domingo, 4 de agosto de 2019

A ESPIRAL DO SILÊNCIO - ALEXIS DE TOCQUEVILLE - LIVRO DE ELISABETH NOELLE- NEUMANN


"Se algo assim existe realmente e se é um processo por meio do qual as ideologias e movimentos sociais se impõem ou desaparecem, autores de séculos anteriores devem tê-lo percebido de alguma forma. É pouco provável que um fenômeno deste tipo tenha passado despercebido diante da atenção de homens sensíveis e reflexivos como filósofos, estudiosos do direito e historiadores, que tanto pensaram e escreveram sobre os homens e seu mundo. Quando comecei a buscar entre os escritos de grandes autores do passado, alegrei-me ao encontrar uma descrição precisa da dinâmica da espiral do silêncio na história da Revolução Francesa, de Alexis de Tocqueville, publicada em 1856. Tocqueville descreve a decadência da Igreja na França em meados do século XVIII e o modo como o desdém pela religião se converteu em uma paixão generalizada e imperante entre os franceses. O silêncio da Igreja francesa, conta ele, foi um fator de primeira importância: "Os que continuavam crendo nas doutrinas da Igreja tinham medo de ficar sozinhos em sua fidelidade e, temendo mais a solidão do que o erro, declararam compartilhar das opiniões da maioria. Deste modo, o que era somente a opinião de uma parcela do país chegou a ser considerado como a vontade de todos e a aparecer, por isso, irresistível, inclusive para os que haviam contribuído para gerar essa falsa aparência." 

Do livro "A ESPIRAL DO SILÊNCIO", de Elizabeth Noelle-Neumann.

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DO PREFÁCIO DO LIVRO

Entre os princípios que constituem uma sociedade democrática está a liberdade de expressão, que consiste na materialização da liberdade da consciência, e é, portanto, fonte de todas as outras liberdades e condição sine qua non para a existência de uma coisa chamada individualidade humana.
(...) 
Em meus estudos sobre a cronologia dos planos de constituir um governo mundial, notei que ao longo do tempo um fator foi particularmente aprimorado com mais afinco que os demais. Depois de alguns projetos baseados principalmente na força militar, econômica e política, as iniciativas visando convencimento, persuasão e qualquer outro tipo de influência tornaram-se o foco das atenções destes planejadores, e por fim mostraram-se mais eficientes que os fuzis e as legislações. Mesmo quando comparada a outros aspectos como sistemas econômicos e iniciativas políticas, nenhuma outra área recebeu mais atenção daqueles que desejam controlar o mundo inteiro.

Como a eficácia deste tipo de iniciativa depende de um certo grau de discrição, a maioria das pessoas nem imagina que por trás de toda comunicação global, principalmente nos assuntos vitais e estratégicos, existe uma intenção deliberada de interferir na opinião das pessoas, com técnicas, métodos e experimentos. Na verdade poucos sabem que o controle da opinião pública é tema de inúmeros estudos e tem sido beneficiado com financiamentos de valores incalculáveis.

Qualquer um que tenha pesquisado sobre os regimes totalitários que inspiraram os projetos que hoje são conhecidos como Nova Ordem Mundial sabe que a questão da manipulação da opinião é central nesse processo. De Antonio Gramsci à Escola de Frankfurt, passando por diversos outros pensadores, fica evidente que a estratégia mudou drasticamente após os fracassos dos regimes soviético e nazista. O foco, que era “mudar a sociedade de cima para baixo”, transformou-se em uma série de iniciativas que têm como objetivo mudar antecipadamente o pensamento do indivíduo e desta forma enfrentar menos resistência para as futuras implantações.

Basta pensar um pouco para perceber que de nada adianta lutar contra as iniciativas políticas e econômicas que compõem estes planos sem conhecer a estratégia insidiosa que se esconde na comunicação de massa. E assim que eu percebi que esta era a chave para compreender o panorama e prever os rumos das decisões políticas, passei a procurar pelos estudos sobre o tema. O que eu não esperava é que a maioria dos estudos mais sérios e documentados sobre a influência da comunicação na formação das opiniões levava a um assunto ainda mais específico e profundo, a Espiral do Silêncio.

A autora deste estudo, que serviu a muitos outros sobre ciência política, opinião pública e mídia é uma professora alemã, Elisabeth Noelle-Neumann, nascida em Berlim em 1916 e falecida em 2010. Seus estudos, iniciados ainda na década de 1960, demonstram, de forma objetiva e indiscutível, que a psicologia humana obedece a certos preceitos para a formação da opinião, seja pública ou individual.

Olavo de Carvalho, que foi o grande responsável por aprofundar as questões levantadas por Noelle-Neumann no Brasil, explica a peculiaridade desta questão eminentemente psicológica, que atinge o imaginário e talvez até o subconsciente das pessoas. O filósofo sintetiza a Espiral do Silêncio como um jogo de impressões e de emoções vagas, e não um processo de doutrinação ideológica. 
(...)  
Logo no início o leitor já entende o que é, como funciona e quais os métodos utilizados, levantando hipóteses e abrindo para uma abordagem muito profunda sobre o poder de influência do que a autora chama de isolamento, a força ativadora da Espiral do Silêncio. 





A opinião pública não é simplesmente a soma das opiniões pessoais e nem mesmo a média entre elas. A autora mostra detalhadamente como os mais variados fatores, muitas vezes desconexos e até mesmo aparentemente contraditórios, tendem a direcionar o pensamento e o comportamento de uma maneira que as pesquisas mais superficiais nunca poderiam ou poderão revelar. Com este olhar diferenciado o livro desmonta diversos métodos simplórios de aferição usados em pesquisas cotidianas e mostra como esses levantamentos também são usados para manipular a opinião pública.

Também merece registro o enfoque na observação da forma que as notícias são propagadas, jogando luz não apenas sobre o conteúdo transmitido, o que leva o leitor a compreender e identificar o corporativismo da imprensa, seus reais objetivos, muitas vezes não declarados, e seus métodos de manipulação, exagero e ocultação da informação circulante.

Este livro oferece ainda o mais precioso dos instrumentos para demonstrar que existe manipulação deliberada na transmissão da informação. E prova que a aplicação da Espiral do Silêncio não é espontânea e definitivamente não é um fato isolado. Esta questão é decisiva porque muitas pessoas intuitivamente desconfiam que existe algum tipo de manipulação das informações, mas só conseguem enxergar interesses pontuais sobre a distorção de uma notícia, sem perceber que existem ligações com várias outras.

Com o politicamente correto onipresente e a disseminação avassaladora das iniciativas de engenharia social, o lançamento da primeira versão brasileira deste clássico é motivo de comemoração para todos que tenham interesse em proteger a sanidade das suas opiniões e dos seus posicionamentos. Boa leitura! 

Alexandre Costa 
http://ordem-natural.blogspot.com/2018/09/espiral-do-silencio-prefacio-alexandre.html




Maquiadores do crime
Olavo de Carvalho

Lenin dizia que, quando você tirou do adversário a vontade de lutar, já venceu a briga. Mas, nas modernas condições de “guerra assimétrica”, controlar a opinião pública tornou-se mais decisivo do que alcançar vitórias no campo militar. A regra leninista converte-se portanto automaticamente na técnica da “espiral do silêncio”: agora trata-se de extinguir, na alma do inimigo, não só sua disposição guerreira, mas até sua vontade de argumentar em defesa própria, seu mero impulso de dizer umas tímidas palavrinhas contra o agressor.O modo de alcançar esse objetivo é trabalhoso e caro, mas simples em essência: trata-se de atacar a honra do infeliz desde tantos lados, por tantos meios de comunicação diversos e com tamanha variedade de alegações contraditórias, com freqüência propositadamente absurdas e farsescas, de tal modo que ele, sentindo a inviabilidade de um debate limpo, acabe preferindo recolher-se ao silêncio. Nesse momento ele se torna politicamente defunto. O mal venceu mais uma batalha.

A técnica foi experimentada pela primeira vez no século XVIII. Foi tão pesada a carga de invencionices, chacotas, lendas urbanas e arremedos de pesquisa histórico-filológica que se jogou sobre a Igreja Católica, que os padres e teólogos acabaram achando que não valia a pena defender uma instituição venerável contra alegações tão baixas e maliciosas. Resultado: perderam a briga. O contraste entre a virulência, a baixeza, a ubiqüidade da propaganda anticatólica e a míngua, a timidez dos discursos de defesa ou contra-ataque, marcou a imagem da época, até hoje, com a fisionomia triunfante dos iluministas e revolucionários. Pior ainda: recobriu-os com a aura de uma superioridade intelectual que, no fim das contas, não possuíam de maneira alguma. A Igreja continuou ensinando, curando as almas, amparando os pobres, socorrendo os doentes, produzindo santos e mártires, mas foi como se nada disso tivesse acontecido. Para vocês fazerem uma idéia do poder entorpecente da “espiral do silêncio”, basta notar que, durante aquele período, uma só organização católica, a Companhia de Jesus, fez mais contribuições à ciência do que todos os seus detratores materialistas somados, mas foram estes que entraram para a História – e lá estão até hoje – como paladinos da razão científica em luta contra o obscurantismo. 

Foi só quase um século depois desses acontecimentos que Alexis de Tocqueville descobriu por que a Igreja perdera uma guerra que tinha tudo para vencer. Deve-se a ele a primeira formulação da teoria da “espiral do silêncio”, que, em extensa pesquisa sobre o comportamento da opinião pública na Alemanha, Elizabeth Noëlle-Neumann veio a confirmar integralmente em The Spiral of Silence: Public Opinion, Our Social Skin(2ª. ed., The University of Chicago Press, 1993). Calar-se ante o atacante desonesto é uma atitude tão suicida quanto tentar rebater suas acusações em termos “elevados”, conferindo-lhe uma dignidade que ele não tem. As duas coisas jogam você direto na voragem da “espiral do silêncio”. A Igreja do século XVIII cometeu esses dois erros, como a Igreja de hoje os está cometendo de novo.
http://olavodecarvalho.org/maquiadores-do-crime/


* ASSASSINATO DE REPUTAÇÃO DA DIREITA
"Já na Era FHC não havia direita. Havia esquerda e “centro”. Associada a palavra “direita” a toda sorte de crimes e abusos – objetivamente, no entanto, muito menores que os da esquerda –, todo direitista buscou prudente abrigo num inócuo meio-termo, sem saber que com isso se condenava à “espiral do silêncio” e à derrota inevitável. O passo seguinte foi rotular ao menos parte do “centro” como “extrema direita”, de modo que os centristas trocassem novamente de crachá. Quando o sr. Luís Inácio festejou como apoteose da democracia a ausência de candidatos presidenciais de direita nas presentes eleições, a obra da “espiral do silêncio” estava completa. Era a vitória final do “novo paradigma”: vote em quem quiser, contanto que seja de esquerda. É uma daquelas situações que o velho Karl Kraus diria impossíveis de satirizar, por já serem satíricas em si mesmas. Quem pode encarná-la melhor do que um palhaço profissional que alardeia como suprema razão para votarem nele a sua completa falta de qualificações para o cargo?"
Olavo de Carvalho
http://olavodecarvalho.org/a-voz-dos-fatos/

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“O brasileiro de hoje em dia é aquele sujeito valente que teme olhares e caretas como se fossem balas de canhão, que enfia o rabo entre as pernas à simples ideia de que falem mal dele, que troca a honra e a liberdade por um olhar de simpatia paternal de quem o despreza.” 
Olavo de Carvalho
 
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AGENDA LGBT NO STF E SENADO - CRÍTICA NACIONAL
https://criticanacional.com.br/2019/05/31/a-acao-da-agenda-lgbt-no-stf-no-senado-federal-2/
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DESVENDANDO AS FALÁCIAS SOBRE AS PESQUISAS DE OPINIÃO
http://avancabrasil.site/2019/05/31/exclusivo-desvendando-as-falacias-sobre-as-pesquisas-de-opiniao/
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POLITICAMENTE CORRETO E GENOCIDIO CULTURAL - OLAVO DE CARVALHO
https://youtu.be/Wz_LAp24JsQ
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Quando os questionamentos e os desmentidos não fazem obstáculo à mentira e ela floresce desimpedida, é porque há censura e controle do fluxo de informações. O resultado disso, pressentido, mas não pensado racionalmente, é o desastre. As pessoas sabem que o poder de censurar vem de cima, e baixam a cabeça. A sociedade pode, então,sentir que o mal está no comando, mas só alguns indivíduos têm coragem de traduzir isto em palavras e enfrentá-lo. Por isso se tornam líderes naturais, como é o caso de Olavo de Carvalho. 




Engraçado, todo mundo sabe que a censura acontece por causa de VERDADES, e não pelos motivos alegado. Mas fica tudo por isso mesmo.

CENSURA SIGNIFICA PERIGO
Por causa de discursos de "ódio" e outros vão acabar com a democracia, já que a democracia não funciona sem a liberdade de comunicar pensamentos, suspeitas, de alertar, de vigiar os poderes. A censura desarma e isola as pessoas, passando o estado a intermediar e controlar as relações. E este monopólio e concentração de poder, que é seu objetivo real, significa PERIGO para nós.  
A CENSURA ANUNCIA OUTROS CRIMES porque ela não tem justificativa lógica, aceitável. Ela é criada por uma minoria poderosa que tem o poder inclusive de desmentir fake news, cyberbullying, difamações, mas prefere amordaçar a maioria e acabar com a transparência democrática, criar a espiral do silêncio e um manto de opacidade que só favorece criminosos e tirania. MAIS PERIGO! 
Censura à maioria é um perigo maior do que qualquer ameaça que ela pretenda evitar.
 
Socialismo é um mal e não vai evoluir para algo melhor, mais humano, mais razoável porque contém dentro de si o mecanismo repressivo para impedir sua própria correção.
 

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