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Ernesto Araújo na entrevista ao Brasil Paralelo:
14:40 - NACIONALISMO X GLOBALISMO
Outra coisa, que o meu pai falava muito, que as sociedades não deveriam funcionar baseadas nas leis, elas deveriam funcionar baseadas na confiança. As leis, claro, são fundamentais, mas as leis existem para o caso excepcional, para disciplinar a sociedade. Mas você não pode ter lei para tudo, para dizer como elas têm de se relacionar. É preciso que haja confiança entre as pessoas para elas saberem... A lei, claro, se alguém quebra essa confiança, aí vc aplica a lei.
Mas o que acontece com a fragmentação social dessa pós-modernidade? A sociedade deixa de funcionar baseada na confiança, porque as pessoas, por uma programação consciente de certas forças, as pessoas já não sentem que têm muito em comum, não têm confiança umas nas outras, e aí vc quer apelar para o Estado. Fica só a lei, fica só a lei como interconecção entre as pessoas. As pessoas não deveriam se conectar umas às outras só baseadas na lei, elas deveriam se conectar baseadas em toda uma série de afinidades que só a nação orgânica pode proporcionar. Então isso é visão de nacionalismo. É o anseio, que acho que é natural no ser humano, (...) é o anseio de viver numa comunidade orgânica, e não simplesmente num lugar que seja uma coleção de indivíduos.
O POLITICAMENTE CORRETO DESAGREGA A SOCIEDADE E TRANSFERE PODER AO ESTADO
"Eu acho que o mais grave do globalismo é na mente, no pensamento. O globalismo é perigoso porque ele é sobretudo um sistema de pensamento, ou de anti-pensamento. Eu vejo globalismo muito como um processo pelo qual, a ideologia marxista, a partir do começo dos anos 1990, e sobretudo a partir dos anos 2000, penetra na globalização econômica e faz dela o veículo da sua propagação. Então, justamente através da globalização começa a entrar com a sua agenda em temas como ideologia de gênero, o ambientalismo distorcido e outros, e começa sobretudo a controlar o discurso, a controlar o discurso, a dizer o que vc pode dizer e o que vc não pode dizer. E cada vez vc o que vc pode dizer é menos, ocupa um menor espaço. Então, eu vejo mais o globalismo assim, aquela ideia que... o marxismo descobriu que não precisa mais controlar os meios de produção econômica, quando ele pode controlar os meios de produção de ideias, que é o que vinha acontecendo. E é através desse controle das ideias que essa corrente começa a capturar instituições, e começa a partir dessas instituições, tentar agir para diminuir justamente as identidades nacionais e as identidades pessoais também. Porque, no fundo é isso, parte do problema só é a diminuição das identidades nacionais, o fundamental é a diminuição das identidades do indivíduo, do ser humano, o achatamento do ser humano, que a meu ver é o projeto marxista."
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"Eu enxergo o globalismo como o pensamento marxista capturando a globalização. Então a nossa ideia é libertar a globalização dessa captura. A globalização é uma coisa extraordinária, que permite tanta coisa, interação super democrática entre as pessoas, isso tem que ser preservado graças à abertura de mercado, abertura de conexões de toda ordem. Então o que é preciso é, eu digo assim, o que aconteceu é que o marxismo sentou na cadeira de piloto da globalização, é tirar daí, e nós vamos sentar na cadeira de piloto. Nós, eu digo, quem tenta representar essa linha que vê o ser humano com uma dimensão mais rica, a nação como algo que tem de ser uma comunidade orgânica, etc. Nada contra a globalização, ao contrário, é libertar a globalização, para que que ela sirva ao ser humano. Isso tem a ver com o Brasil, muito claramente, precisamos de uma economia liberal, precisamos da abertura econômica, a economia fechada, sufocada e sufocante foi parte de um projeto de um país sufocado, de um país que deixava de ser nação. Acho que isso é fundamental. A esperança para nós, para o mundo, é a conexão de um pensamento nacionalista, conservador, na base, com uma economia liberal aberta. Essa é a filosofia humanista, liberal, e que tenha lugar também para a fé, que essa filosofia, essa visão do mundo, esteja no comando da globalização, e permita que a globalização seja algo para ampliar os horizontes do ser humano. Nós temos que quebrar o amálgama marxista liberal, que é o globalismo, e transformar isso num amálgama conservador liberal. Essa é a grande tarefa."
NOMINALISMO X REALISMO
"O projeto globalista é, em grande parte, um projeto nominalista. Aqui estou usando esses termos de maneira um pouco diferente da usada na filosofia medieval. Nominalismo no sentido de pegar as palavras e isolá-las da realidade, e transformá-las em instrumento de dominação. No fundo é isso. O que é a tolerância? Tolerância é vc, diante de uma realidade negativa, vc faz uma avaliação de valor e diz eu posso tolerar essa realidade em nome de um bem maior. Isso é que é tolerar. Durante um certo tempo vc convive com uma coisa negativa, porque tem um contexto onde isso é necessário para um resultado positivo. Isso é realismo, é vc ter um diálogo entre a palavra e a realidade. Nominalismo é pegar a palavra tolerância e transformá-la em algo absoluto. Então, vc tem uma realidade de crime, por exemplo, "ah não, vc tem de mostrar tolerância com o criminoso". Ou vc tem uma realidade onde qualquer conflito, se essa ideologia quer defender um dos lados, "não, vc tem de ter tolerância..." Isso para dar um exemplo de palavras que deixam de dialogar com a realidade.
Então, parte do nosso esforço é esse, trazer de volta... O pensamento humano é isso, precisa da linguagem, mas precisa da realidade. Essa coisa do achatamento do ser humano tem a ver com o nominalismo, vc isola as palavras e elas passam a ser coisas que estão no ar e se chocam assim, num éter onde nada faz sentido. É por isso que o conceito de realidade precisa voltar, o conceito de verdade, que verdade também é isso, no fundo é o diálogo interno entre linguagem e não linguagem. Então é essencial ter uma visão realista, nesse sentido de realismo, que não é também o absolutismo da realidade complexa, precisa ter a linguagem, o pensamento humano questionando isso. Hoje vc tem toda uma série de correntes que vivem num mundo puramente de palavras, simplesmente de jogos de palavras. Por isso que eu não gosto de Wittgenstein. Ele vê a realidade como jogo de palavras. Uma das fontes desse nominalismo atual é Wittgenstein."
Blog de Ernesto Araújo
https://www.metapoliticabrasil.com/
ALGO ESTÁ ACONTECENDO
"Algo está acontecendo no Brasil, colocando-nos na vanguarda de um processo mundial. Estamos derrubando as barreiras que separavam vários aspectos da vida e do pensamento humanos. As barreiras entre a vida material e a espiritual. Entre a economia e os valores profundos. Entre a política e o povo.
A elevação dessas barreiras, cada vez mais altas, vinha ameaçando sufocar a humanidade, com a regra absurda de que política é só política, economia é só economia, diplomacia é só diplomacia. Cada neurônio em um cubículo, sem se comunicar com os demais. Isso gerou sociedades técnicas, frias, sem viço. Embruteceu o pensamento humano.
Estamos derrubando essa horrível prisão do espírito feita de tantas celas solitárias. De repente, as ideias se reconectam aos sentimentos. As pessoas se reconectam aos seus próprios anseios profundos. Os cidadãos se reconectam uns aos outros e descobrem que formam uma nação. O próprio Deus, que era um prisioneiro triste acorrentado em uma daquelas celas, recomeça a circular livremente pela alma humana."
https://www.metapoliticabrasil.com/blog/algo-est%C3%A1-acontecendo *
"Uma pessoa que diz que a verdade é relativa está pedindo para que você não acredite nela." (Roger Scruton)
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