quarta-feira, 22 de outubro de 2025

OLAVO DE CARVALHO - RELAÇÕES AMOROSAS, CASAMENTO, ADULTÉRIO, SEXO, SOLIDÃO, GENÉTICA, TRANSCENDÊNCIA

 

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1:12 O tal do sexo fora do casamento. Eu nunca entendi o que essa expressão quer dizer. Porque se o casamento é um sacramento e quem oficia o matrimônio não é o sacerdote, mas são os próprios noivos, então, na hora que você foi pra cama com a dona, você casou com ela automaticamente, embora não saiba. Então, não existe sexo fora do casamento, só existe casamento e adultério. Então, você fez um primeiro casamento, depois fez uma sucessão memorável de adultérios, né? Certo? Então, todos estavam tentando expressar qual é a diferença entre o sexo fora do casamento e o sexo no casamento, né? Então, surgiu a ideia, surgiram as expressões padronizadas, que é o sexo por prazer e o sexo com algum significado. E eu interferi dizendo exatamente o que eu vou dizer para vocês agora. Nenhum ato humano é sem significado. Não está nos poderes humanos fazer algo que escape do reino semântico. Não existe isso. Qualquer coisa, por mais mínima,  mínima que você faça, significa algo, remete a alguma outra coisa sempre, sempre, sempre, sempre. Então, não é possível esse negócio, vamos dizer do sexo por prazer. Então, o que acontece é que as pessoas têm uma experiência e elas não sabem expressar aquela experiência, então elas apelam a um estereótipo. Como a palavra prazer entrou em circulação desde que o Dr. Freud inventou o princípio do prazer, então as pessoas diziam: "Ah, é prazer." Eu digo, mas espera um pouquinho. Não é possível algum indivíduo ter a mais mínima excitação sexual por desejo de prazer. Isto é impossível. Prazer é um conceito abstrato. Conceitos abstratos, meu filho, não excitam ninguém. Quando você sente uma excitação sexual em relação a um objeto real, que pode ser um objeto fisicamente presente, um objeto imaginário, se você for um masturbador compulsivo, mas este objeto imaginário não é um conceito abstrato, né? É alguma pessoa, tá certo? Alguma situação, tá certo? Então, o que as pessoas buscam no sexo? Elas buscam este  objeto, e não o prazer. O prazer é o nome que elas dão. Quer dizer, há um conjunto de sensações que acompanha aquilo, mas o objetivo não é o prazer, o objetivo é aquele objeto mesmo. tá entendendo? Então, quando você diz que sexo por prazer, não, você está usando uma expressão metonímica. E você está designando a coisa por um efeito subjetivo remoto e não pela substância dela. Ora, se as pessoas não consegue às vezes nem expressar, vamos dizer, experiências mais simples, quanto mais será difícil para elas expressar, vamos dizer, o que que é a experiência sexual, Então elas acabam usando, né, metáforas, metonímias e tomando essas coisas como se fossem realidades. Então falam que tem aqui o sexo por prazer e o sexo por não sei o quê, entendeu? Eu digo, olha, sexo por prazer nunca existiu, nunca jamais, a não ser que o sujeito pense no conceito de prazer e fique excitado com isso. É uma perversão nova que eu acabo de inventar, tá certo? O sujeito pensa, lê lá no dicionário, prazer, tal coisa e começa a ficar tarado, né? Isso nunca aconteceu, muito menos pra mim, e suponho que nunca tenha acontecido pra ninguém. Tá certo? Mas então, eu pensei, até hoje tanta gente fala de sexo, de amor, de prazer, de casamento, mas eu nunca vi ninguém descrever exatamente o que que é a experiência sexual. As pessoas não são capazes de descrever a experiência. (...) O que a pessoa está procurando no ato sexual? O que ela está fazendo realmente? Eu tenho na minha cabeça uma descrição fenomenológica da experiência, tá certo? Em primeiro lugar, qualquer ato sexual, seja bom, seja mau, seja lícito, ilícito, seja normal, seja pervertido, que tenha você lá a opinião que tenha, ele é sempre um contato, a busca de um contato. Sem contato no ato sexual, pode ser até o contato imaginário, tá certo? mas se não houver a expectativa desse contato, não há ato sexual, não há excitação, não há coisa nenhuma. Se o sujeito começar a pensar assim: eu estou sozinho, trancado do meu banheiro, não há ninguém aqui além de mim mesmo e eu não estou nem mesmo conseguindo pensar, né, numa mulher pelada, num objeto qualquer, né? Daí simplesmente acabou o sexo, meu  filho, né? Quer dizer que mesmo o sexo solitário implica o impulso de um contato. Então este primeiro primeiro elemento, tá certo? Esse contato, então é o quê? Ele rompe a sua solidão corporal, não é isto? Então, cada um de nós se sente isolado no seu corpo. E esta é uma situação realmente  insuportável, né? Quer dizer, você tá como se tudo o que você experimenta no mundo viesse apenas do seu corpo, você seria a criatura mais solitária do mundo. Você estaria realmente dentro de uma prisão. Essa experiência gnóstica do corpo como prisão. Já expliquei várias vezes que no meu entender, o gnosticismo não é uma doutrina, é um conjunto enorme de doutrinas, inclusive contraditórias, que tenta expressar uma experiência. Essa experiência é uma constante da existência humana. Todo mundo tem a experiência gnóstica. E esta solidão corporal é um dos elementos fundamentais que induzem o sujeito a buscar alívio em teorias gnósticas que ele inventa para esse fim. Então, desde logo, nós não aguentamos viver fechados nos nossos corpos. Se não fosse isso, ninguém teria  experiência sexual alguma. Tá certo? É claro que não é só o sexo que rompe isso. Quando você é pequeno, sua mãe, seu pai te carregam no colo e te enchem de carinho. Por que que eles fazem isso? Por que que um bebê tá chorando e você pega e o afaga e ele acalma? É a experiência da solidão corporal, ele não está se aguentando. Ou seja, a situação de imanência, (transcendente é aquilo que está para além de nós e imanente é o que está só em nós), a situação de imanência em nós mesmos é insuportável desde que nós nascemos. Só que depois nós crescemos e ninguém mais nos pega no colo, não é isto? E frequentemente a gente vê as pessoas viverem, vamos dizer, num distanciamento corporal absolutamente angustiante, né? Em certos ambientes, você vê o que aconteceu outro dia com o sujeito que tava, acho que foi no Brasil, né? Sujeito foi preso porque estava afagando o filho, tava dando um beijinho no filho, na praia. Filha. é, acho que era um italiano, turista italiano, tava lá fazendo carinho na filha, foi preso como pedófilo. Você vê que tipo de mundo nós estamos entrando, hein? Quer dizer, você pode pode se travestir, se vestir de mulher, se vestir de freira e na igreja entrar na fila da comunhão, né? E ninguém pode reclamar disso, mas você não pode afagar a sua própria filha. Claro que é um mundo louco, né? Então, esse contato assinala, declara a absoluta necessidade do indivíduo transcender os limites da sua corporalidade. E ele transcende na medida em que as sensações dele, sensações corporais dele são determinadas pelas sensações corporais de um outro que não é ele. Isso acontece em qualquer relação sexual, mesmo as mais doentias e mórbidas. Até no estupro isso acontece. Quer dizer, o estuprador precisa que a sua vítima sinta algo. E isto que a vítima sente vai determinar o que ele sente. Tá entendendo? Então isso acontece em qualquer relação sexual, por mais crua e elementar que ela seja. Então há uma autotranscendência ali de qualquer maneira. Quer dizer, até um psicopata estuprador tem esta experiência.  Você denominar isso de prazer é até você diminuir as coisas. Porque isso evidentemente é uma é uma libertação do isolamento corporal. Então, bom, esses dois elementos estão sempre presentes. Há um terceiro elemento que está presente, que é o elemento genético. Quer dizer, em qualquer relação sexual, você está colocando em movimento certos fluidos que contém todo o seu código genético ali dentro, quer você queira, quer não. Até o masturbador encerrado no seu banheiro é com isso, com esse material que ele está lidando, quer ele pense nisso ou não. Tá certo? Isso quer dizer, vamos dizer que numa numa relação sexual existe um encontro entre duas linhas de herança genética que vem desde o começo do mundo. Isso acontece realmente, quer você esteja pensando nisso ou não? Quer dizer, isto é a substância real do ato sexual, né? Então, quer dizer que estas linhas que são em princípio são separadas, elas se encontram de modo que a transcendência da limitação corporal de cada um vai até muito além do círculo de experiência individual. Então, quer dizer, no ato sexual você está participando da história genética da espécie. Mesmo que a sua relação não tenha, entre aspas, finalidade procreativa, né?  Não é, na verdade, não existe finalidade procriativa, existe a realidade da procriação que está presente, quer você queira, quer não. E quer esta esta procriação, vamos dizer, se realize ou seja frustrada, ela está presente necessariamente, tá certo? O que quer dizer que no ato sexual o indivíduo se transcende, não só, por assim dizer, horizontalmente, quer dizer, no contato com um outro, mas se transcende verticalmente no sentido de toda a linhagem genética que está presente ali. De certo modo, é quase toda a humanidade que tá participando daquilo. Note bem que isto não é um componente psicológico da relação, sexual, mas é um componente substantivo, né? No instante em que se estabelece este contato, vamos dizer, fisicamente, ele tem uma série de acompanhamentos psicológicos que, em geral são bem mais limitados do que a realidade do que tá acontecendo. Quer dizer, aquilo que o indivíduo conscientiza, que ele sente conscientemente, não abrange tudo que está acontecendo, né, naquele ato. E o simples fato de não abranger impele o indivíduo a intensificar a experiência, porque ele sempre sabe que tem alguma coisa mais para lá, além daquilo que ele está sentindo tem mais. Ele não sabe o quê, mas tá presente. E eu acho que quem quer que tenha transado uma vez na vida pode confirmar o que eu tô dizendo. Existe sempre um para lá. Isso quer dizer que existe uma espécie de tensão entre o que está realmente acontecendo e o círculo daquilo que as pessoas reconhecem, sentem que está acontecendo. Então, existe também vários níveis de comparticipação  psicológica. Mas o que é essa psicológica? O que que eu quero dizer com psicológico? Quer dizer que as pessoas estão pensando? Eu digo Não, você sabe que durante a maior parte do ato sexual você não pensa coisa nenhuma. Você só tem percepções. E isso significa que a atividade mental é reduzida ao mínimo. Ora, como é possível você sentir tanta coisa se a atividade mental está se reduzindo ao mínimo? Isso quer dizer que você está tendo ali o tipo de percepção que você tem no experimento de morte próxima. Dito de outro modo, as pessoas que estão se juntando, elas estão inteiras ali. Não está só a parte que elas sabem, né? Então, vamos dizer, são as duas almas imortais, são as pessoas inteiras. Note bem que isto acontece em qualquer relação sexual, mesmo a mais banal. Quer dizer que ela só pode ser banal no sentido do que o indivíduo capta e não no sentido do que tá acontecendo, A parte psicológica, quer dizer, o que os indivíduos envolvidos captam frequentemente é tão reduzida, tão reduzida, que ela vira uma caricatura do que realmente se passou. Quer dizer, a imensa riqueza daquele acontecimento escapa às pessoas. Escapa por quê? Porque a sua mente não está preparada para a realidade do que ela tá vivendo. Isso quer dizer que depois, mediante uma palavrinha ou duas, o indivíduo pode reduzir o significado do que do que se passou, mas nem por isso ele deixou de viver a experiência na sua totalidade, não é isto? Então, aí surge sempre o problema de como articular essa essa tensão entre o que efetivamente se passa e o que você absorve. Então, na medida em que existe, vamos dizer, uma insinuação da presença da alma imortal, é  justamente neste momento, é justamente por este fator que aquele momento da relação sexual lhe parece interminável. Como se aquilo fosse durar para sempre ou como se aquilo tivesse abolido o tempo. Essa abolição do tempo equivale a diminuição da atividade cerebral e, portanto, a abertura para dimensões maiores. Isso está sempre acontecendo. Agora, a narrativa que a pessoa faz da experiência para si mesmo pode ser extraordinariamente reduzida. Isto quer dizer que aqueles dois que participaram daquele ato, naquele momento, e que abriram um para o outro toda esta imensidão de experiência, podem não ser capazes de se comunicar sobre ela depois. Quando você nota esta coisa, a diminuição da atividade mental e ao mesmo tempo a ampliação da experiência, você entende a expressão bíblica conhecer. Abraão conheceu Sara. Quer dizer, naquele momento ele sabe tudo a respeito de Sara. E Sara sabe tudo a respeito dele, né? Porque não são dois eus narrativos ou dois sociais que estão no contato periférico e também não são dois corpos que estão ali se esfregando. É, os corpos estão se esfregando sim, mas através deles aparece tudo isso. Se fosse somente os corpos esfregando, você não sentiria mais nada do que quando você se coça. Ou uma pessoa coça as suas costas. Então isso quer dizer que a riqueza do ato sexual, ela pode se incorporar em mais ou em menos à sua experiência consciente, ao seu eu narrativo. Mas é claro que aí também existe uma espécie de comproporcionalidade. Só é possível fazer isso junto. Não dá para cada um fazer por conta própria. Isso quer dizer que de certo modo a sua percepção do que está se passando depende da percepção que a outra pessoa tem. Quer dizer que ou existe um acesso consciente a essa dimensão mais vasta da parte de ambos ou a percepção que cada um terá daquilo será diminuído.

 

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O MAIOR engano sobre AMOR e SEXO | Olavo de Carvalho https://youtu.be/yGmhpOYbyK0

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LIVRO - Roger Scruton Desejo Sexual - Uma Investigação Filosófica https://livraria.seminariodefilosofia.org/desejo-sexual

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 PRECIOSIDADE - CLARICE LISPECTOR Thomas Giulliano https://youtu.be/7GaZgMmUAqU


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"Hoje entendo que o esquerdismo não é um ideal, uma crença, uma filosofia: é uma doença moral horrível, a substituição do senso instintivo do bem e do mal por um conjunto de artifícios lógicos que, por etapas, vão levando da mera perversão à inversão completa, à santificação do mal e à condenação do bem." Olavo de Carvalho https://conspiratio3.blogspot.com/2023/05/olavo-de-carvalho-forca-diabolica-que.html

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TOTALITARISMO E IDEOLOGIA - VACLAV HAVEL "No sistema "pós-totalitário", portanto, viver dentro da verdade tem mais do que uma mera dimensão existencial (devolvendo a humanidade à sua natureza inerente), ou uma dimensão noética (revelando a realidade como ela é), ou uma dimensão moral (dando um exemplo para outros). Tem também uma dimensão política inequívoca. Se o principal pilar do sistema é viver uma mentira, então não é surpreendente que a ameaça fundamental ao mesmo seja viver a verdade. É por isso que deve ser reprimido mais severamente do que qualquer outra coisa." https://conspiratio3.blogspot.com/2023/11/tudo-e-politica.html

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"Filho do homem, tu habitas no meio da casa rebelde, que tem olhos para ver e não vê, e tem ouvidos para ouvir e não ouve; porque é casa rebelde."   Ezequiel 12:2

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"O medo de enxergar o tamanho do mal já é sinal de submissão ao demônio." Olavo de Carvalho

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"Salvarei o Brasil se ouvir em todas as casas ao menos uma jaculatória da minha Coroa das Lágrimas"  "Por vossa mansidão divina, ó Jesus manietado, salvai o mundo do erro que o ameaça."

GRANDES PROMESSAS https://youtu.be/TuAsi3ZTrZI 

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REZE PELO BRASIL. REZE PELA VERDADE. Ela está em perigo de extinção, substituída por ideologias e pretextos. 

 

 

ORAÇÃO RETROAGE? - "Noutro dia, quando o Doutor entrou na cela de Padre Pio, encontrou-o rezando. Quando terminou, Padre Pio disse:
— Por favor, desculpe-me! Estava rezando por meu avô.
— Mas o senhor não me disse que ele já estava no céu?
— Sim, ele está. — respondeu Padre Pio. — Mas as orações que disse por ele agora, e aquelas que direi no futuro, ajudaram-no a chegar lá."
John McCaffery, Padre Pio, Histórias e Memórias

 


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