sexta-feira, 9 de novembro de 2018

A VERDADEIRA MORTE DE VLADMIR HERZOG - OLAVO DE CARVALHO


OLAVO DE CARVALHOUm absurdo gritante na narrativa esquerdista da era militar é que, de um lado, a tortura fosse descrita como um processo complicadíssimo, que requeria a assistência de técnicos e cientistas estrangeiros (entre os quais cita-se, evidentemente sem provas, o capitão americano Charles Chandler, que sob esse pretexto viria a ser assassinado pelos comunistas); e que, de outro lado, os tais técnicos não fossem capazes nem mesmo de simular um suicídio verossímil no caso do Vladimir Herzog, deixando o morto, ao contrário, numa posição em que só faltava mesmo ele voltar à vida para informar que fora assassinado. Na época, a contradição patente entre os propalados requintes da arte da tortura e a grosseria pueril do suicídio simulado me escapou totalmente, e, tendo sido um dos primeiros a promover o abaixo-assinado que exigia a investigação do episódio, tive toda a razão em apostar na hipótese do homicídio, mas, levado pela gritaria geral que eu mesmo ajudara a fomentar, dei por pressuposto, sem exame, que se homicídio houvera seus autores só poderiam ter sido os militares. Estes, por seu lado, insistindo na tese do suicídio, caíram no ridículo e acabaram levando a culpa do ocorrido. Hoje em dia, porém, vejo que entre as duas hipóteses há uma terceira que foi rapidamente varrida para baixo do tapete e jamais investigada. Na época, o consul da Inglaterra em São Paulo informou ao então governador paulista, Paulo Egydio Martins, que Herzog era um agente do serviço secreto inglês infiltrado entre os comunistas brasileiros. O cônsul dizia ainda ter sido um dos últimos a encontrar-se com Herzog antes da morte deste. Martins, sabe-se lá por que, em vez de mandar tirar isso a limpo preferiu guardar a informação em segredo, só a revelando muito depois no seu livro de memórias, onde ela não teve a menor repercussão e foi enterrada ainda mais fundo pelo decurso do tempo, consagrando na memória jornalística e popular a versão do homicídio praticado pelos militares contra um intelectual comunista inocente de qualquer participação em atos terroristas. Para mim, hoje, É CLARO que a declaração do cônsul inglês fornece a única explicação possível para a hipótese absurda de que os habilíssimos torturadores científicos não fossem capazes de simular um suicídio mais acreditável. Herzog não foi, obviamente, assassinado por militares treinados, mas por militantes comunistas, presos como ele, alertados pela intimidade suspeita entre o prisioneiro e o cônsul. A coisa toda não foi um “crime da ditadura”, mas um dos tantos “justiçamentos” praticados pelos comunistas contra aqueles a quem consideravam traidores e espiões.

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MÁRIO SANCHEZ RELATA:

Assentamos num bar do centro de SP. Não deixei encher meu copo e fui perguntando: “Como se sente com a repressão?” Responde ele: “Não temos grandes problemas... Estamos infiltrados em toda parte...” Continuei: “Viu o Herzog? Nenhum de nós pode aceitar suicídio, após ver aquela foto...”
Após mais uma cerveja ele completou: ”Foi uma bênção para o Partidão essa morte.”

Mais uma cerveja e ele comentou: “Foi um camarada encarregado de fazer o trabalho... Foi lá e outro camarada lhe abriu o caminho como amigo que ia consolar o jornalista... E depois, não havia registro dessa visita.” Revidei: “Mas, como isso pode aproveitar ao PC?” Com uma boa risada, após esvaziar mais um copo, completa ele: ”O Wladô era judeu... Burguês, classe média. Escrevia muito bem. Porém era contra a revolução armada. Agora atiramos a culpa nos militares, ao mesmo tempo que ficamos livres de um companheiro inconveniente”.

Ele já não estaria enxergando bem. Não percebeu que fiquei gelado. Eu também sabia ter ascendência dos ladinos da Espanha... Também tinha renda de classe média. Também gostava de escrever e recebi elogios pelas redações. E também havia deixado os que queriam terror...  

Paguei a conta e segui meu caminho, que passava pelo Largo de São Francisco.”.
Texto completo em


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O ESSENCIAL É QUEBRAR O ESQUEMA DE PODER
(...) 
11 Olavo de Carvalho - O governo militar instituiu a pena de morte para terroristas, mas, temendo críticas, não teve a coragem de aplicá-la. Preferiu deixar que os policiais matassem prisioneiros às ocultas. Se isso não foi um caso de estupidez criminosa, não sei o que mais pode ter sido. Dizer isso é “falar mal das Forças Armadas” ou fazer um exame de consciência necessário e urgente?
E notem que a Justiça Militar, naquele tempo, sempre agiu com lisura e honradez, coisa que os advogados de presos políticos reconhecem abertamente. Uma sentença de morte lavrada pelo STM teria um peso moral formidável. Por que, em vez disso, preferir matar gente no porão, escondidinho? Não há explicação, não há desculpa. Os apologistas do governo militar jamais terão alguma autoridade moral enquanto não reconhecerem o óbvio.
Olavo de Carvalho Será tão difícil perceber a diferença entre pena de morte e homicídio?
Carlos Henrique Vargas Professor Olavo de Carvalho, seria possível aplicar a pena de morte contra estes genocidas vermelhos do Brasil, caso as Forças Armadas tomassem o poder? Existe alguma brecha que torne isso possível?
Olavo de Carvalho Na presente legislação não há pena de morte.
Danilo Valadão De Abreu De onde vc tira que todos os militares são anti comunistas?
Olavo de Carvalho E onde você me viu dizer semelhante asneira?

12 Antônio Olinto, um dos maiores escritores brasileiros, traduzido em trinta e tantos idiomas, teve o seu nome excluído da grande mídia por duas décadas. Seu crime? Ser anticomunista e ao mesmo tempo ajudar os comunistas brasileiros exilados em Londres. “Por que você me odeia se nunca o ajudei?” Comunista merece mesmo é pontapé na bunda.
Olavo de Carvalho Acho que esses filhos da puta me odiariam menos se eu não tivesse ajudado a esconder foragidos políticos durante a ditadura e se não tivesse sido um dos primeiros a denunciar o assassinato de Vladimir Herzog. Eles pagam gentileza com perfídia e generosidade com vampirismo.
John Commodoro Nunca ouvi falar nesse escritor. Indica umas obras, Olavo!
Olavo de Carvalho “A Casa da Água” é o romance mais famoso de Antonio Olinto. Não perca.
Olavo de Carvalho Antônio Olinto era homem bom e generoso. Pagou sozinho, do próprio bolso, a criação de uma biblioteca de assuntos brasileiros em Bucareste, Romênia.
Filipe G. Martins Professor, quem são os maiores representantes da tradição liberal-conservadora ainda em atividade no mundo?
Olavo de Carvalho São muitos. Destaco, a esmo, Roger Scruton, Vladimir Tismaneanu. Horia Patapievici, Paul Hollander.

 https://medium.com/olavo-de-carvalho/o-essencial-e-quebrar-o-esquema-de-poder-98763fd0a63a

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