segunda-feira, 15 de abril de 2013

LAVAGEM CEREBRAL - ALDOUS HUXLEY



LAVAGEM CEREBRAL
ALDOUS HUXLEY
  
No decurso de suas experiências, que marcaram época, sobre os reflexos condicionados, Ivan Pavlov  notou que, quando submetidos a uma tensão física ou psíquica prolongada, os animais de laboratório exibiam todos os sintomas de uma grande depressão nervosa. Recusando-se a afrontar por mais tempo uma situação intolerável, seus cérebros entravam em greve, por assim dizer, e ou deixavam completamente de funcionar (o cão perdia a consciência) ou então lançavam mão da marcha lenta e da sabotagem (o cão comportava-se de modo incoerente, ou exibia o tipo de sintomas físicos que, num ser humano, denominaríamos histéricos).

Alguns animais são mais resistentes à tensão do que outros. Os cães que possuíam o que Pavlov denominava uma constituição "fortemente excitável" soçobravam mais depressa do que os cães dotados de um temperamento simplesmente "vivo" (em oposição ao temperamento colérico ou agitado). Identicamente, os cães "fracamente inibidos" esgotavam sua energia muito mais depressa do que os "tranqüilos e imperturbáveis". Mas até os cães mais resistentes eram incapazes de resistir indefinidamente. Se a tensão fosse suficientemente intensa ou prolongada, o cão acabava por soçobrar de um modo tão abjeto como o animal menos resistente de sua espécie.

As descobertas de Pavlov foram confirmadas da maneira mais aflitiva, e numa escala muito ampla, durante as duas guerras mundiais. Em conseqüência de uma única experiência catastrófica, ou de uma série de terrores menos violentos mas freqüentemente repetidos, os soldados apresentam um determinado número de problemas psicofísicos. Inconsciência temporária, agitação extrema, letargia, cegueira ou paralisia funcional, respostas inteiramente desconexas para o estímulo dos acontecimentos, alterações estranhas de comportamento — todos os sintomas que Pavlov observara em seus cães ressurgiram entre as vítimas do que foi denominado na Primeira Guerra Mundial "neurose de guerra" e, na Segunda, "fadiga de guerra".

Cada homem, como cada cão, tem o seu limite de resistência. A maior parte dos homens atinge esse limite após trinta dias de tensão, mais ou menos contínua, sob as condições do combate moderno. Os mais fracos sucumbem em quinze dias. Os mais fortes resistem quarenta e cinco ou até cinqüenta dias. Fortes ou fracos, todos finalmente soçobram. Todos, quer dizer, os que gozam de boa saúde. Porque, diga-se com sarcasmo, as únicas pessoas que conseguem suportar indefinidamente a pressão da guerra moderna são os psicopatas. A loucura individual é imune às conseqüências da loucura coletiva.

O fato de cada indivíduo ter um limite de resistência foi conhecido e explorado desde tempos remotos de uma maneira lamentavelmente pouco científica. Em alguns casos, a horrível desumanidade do homem para com o homem foi inspirada pelo amor à crueldade, devido à terrível fascinação que esta exerce.

Com muita freqüência, contudo, o puro sadismo foi abrandado pelo utilitarismo, pela teologia ou por razões de Estado. O castigo físico e outras formas de violência foram infligidos pelos homens da lei com o objetivo de soltar a língua das testemunhas obstinadas; por clérigos, a fim de punir os não-ortodoxos e os impelir a mudar de opiniões; pela polícia secreta, com a finalidade de extrair confissões de pessoas suspeitas de ser hostis ao governo.

(...) Agressões suficientemente amplas para causarem uma completa derrocada cerebral  podem ser efetuadas por meios que, embora abominavelmente desumanos, ficam aquém da tortura física. Seja o que for que tenha ocorrido outrora, parece mais ou menos razoável que a tortura já não é muito aplicada pela polícia comunista atual. Esta inspira-se não no inquisidor ou no SS, mas, sim, no fisiologista e em seus animais de laboratório, devidamente condicionados. Para o ditador e sua polícia, as descobertas de Pavlov têm conseqüências práticas importantes. Se o sistema nervoso central dos cães pode ser levado a soçobrar, o sistema nervoso central dos prisioneiros políticos pode sê-lo da mesma forma. É apenas uma questão de aplicar a quantidade exata de tensão durante o tempo adequado. Ao final do tratamento, o prisioneiro estará em estado de neurose ou de histeria e, portanto, apto a confessar o que os seus captores desejarem que ele confesse.

Contudo, a confissão não é suficiente. Um neurótico incurável jamais será útil a alguém. O ditador inteligente e prático não precisa de um paciente para ser hospitalizado, ou de uma vítima para ser abatida, porém de um convertido que trabalhe pela causa. Voltando-se mais uma vez para Pavlov, o ditador aprende que, no seu caminho para a queda final, os cães se tornam anormalmente sugestionáveis. Quando o paciente se encontra perto do limite de sua resistência cerebral, é fácil impor-lhe novos comportamentos, que permanecem radicados para sempre. O animal em que tais formas de comportamento foram implantadas jamais voltará a ser descondicionado; o que o animal aprendeu sob seu estado de tensão permanecerá como parte integrante de seu ser.

A tensão psicológica pode ser gerada de muitas maneiras. Os cães sentem-se perturbados quando os estímulos são demasiadamente fortes; quando o intervalo entre o estímulo e a resposta habitual é muito longo, e o animal, conservado num estado de suspensão psíquica; quando o cérebro fica confuso pelos estímulos inesperados; quando os estímulos não têm sentido dentro do universo de referências do paciente. Além disso, observou-se que, provocando deliberadamente o temor, a cólera ou a ansiedade, avolumava-se notavelmente a sugestionabilidade do cão. Se essas emoções forem levadas a um elevado grau de intensidade, durante um tempo relativamente longo, o cérebro entra "em greve". Quando isto acontece, podem instalar-se, com bastante êxito, novos padrões de comportamento.



Entre as causas físicas que desenvolvem a sugestionabilidade de um cão acham-se a fadiga, os ferimentos e todas as formas de doença. Para o aspirante a ditador, essas descobertas contêm importantes conseqüências práticas. Essas observações provam, por exemplo, que Hitler estava com a razão ao afirmar que as reuniões em massa eram mais eficientes à noite do que de dia. "Durante o,dia", escreveu Hitler, "a vontade do homem rebela-se com maior energia contra qualquer tentativa de submetê-lo a outras vontades e opiniões. À noite, porém, o homem sucumbe mais facilmente à força dominante de uma vontade mais forte .  Pavlov teria concordado com ele; a fadiga aumenta a sugestionabilidade. (É por esse motivo, entre outros, que as firmas que patrocinam um programa de televisão preferem as emissões noturnas e se prontificam a pagar caro a sua preferência.)

A doença é ainda mais efetiva do que a fadiga, no que tange à intensificação da sugestionabilidade. No passado, os quartos de doentes eram palcos de inumeráveis cenas de conversão religiosa. O ditador do futuro, cientificamente treinado, terá todos os hospitais dos seus domínios prontos para receber som e equipados com almofadas alto-falantes. A persuasão gravada permanecerá no ar vinte e quatro horas por dia, e os pacientes mais ilustres serão visitados por políticos salvadores de almas e transformadores de espíritos, como no passado seus ancestrais eram visitados por padres, freiras e leigos piedosos.

O fato de as emoções fortes e negativas tenderem a aumentar a sugestionabilidade e a facilitar, assim, uma substituição de opiniões, foi anotado e explorado muito antes de Pavlov. Como assinalou o dr. William Sargant em seu tão esclarecedor livro, Battle for the mind, o grande êxito de John Wesley como pregador baseava-se no conhecimento intuitivo do sistema nervoso central.  John Wesley iniciava seu sermão com uma descrição longa e minuciosa dos tormentos a que os seus ouvintes seriam, com certeza, condenados para todo o sempre, a menos que se convertessem. Depois, quando o medo e um sentimento de culpabilidade torturante levavam o auditório à beira, ou até, em alguns casos, à própria depressão cerebral, alterava o tom de voz e prometia a salvação àqueles que cressem e se arrependessem. Com esse método de pregação, Wesley converteu milhares de seres humanos. O pavor intenso e prolongado levava-os a soçobrar e gerava um estado de sugestionabilidade extremamente intensificada. Nessa situação, as pessoas eram capazes de aceitar, sem discussão, as afirmações teológicas do pregador. Depois disso, sua integridade era restabelecida com palavras de consolação, e saíam da provação com sistemas de comportamento novos, e geralmente melhores, implantados de modo indestrutível em seus espíritos e em seu sistema nervoso.

A eficiência da propaganda religiosa e política depende dos métodos aplicados, não das doutrinas ensinadas. Essas doutrinas podem ser verdadeiras ou falsas, sadias ou perniciosas — pouca ou nenhuma diferença faz. Se a doutrinação for efetivada de maneira proporcional ao estado adequado de exaustão nervosa, será eficiente. Sob condições favoráveis, praticamente qualquer pessoa pode ser convertida em qualquer coisa.

Possuímos descrições minuciosas dos métodos empregados pela polícia comunista em seu tratamento dos prisioneiros políticos. A partir do momento em que é detida, a vítima é automaticamente submetida a vários tipos de pressões físicas e psicológicas. É mal alimentada e alojada sem nenhum conforto, não lhe é permitido dormir mais que poucas horas por noite. E é conservada durante esse tempo num estado de tensão psíquica, de incerteza e de aguda apreensão. Dia após dia — ou melhor, noite após noite, porque esses policiais pavlovianos conhecem o valor da fadiga como intensificadora da sugestionabilidade —, é interrogada freqüentes vezes, durante horas seguidas, por interrogadores que se esforçam por amedrontá-la, por confundi-la e por desorientá-la.  Após algumas semanas ou meses de tal tratamento, seu cérebro entra em confusão, e a vítima confessa tudo o que seus captores querem que confesse. Então, se deve ser convertida, e não destruída, oferecem-lhe o conforto da esperança. Se ela aceitar a nova ideologia, pode ser salva — não, certamente, numa vida futura (porque, oficialmente, não há vida futura), mas na vida presente.

Métodos semelhantes, se bem que menos violentos, foram empregados durante a Guerra da Coréia em prisioneiros de guerra. Nos campos chineses onde se achavam, jovens prisioneiros ocidentais foram submetidos sistematicamente a pressões. Dessa forma, pelas mais ínfimas infrações das regras, os transgressores eram encaminhados ao gabinete do comandante, submetidos a interrogatório, tratados com arrogância e humilhados em público. E o processo se repetia, várias vezes, a qualquer hora do dia ou da noite. Essa hostilização seguida acarretava, em sua vítimas, uma sensação de desorientação e de ansiedade permanentes. Para lhes agravar o sentimento de culpa, ordenavam que os prisioneiros escrevessem e voltassem a escrever, com minúcias cada vez mais íntimas, longos relatórios suas de suas infrações. E depois de terem confessado suas culpas, era-lhes ordenado que confessassem as culpas de seus companheiros. O objetivo colimado consistia em criar dentro do  acampamento uma sociedade de pesadelo, onde um espionava e denunciava os outros. A essas pressões mentais acrescentavam-se as pressões físicas da subalimentação, do desconforto e da doença. O aumento de sugestionabilidade assim obtido era explorado habilmente pelos chineses, que saciavam esses cérebros anormalmente receptivos com grandes doses de literatura pró-comunista e anticapitalista. Essas técnicas pavlovianas eram altamente eficazes. Um em cada sete americanos era culpado de grave colaboração com as autoridades chinesas, informam-nos oficialmente, e um entre três, de colaboração técnica.

Não se deve cogitar que esse tipo de tratamento esteja reservado unicamente para os inimigos dos comunistas. Os jovens trabalhadores cuja função era, durante os primeiros anos do novo regime, agir como missionários e organizadores do regime, nas inúmeras cidades e aldeias da China, eram submetidos a um curso de doutrinação muito mais rígido do que aquele a que qualquer prisioneiro de guerra foi sujeito. Em seu livro China under communism, R. L. Walker descreve os métodos através dos quais os dirigentes do partido puderam forjar, a partir de homens e mulheres comuns, os milhares de fanáticos resolutamente devotados que lhes são necessários para propagar a doutrina comunista e fazer obedecer as suas ordens. Sob tal método de treinamento, o “material humano bruto” é remetido para campos especiais, onde é totalmente isolado de seus amigos, famílias e do mundo exterior em geral. Nesses campos ordenam-lhes que executem trabalhos esgotantes, físicos e mentais; nunca permanecem sós, estão sempre em grupos; são incentivados a espionarem-se mutuamente; mandam-lhes que escrevam autobiografias acusatórias; vivem num estado de medo permanente do terrível destino a que podem ser levados devido ao que tenha sido dito sobre eles por informantes ou ao que eles próprios confessaram.    



Nessa situação de crescente sugestionabilidade, fazem-nos seguir um curso intensivo de marxismo teórico e aplicado — um curso em que o fracasso no exame final pode acarretar não importa que sanção, desde expulsão vergonhosa até a permanência num campo de trabalhos forçados, ou mesmo a morte.  Após seis seis meses nessa espécie de treinamento, a prolongada tensão mental e física produz resultados que as experiências de Pavlov  teriam previsto. Um após outro, em grupos inteiros, os pacientes soçobram. Surgem indícios neuróticos e histéricos. Alguns se suicidam, outros (até vinte por cento do total, dizem-nos) adquirem uma doença mental grave. Os que sobrevivem aos rigores do método de conversão surgem com novos e impecáveis padrões de comportamento. Todas as suas ligações com o passado — família, amigos, tradições — foram rompidas. São homens novos, recriados à imagem de seus novos deuses e inteiramente dedicados a seu serviço.

Nas novas comunidades populares da China, ao que parece, os métodos educacionais até agora reservados aos missionários são atualmente usados para todos. Um dia de trabalho de doze horas assegura um estado de permanente exaustão; espionagem, delação e policiais em toda parte geram uma ansiedade crônica; e a forçada repressão dos impulsos sexuais e das e das afeições comuns tende a criar uma profunda e irremediável  frustração. Nos homens, mulheres e crianças manipulados pelos tais métodos por Pavlov, há freqüentemente uma incessante tormenta de comando e asserções dogmáticas incandescentes e hinos de ódio, de horrendos castigos mitigados por milhares de promessas de coisas gloriosas. Quantos milhões se dobrarão sob essa forma de educação resta a ser visto. 

Em todos os países comunistas, dezenas de milhares desses jovens, disciplinados e devotados, são preparados todos os anos em centenas de centros de formação. O que os jesuítas fizeram na Igreja Católica da Contra-Reforma estão a fazê-lo agora esses produtos de um treinamento mais científico e ainda mais rígido, e continuarão, sem dúvida, a praticá-lo nos partidos comunistas da Europa, da Ásia e da África.

Em política, Pavlov parece ter sido um liberal da velha guarda. Mas, por uma estranha ironia da sorte, suas investigações e as teorias nas quais se baseou trouxeram à realidade um grande exército de fanáticos dedicados de alma e coração, de reflexos e de sistema nervoso, à destruição do liberalismo à moda antiga, onde quer que ele se encontre. A lavagem cerebral, tal como é agora praticada, é uma técnica híbrida, em parte dependente, no que se refere à sua eficiência, do emprego metódico da violência, em parte da habilidade de manipulação psicológica. Representa a tradição de 1984 em sua marcha para se tornar a tradição do Admirável Mundo Novo.




E é bem estranho que até hoje esses psicopatas totalitaristas continuem justificando: "TUDO PELO SOCIAL"...
Que eu saiba a sociedade e o Estado é que foram criados para o bem do indivíduo, que é a parte sensível, viva, consciente e em crescimento, não uma abstração. Quando o indivíduo é mutilado, impedido de ser e de crescer, destruído pela sociedade, esta perde sua função, perde seu sentido de ser. É melhor voltar para a selva.




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Veja mais em

Dois estudos sobre Aldous Huxley Olavo de Carvalho
Prefácios a Admirável Mundo Novo e A Ilha
http://www.olavodecarvalho.org/textos/huxley.htm

KGB, PAVLOV E LAVAGEM CEREBRAL
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2013/12/kgb-governo-pelo-terror-pavlov-lavagem.html

PSICOPOLÍTICA
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2013/04/psicopolitica.html

HIPNOSE EM MASSA / EDUCAÇÃO NA NOVA ORDEM http://conspiratio3.blogspot.com.br/2013/02/hipnose-em-massa-e-educacao-na-nova.htm

FORMAÇÃO DO IMBECIL COLETIVO PELA EDUCAÇÃO
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2013/02/formacao-do-imbecil-coletivo-pela.html

O POLÍTICAMENTE CORRETO COMO ARMA
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O INCENTIVO À DELAÇÃO NO TOTALITARISMO: DIVIDIR PARA CONQUISTAR http://conspiratio3.blogspot.com.br/2013/02/o-incentivo-delacao-e-o-totalitarismo.html

CRISES, CRIMES E MENTIRAS SÃO FERRAMENTA DE TRABALHO  http://conspiratio3.blogspot.com.br/2013/02/crimes-e-mentiras-sao-ferramenta-de.html

 
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COMO VENCER UM DEBATE SEM PRECISAR TER RAZÃO - ARTHUR SCHOPENHAUER -
http://livraria.seminariodefilosofia.org/Olavo-de-Carvalho/Como-Vencer-Um-Debate-Sem-Precisar-Ter-Razão/flypage.tpl.html

"é um tratado de patifaria intelectual, não para uso dos patifes e sim de suas possíveis vítimas, isto é, nós, o povo. Obra de um espírito arguto e particularmente sensível aos ardis da malícia humana, é um receituário de precauções contra a argumentação desonesta - aquele tipo de polêmica interesseira onde o que importa não é provar, mas vencer. No Brasil de hoje, a edição deste livro é um empreendimento de saúde pública." Comentado por Olavo de Carvalho

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"O imbecil coletivo não é, de fato, a mera soma de um certo número de imbecis individuais. É, ao contrário, uma coletividade de pessoas de inteligência normal ou mesmo superior que se reúnem movidas pelo desejo comum de imbecilizar-se umas às outras. Se é desejo consciente ou inconsciente não vem ao caso: o que importa é que o objetivo geralmente é alcançado. Como? O processo tem três fases. Primeiro, cada membro da coletividade compromete-se a nada perceber que não esteja também sendo percebido simultaneamente por todos os outros. Segundo, todos juram crer que o recorte minimizados assim obtido é o único verdadeiro mundo. Terceiro, todos professam que o mínimo divisor comum mental que opera esse recorte é infinitamente mais inteligente do que qualquer indivíduo humano de dentro ou de fora do grupo, já que, segundo uma autorizada porta-voz dessa entidade coletiva, "a psicanálise, com o conceito de inconsciente, e o marxismo, com o de ideologia, estabeleceram limites intransponíveis para a crença no poderio total da consciência autônoma, enfatizando seus limites" ( sic )13. Assim, se um dos membros da coletividade é mordido por um cachorro, deve imediatamente telefonar para os demais e perguntar-lhes se foi de fato mordido por um cachorro. Se lhe responderem que se trata de mera impressão subjetiva ( o que se dará na maioria dos casos, já que é altamente improvável que os cachorros entrem num acordo de só morder as pessoas na presença de uma parcela significativa da comunidade letrada ), ele deve incontinente renunciar a considerar esse episódio um fato objetivo, podendo porém continuar a falar dele em público, se o quiser, a título de expressão pessoal criativa ou de crença religiosa. Para o imbecil coletivo, tudo o que não possa ser confirmado pelo testemunho unânime da Intelligentzia, simplesmente não existe."  (O IMBECIL COLETIVO, de Olavo de Carvalho)

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A ROUPA NOVA DO REI  


Não permitas que o CENSOR cale teu SENSOR. A mentira divide e a verdade integra. Depois de matarem uma parte de si, ELES podem matar qualquer coisa. Com as armas da mentira, eles obtém o que querem: a tua MENTE DISSOCIADA, superficial e submissa, preparada para acatar tudo. O caminho de volta é a sinceridade interior, é voltar a dar atenção à tua própria percepção, e pensar dialogando com ela.


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www.delinks.blogspot.com

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