quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

CARTA ABERTA A BRIAN WINTER, EDITOR DE “AMERICA’S QUARTERLY” - OLAVO DE CARVALHO


OLAVO DE CARVALHO
 
CARTA ABERTA A BRIAN WINTER,
EDITOR DE “AMERICA’S QUARTERLY”
Prezado Brian Winter,
Não vou chamar você de mentiroso, nem supor que teve a intenção deliberada de deformar o sentido das minhas palavras para me fazer dano. Vou apenas sugerir que o seu domínio da língua portuguesa falada no Brasil não é tão perfeito quanto você o imagina, nem muito menos suficiente para que você publique a sua interpretação das palavras de um entrevistado brasileiro antes de submetê-la a ele para correção.
Nada, absolutamente nada na língua portuguesa do Brasil permite admitir que a expressão “Às vezes chego a pensar que...” indique uma opinião atual, uma adesão formal ou uma crença firme, especialmente quando se trate de matéria grave. Bem ao contrário, a expressão designa a mera conjeturação de uma hipótese que não se incorpora às crenças atuais do falante.
Ao fazer de mim o adepto do “assassinato em massa patrocinado pelo Estado”, você se mostrou incapaz de captar a nuance correta da declaração e, com isso, trouxe à minha reputação um dano injusto, de consequências provavelmente incalculáveis.
Pior ainda, minha conjetura se referia apenas a um caso determinado, à afirmação do sr. Jair Bolsonaro – ela própria hiperbólica e não necessariamente literal -- de que a ditadura militar brasileira deveria ter matado comunistas em vez de torturá-los. Você não apenas fez da minha conjetura uma adesão formal a essa idéia, mas deu a ela um alcance ampliado e universal, transformando-me num adepto doutrinário do genocídio estatal em geral. É uma distorção monstruosa.
Não vejo como você possa corrigir isso senão pela confissão pública do erro e um pedido formal de desculpas publicado na mesma revista e com destaque suficiente.
https://www.facebook.com/carvalho.olavo/posts/1190389197779819

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Jair Bolsonaro’s Guru
https://www.americasquarterly.org/content/jair-bolsonaros-guru

O Brian Winter, da revista "America's Quarterly", pensa que sabe português, mas não sabe. Ele deveria ter tido a humildade de trazer um tradutor capaz de fazê-lo perceber a nuance irônica de certas frases que ele tomou num sentido grosseiramente literal.

18 de dezembro às 15:20  O Brian Winter, da revista "America's Quarterly", pensa que sabe português, mas não sabe. Ele deveria ter tido a humildade de trazer um tradutor capaz de fazê-lo perceber a nuance irônica de certas frases que ele tomou num sentido grosseiramente literal.

18 de dezembro 2018 Aviso a todos os jornalistas: Quando um sujeito diz "Às vezes penso que...", ou coisa parecida, isso quer dizer exatamente que ele NÃO o pensa, que apenas o tomou como hipótese temporária. Ninguém mais sabe disso nesta merda de país. O Brian Winter ainda tem a desculpa de ser americano, mas os outros são apenas filhos da puta ignorantes e maliciosos.

18 de dezembro 2018  Leio livros em inglês desde a adolescência, moro nos EUA há treze anos e não me aventuraria a interpretar as palavras de um entrevistado americano sem submeter a minha interpretação a ele. O Brian Winter não apenas deu sentido literal a uma afirmação irônica, mas ainda deu a esse caso particular um sentido universalizante, fazendo de mim um apologista do genocídio estatal. É com certeza o maior crime que um órgão de mídia já cometeu contra mim.

SUPERAR O OLAVO DE CARVALHO:
https://www.facebook.com/carvalho.olavo/posts/1190347654450640

18 de dezembro 2018 A mídia só consentiu em falar da corrupção petista depois que anos de investigação tornaram os fatos inegáveis. Ainda me lembro do tempo em que a única fonte a respeito era o livro do Ivo Patarra, "O Chefe", sobre o qual reinava nas TVs e jornais o mais completo silêncio. Mas, se o acusado é o Bolsonaro, a mais vaga suspeita já vira manchete desde o primeiro instante.

18 de dezembro 2018 Na gestão Clinton, discutia-se acaloradamente se seria lícito e prudente investir num país sob regime ditatorial notoriamente desrespeitador dos direitos humanos. Então vieram os sábios argumentando (contra toda evidência histórica) que a liberalização da economia produziria inevitavelmente a liberalização do regime. O presidente americano era um dos mais entusiásticos adeptos dessa tese. Decorridas algumas décadas, a China, após tirar delicioso proveito dos investimentos americanos que a transformaram de nação falida em grande potência, reassume, como era inteiramente previsível, o projeto totalitário e a ambição de domínio mundial. Quando lançamos a culpa disso nas costas do Clinton, aparecem dezenas de jornalistas apelando ao mais infalível dos argumentos científicos, o Ha-ha-ha: "Ha-ha-ha, ele diz que o Clinton é comunista..."

18 de dezembro 2018  Mostrem-me um só país aonde colonizadores não cristãos tenham levado a indústria, a ciência, a prosperidade e a democracia.
Comparem o que os ingleses fizeram na Índia ou na América com o que os árabes fizeram na África negra, os chineses no Tibete ou no Vietnã ou os russos na Polônia e na Finlândia.

18 de dezembro 2018  No Brasil, tudo se tornou um segredo esotérico. As verdades mais simples têm de ser cochichadas em rituais secretos, para não aparecer na mídia deformadas e criminalizadas.

18 de dezembro 2018 Todo imbecil tem a propensão irresistível de dar um sentido emocional e moralizante a quakquer conceito descritivo histórico oi sociológico. "Etnocentrismo", meninada, não é o nome de um pecado, é apenas a descrição de um fenômeno geral e onipresente, que é a impossibilidade de uma cultura aceitar plenamente a coexistência com outras culturas concorrentes. Não por coincidência, a cultura que mais se aproximou de um ideal universalizante de coexistência entre cuturas foi a ocidental, que é a mais acusada de "eurocentrismo".

18 de dezembro 2018 Espero que os leitores mais atentos percebam a diferença entre o que estou dizendo e o slogan "O fascismo é de esquerda", tão corrente nos meios direitistas. O que estou dizendo é que a esquerda é fascista, mas não por escolha e sim por impossibilidade objetiva de ser outra coisa

18 de dezembro 2018 Quem quer que estude um pouco o pensamento dos primeiros fascistas -- Enrico Corradini, Alfredo Rocco, Giovanni Gentile ou o próprio Mussolini --, não tem como deixar de perceber que todos os socialismos que já existiram no mundo nunca passaram de variedades do modelo fascista. E nisso reside o motivo de os socialistas apelarem tão frequentemente ao termo "fascista" como insulto-padrão, tanto nas disputas internas do seu movimento quanto no confronto com inimigos declarados

18 de dezembro 2018 Nunca se pode esquecer que Marx pouco ou nada disse quanto ao modelo de sociedade a ser construído no socialismo. Em compensação, os fascistas descreveram abundantemente esse modelo, não deixando aos marxistas outra alternativa senão copiá-lo. Mas copiá-lo sem nomeá-lo, para esconder o vexame.

18 de dezembro 2018 Até umas décadas atrás, a orientação moral da sociedade era incumbência de religiosos que passavam a vida meditando os ensinamentos de Cristo, renunciando a satisfações materiais e praticando severas disciplinas ascéticas.
Hoje é obra de bilionários, jornalistas e marqueteiros.

2018 foi o cinquentenário da morte do Mário Ferreira dos Santos. Se nem a obra dele a porra da universidade brasileira foi capaz de absorver até agora, por que há de conseguir absorver a minha? É mais fácil espalhar intrigas. Num país onde o Ruy Fausto é filósofo, o Mário, com certeza, não o é.

Jamais poderei, pelas minhas próprias forças, conter a avalanche de invencionices, lendas urbanas e citações falsas que a mídia espalhou a meu respeito no Brasil e no exterior. Não poderei nem tentarei. Só espero que o sacrifício da minha imagem em tais rituais de canibalismo moral sirva para destruir os últimos resíduos de credibilidade que os oficiantes dessa cerimônia entre macabra e patética ainda desfrutam.

Ranhetas e filhos da puta adoram dizer "Não" -- a palavra que, segundo Mestre Eckart, arde no fundo do inferno.

Se não há nada de novo a dizer sobre um filosofo de antigamente, escrever sobre ele é só uma frescura acadêmica, uma exibição de cutura para fazer currículo. Nunca escrevi sobre Platão porque Paul Friedländer, Eric Voegelin e Giovanni Reale descobriram mais coisas sobre ele do que o meu pobre cérebro conseguiu processar até agora. Mas creio ter descoberto umas coisinhas sobre Aristóteles, Descartes, Maquiavel e Karl Marx.

A raiz da hostilidade insana dos Donkeys e Faustos contra mim reside no simples fato de que nas minhas aulas e escritos tratei de centenas de temas, problemas e autores TOTALMENTE DESCONHECIDOS PELA UNIVERSIDADE BRASILEIRA. Ler o meu material é, para esses microcéfalos, uma experiência intoleravelmente humilhante, que só poderiam superar dispondo-se a reconstruir todo o universo de crenças coletivas que dá uma aparência de fundamentos à sua segurança psicológica. Muitos imaginam que xingando-me, fingindo depreciar-me ou mesmo matando-me podem se livrar desse problema. São pessoas infinitamente ridículas.

A máquina comunopetista de desinformação e confusionismo é bilionária e de alcance muiltinacional. Agora apareceu um site espanhol me associando a Alain de Benoist e a seu chefe Alexander Duguin -- dos quais, como ninguém no Brasil ignora, sou inimigo declarado.

Os que mais me cobram diploma são os mesmos que colocaram na presidência um sem-analfabeto sem diploma nem do primário e uma semi-analfabeta com diploma falso.

Para o filósofo burguês, teoria e prática são momentos separados e inconfundíveis. Para o marxista, a teoria é apenas um momento da práxis, e a práxis consiste eminentemente em matar.


Poucas coisas no mundo são tão imorais quanto um intelectual conservador discutindo educadamente suas divergências teóricas com um comunista enquanto os comunistas não param de roubar, torturar e matar. Isso que o João Pereira Coutinho quer ser quando crescer é o que eu me envergonho de ter sido enquanto era pequeno,.

O mais paiaço de todos é o Christian Donkey, cuja única atividade intelectual consiste em seguir alimentando os seus aluninhos com aquela ração de Foucault, Derrida e Lacan em que a gente se lambuzava nos anos 60 do século passado. Ele continua atolado no mingau, como se nada tivesse acontecido no pensamento mundial em seis décadas -- e na USP isso faz um sucesso dos diabos

O mandado de extradição de Cesare Batisti deveria permanecer secreto até que fosse efetuada a prisão do criminoso. Assim havia decidido o ministro Fux. Algum agente petista infiltrado vazou a notícia para a mídia, com o óbvio propósito de alertar Batisti e ajudá-lo a fugir. Tanto esse agente quanto os órgãos de mídia cometeram crime de OBSTRUÇÃO DA JUSTIÇA e devem ser punidos.

Concessões esporádicas às exigências do “politicamente correto” — como outrora às da “linha justa” do Partido, a qual é exatamente a mesma coisa — não bastam para estragar por completo um romance, um filme, uma peça de teatro; mas quando essas exigências se tornam obrigatórias e onipresentes, elas acabam por violar as leis mais elementares da verossimilhança e assim destroem a possibilidade mesma da arte narrativa.
Eis por que o cinema de hoje busca sobretudo uma platéia de adolescentes, na qual a exigência da verossimilhança cede facilmente ante a ânsia de sensações fáceis.
O julgamento de verossimilhança depende essencialmente da maturidade, da “experiência da vida”.

A tradução da linguagem dos sonhos na lógica dos desejos — a “interpretação dos sonhos”, segundo Freud — reduz os símbolos oníricos a disfarces provisórios e escamoteia assim aquilo que os desejos mesmos têm de semiótico e simbólico. De fato, é impossível desejar qualquer coisa sem ter falta dela, isto é, sem possuir dela nada mais que um signo sem a coisa dentro. Se o desejo fosse uma presença bruta e não apenas o aceno semiótico de uma ausência, a masturbação seria impossível e o desejo mesmo só poderia vir à tona na presença plena do seu objeto, o que o tornaria ao menos praticamente indistinguível da sua satisfação.

Ou os frankfurtianos padeciam daquela imprevidência radical que Eric Voegelin chamava de “estupidez criminosa”, ou eram pérfidos reacionários empenhados em transformar a esquerda em instrumento da dominação capitalista, ou eram apenas uns filhinhos-de-papai que se divertiam brincando de dialética negativa enquanto, do teto de um hotel de cinco estrelas, observavam o mundo pegar fogo. A primeira hipótese é a mais humana.

A premissa fundante de todo marxismo — isto é, do marxismo tomado em toda a variedade dos seus estilos e versões — é que todos os problemas filosóficos
essenciais já estão resolvidos, e que, no fundo, só o que resta são questões de estratégia e de tática, se não de retórica e propaganda.
Essa premissa é estupidificante em si, mas o fato de que permaneça quase sempre inconsciente ou pelo menos indeclarada aumenta “ad infinitum” o seu poder de estupidificar.

Esvaziado dos símbolos que dão um sentido moral ao trabalho, ao comércio, à poupança, à ordem social, ao direito e até às relações pessoais, a que se reduz o capitalismo senão àquela “capitalismo cru” terminal que segundo Marx deveria anunciar e anteceder imediatamente o advento do socialismo? Mas, sendo a economia socialista impossível na sua forma integral e viável somente na forma híbrida da economia fascista (com esse ou outro nome), que é que impede que o capitalismo cru se eternize, e que o faça precisamente por meio da substituição dos velhos símbolos culturais pela nova indústria dos simulacros? Quem não percebe que esse é precisamente o mundo em que vivemos hoje, tanto em Pequim quanto em Nova York?

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