura, é puramente formal.
O acadêmico Sakharov escreveu: "Se bem que em nosso país não se façam pesquisas sociológicas sobre este tema, ou, pelo menos, que os resultados delas sejam mantidos secretos, pode-se afirmar que apareceu, no início dos anos 20 ou 30, uma camada social particular, formada por homens do Partido e burocratas — a Nomenclatura segundo o nome que ela deu a si mesma, é a 'nova classe' como a chamou Milovan Djilas — classe social que se instalou definitivamente no poder nos anos do pós-guerra."
Nosso livro trata, então, dessa nova classe? Sim. Ele revela a parte essencial de um sistema que se intitula a si mesmo de "socialismo real".
Uma sociedade sem antagonismos?
A teoria de Milovan Djilas
A literatura soviética cita freqüentemente essas palavras patéticas de Lênin: "Mas, temos o direito de ser orgulhosos, e o somos com efeito, pela felicidade de termos sido escolhidos para começar a construção do Estado soviético, começar assim uma nova época da história mundial, época de dominação de uma nova classe." Lênin retoma freqüentemente a expressão "nova classe": "A ditadura do proletariado é a guerra sem quartel da nova classe contra um inimigo mais poderoso do que ela: a burguesia." Num de seus últimos trabalhos, em agosto de 1921, escreveu literalmente: "Todo o mundo sabe que a Revolução de Outubro realmente desencadeou forças novas, uma nova classe."
A Nova Classe foi o título que Milovan Djilas, político e teórico iugoslavo, deu ao livro no qual faz uma análise teórica do problema "dos administradores" da sociedade socialista. Sua carreira lhe confere uma experiência única: Djilas foi não somente um "administrador" durante anos, como também membro do Politburo do Comitê Central, o santo dos santos de todo partido comunista, e esteve mesmo à sua frente. "Percorri todo o caminho que pode trilhar um comunista", escreveu ele, "de baixo da escada até o cume, de funções locais até funções nacionais, depois internacionais, da fundação do Partido até a realização daquilo que se chama de sociedade socialista."
Eis resumida a teoria de Djilas: após a vitória da revolução socialista, o aparelho do Partido Comunista se transforma em uma nova classe dirigente. Esta burocracia monopoliza o poder do Estado e se apropria de todos os bens pela nacionalização. Resultado: apropriando-se de todos os bens de produção, a nova classe torna-se uma classe exploradora, tripudia sobre toda a moral e instala sua ditadura pelo terror e o controle ideológico total. Os que mais lutaram pelo ideal revolucionário, os que exigiram as maiores liberdades, se transformam em horríveis reacionários assim que assumem o poder. O único elemento positivo a levar em conta na nova classe é o de elevar o nível econômico dos países pouco desenvolvidos por uma industrialização maciça e uma melhoria geral do nível cultural (? sem verdades circulantes???). Mas, seu sistema econômico se caracteriza por uma enorme dissipação, e sua cultura se assemelha, traço por baço, à propaganda política. Djilas conclui: "Quando a nova classe deixar a cena da história — e isto acontecerá — deixará menos saudades do que todas as classes que a precederam."
(...) Vocês o sabem agora. O programa do Partido Comunista da União Soviética prometia que, antes de 1980, uma sociedade comunista sem classes teria sido edificada para o essencial. Desde 1936, a sociedade soviética é definida como uma sociedade "sem antagonismos". Ora, hoje, em 1980, ainda não se pode dizer que as classes e os antagonismos de classes tenham sido suprimidos: a sociedade soviética continua antagonista.
Lênin e Stalin criaram uma "NOVA CLASSE", cuja base foi a organização dos revolucionários profissionais. Depois que esta organização se apoderou do poder, viu-se aparecer a Nomenclatura de Stalin, que se tornou a classe dirigente da União Soviética.
A Nomenclatura é uma classe de exploradores e de privilegiados. Foi o poder que lhe permitiu ascender à riqueza e não a riqueza que lhe permitiu ascender ao poder. A política da Nomenclatura consiste em assentar seu poder ditatorial no plano interno e estendê-lo ao mundo inteiro. A Nomenclatura tem certas realizações positivas em seu ativo. Mas, ela se transforma cada vez mais em uma classe parasitária. Do ponto de vista histórico, seu rendimento social é nulo, e seu desejo obstinado de dominação mundial é cheio de riscos de guerras.
Se quisessem deter esse perigo, todos os países que estão sob a tutela de Moscou deveriam praticar resolutamente uma política de paz e de segurança, uma política sem medo e sem ilusões. Para levar a cabo tal política, é importante conhecer bem a natureza profunda da Nomenclatura. Este livro terá atingido seu objetivo se contribuir efetivamente para torná-la conhecida.
Texto extraído do livro abaixo:
A VERDADEIRA META COMUNISTA: A NOVA CLASSE
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2016/12/nomenklatura-de-burocratas-milovan.html
O ataque à meritocracia, e a consequente substituição desta por uma triagem derivada de relações de poder, é a fórmula certeira para a construção da hierarquia de psicopatas que comandam com mãos de ferro a sociedade socialista.
https://youtu.be/Pja0JQ5iIlQ
SOCIALISMO É CONCENTRAÇÃO DE PODER http://conspiratio3.blogspot.com.br/2014/07/socialismo-e-concentracao-de-poder-e.html
DERRUBAR A MERITOCRACIA ABRE CAMINHO PARA PSICOPATAS NO PODER - MARO FILÓSOFO
https://youtu.be/6mD61Ibfd-4
A NOVA CLASSE SOCIALISTA - UMA CLASSE ACIMA DA LEI http://conspiratio3.blogspot.com.br/2013/09/a-nova-classe-socialista.html
QUANDO VC SE CURVA A UM TIRANO, ELE TE ODEIA AINDA MAIS
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2013/12/quando-voce-se-curva-um-tirano-ele-te.html
PODER ABSOLUTO - A KGB AINDA AMEAÇA O MUNDO
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2013/09/poder-absoluto-kgb-ainda-ameaca-o-mundo.html
A SABOTAGEM POLITICAMENTE CORRETA DO BRASIL CONTINUA
http://folhacentrosul.com.br/regioes/8564/professores-criticam-aprovacao-de-lei-que-dispensa-curso-superior-para-dar-aula-em-ponta-grossa
PONEROLOGIA: PSICOPATAS NO PODER
http://conspiratio3.blogspot.com.br/search/label/PONEROLOGIA
O QUE É NOMENKLATURA ? MICHAEL S. VOSLENSKY FALA DA CRIAÇÃO DA CLASSE PRIVILEGIADA COMUNISTA http://conspiratio3.blogspot.com.br/2015/08/o-que-e-nomenklatura-michael-s-voslensky.html
NA TOMADA DE PODER COMUNISTA, EMPRESÁRIOS SÃO USADOS E JOGADOS NO LIXO - A ERA DOS ASSASSINOS http://conspiratio3.blogspot.com.br/2015/08/na-tomada-de-poder-comunista.html
VEJA TAMBÉM:
ANATOLIY GOLITSYN - NOVAS MENTIRAS EM LUGAR DAS VELHAS ´PDF http://www.4shared.com/document/hlWD9O6f/novas-mentiras-velhas_-_anatol.htm
http://pt.scribd.com/doc/39146285/Novas-Mentiras-Velhas-Anatoli-Golytsin
* O ENGODO DA PERESTROIKA - ANATOLIY GOLITSYN E PROFECIAS DE FÁTIMA
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2013/10/o-engodo-da-perestroika-anatoliy.html
* A HISTÓRIA SECRETA DE ANATOLIY GOLITSYN - COMUNISMO EM REDE E A FARSA DA QUEDA DA URSS
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2013/07/a-historia-secreta-de-anatoliy-golitsyn.html
*A Era dos Assassinos — A nova KGB e o fenômeno Vladimir Putin http://www.midiasemmascara.org/artigos/internacional/russia/14598-a-era-dos-assassinos--a-nova-kgb-e-o-fenomeno-vladimir-putin.html
*
Áudio sobre o totalitarismo na China atual:
https://soundcloud.com/rvox_org/boletim-radiovox-o-epoch-time-03052014
*
NOMENKLATURA - A NOVA CLASSE - O SOCIAISMO REINA
http://blogsemmascara.blogspot.com.br/2007/12/o-socialismo-reina.htmlhttp://www.midiasemmascara.org/search.html?searchword=NOVA+CLASSE&searchphrase=exact
*
Até
que ponto essa alegação é intelectualmente respeitável e moralmente
admissível? O ideal socialista é, em essência, a atenuação
ou eliminação das diferenças de poder econômico por meio do poder
político. Mas ninguém pode arbitrar eficazmente diferenças entre o mais
poderoso e o menos poderoso sem ser mais poderoso que ambos: o
socialismo tem de concentrar um poder capaz não apenas de se impor aos
pobres, mas de enfrentar vitoriosamente o conjunto dos ricos. Não lhe é
possível, portanto, nivelar as diferenças de poder econômico sem criar
desníveis ainda maiores de poder político. E como a estrutura de poder
político não se sustenta no ar mas custa dinheiro, não se vê como o
poder político poderia subjugar o poder econômico sem absorvê-lo em si,
tomando as riquezas dos ricos e administrando-as diretamente. Daí que no
socialismo, exatamente ao contrário do que se passa no capitalismo, não
haja diferença entre o poder político e o domínio sobre as riquezas:
quanto mais alta a posição de um indivíduo e de um grupo na hierarquia
política, mais riqueza estará à sua inteira e direta mercê: não haverá
classe mais rica do que os governantes. Logo, os desníveis econômicos
não apenas terão aumentado necessariamente, mas, consolidados pela
unidade de poder político e econômico, terão se tornado impossíveis de
eliminar exceto pela destruição completa do sistema socialista. E mesmo
esta destruição já não resolverá o problema, porque, não havendo classe
rica fora da nomenklatura , esta última conservará o poder
econômico em suas mãos, simplesmente trocando de legitimação jurídica e
autodenominando-se, agora, classe burguesa. A experiência socialista,
quando não se congela na oligarquia burocrática, dissolve-se em
capitalismo selvagem. Tertium non datur . O socialismo consiste na promessa de obter um resultado pelos meios que produzem necessariamente o resultado inverso.
Basta compreender isso para perceber, de
imediato, que o aparecimento de uma elite burocrática dotada de poder
político tirânico e riqueza nababesca não é um acidente de percurso, mas
a conseqüência lógica e inevitável do princípio mesmo da idéia
socialista.
Este raciocínio está ao alcance de qualquer
pessoa medianamente dotada, mas, dada uma certa propensão das mentes
mais fracas para acreditar antes nos desejos do que na razão, ainda se
poderia perdoar a essas criaturas que cedessem à tentação de “fazer uma
fezinha” na loteria da realidade, apostando no acaso contra a
necessidade lógica.
Ainda que imensamente cretino, isso é humano. É
humanamente burro insistir em aprender com a experiência própria,
quando fomos dotados de raciocínio lógico justamente para poder reduzir a
quantidade de experiência necessária ao aprendizado.
O que não é humano de maneira alguma é rejeitar
a um tempo a lição da lógica que nos mostra a autocontradição de um
projeto e a lição de uma experiência que, para redescobrir o que a
lógica já lhe havia ensinado, causou a morte de 100 milhões de pessoas.
Nenhum ser humano intelectualmente são tem o
direito de apegar-se tão obstinadamente a uma idéia ao ponto de exigir
que a humanidade sacrifique, no altar das suas promessas, não apenas a
inteligência racional, mas o próprio instinto de sobrevivência.
Tamanha incapacidade ou recusa de aprender
denuncia, na mente do socialista, o rebaixamento voluntário e perverso
da inteligência a um nível infra-humano, a renúncia consciente àquela
capacidade de discernimento básico que é a condição mesma da hominidade
do homem. Ser socialista é recusar-se, por orgulho, a assumir as
responsabilidades de uma consciência humana.
LÊNIN SÓ USAVA UM VERBO: MATAR!
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