sexta-feira, 6 de setembro de 2024

OLAVO DE CARVALHO - O cristianismo é a origem de todas as revoluções no Ocidente

 

6:04 Então foi por isso que anos atrás  me surgiu a ideia de ver se não havia uma unidade no plano da forma, isso é, da Lógica interna do movimento revolucionário. E esta lógica, toda ela  se baseia, vamos dizer, numa fórmula comum que é repetida igualmente em todos estes casos que é a própria ideia de revolução. Então o que é uma revolução? Uma revolução é uma proposta de refazer a sociedade de alto a baixo por meio da concentração do poder na mão de um grupo de  guias ou intelectuais iluminados. Isto é comum a toda esta gente. E se nós perguntarmos onde começou este negócio, você vê, quando eu comecei   a publicar coisas sobre o movimento revolucionário eu dizia claramente: eu não tenho ideia da origem, eu não sei quando começou. Agora, eu já não posso dizer o mesmo, eu sei quando começou, ou eu sei quando pela primeira vez na história do Ocidente aparece  esta ideia e ela aparece nas revoluções hussitas e taboritas do século XV, que eram movimentos cristãos. E esses movimentos se caracterizavam pela idéia de uma reforma total da sociedade para impor o cristianismo tal como eles o entendiam. Então, tratava-se de certo modo de você apressar o juízo final, ou pelo menos você aplanar o caminho para o senhor. Quer dizer, para apressar a vinda de Cristo, então tínhamos que montar uma sociedade cristã na qual talvez Jesus Cristo se sentisse à vontade, quando na verdade o próprio evangelho diz que quando Cristo voltar não haverá mais fé no mundo. Pelo menos pergunta: haverá ainda fé no mundo quando Cristo voltar? Eu não lembro onde, mas isso tá em algum lugar do Evangelho. Então na verdade a vinda do Cristo é causada  vamos dizer não pelo Império mundial do cristianismo, mas justamente ao contrário, pelo reino do Anticristo. Não é isso? Em segundo lugar, o pessoal também confunde a vinda do Cristo com o fim do mundo. Também tem isso. Não é a mesma coisa. Mas, de qualquer modo, o intuito deles era baseado no que tinham lido nos Evangelhos. Então, esse cidadão chamado  John (Jan) Hus (1372–1415) e um pessoal do movimento chamado taboreta (taboritas) porque se reunia num monte que chamavam de Tábor, copiando o nome da montanha onde Cristo se apresentou para os apóstolos, onde houve a transfiguração do Cristo. E esses movimentos, a ideia deles era  eliminar o mal no mundo mediante a matança dos maus e instaurar, então, o império dos bons. E isso, evidentemente, foi a primeira proposta revolucionária. Você não encontrará  uma ideia similar em parte alguma da história do Ocidente. Na verdade na história do mundo você não tem um precedente (Islã?) Opa eu descobri onde começou esta coisa e esta coisa começa dentro do  cristianismo, com um conteúdo ideológico cristão. Você pode dizer que não era ortodoxo, que era herético, etc. Mas, afinal de conta, o que caracteriza uma heresia é a sua presunção de representar o  verdadeiro cristianismo. Quer dizer, uma doutrina que não seja cristã, que seja extra cristã não pode  ser chamado herética, o marxismo, por exemplo, não é herético, o positivismo não é herético, são apenas outra outras doutrinas estranhas, alheias ou inimigas, mas não são heresias. então  heresia tem de surgir de dentro do cristianismo. Então, se o conteúdo dessas desses primeiros movimentos revolucionários é um conteúdo cristão e, se depois disso, vão surgindo novos e  novos movimentos revolucionários, cada um com um conteúdo ideológico diferente, então, quer dizer, o conteúdo não interessa, o que interessa é o esquema originário e este é o problema, não o conteúdo das  ideologias. Quando você tá aí combatendo o conteúdo das ideologias, bom, aparece outra ideologia revolucionária e outra e outra e outra e outra e outra. Pode até aparecer ideologia revolucionária de tipo Liberal. Por exemplo, o que que tá acontecendo na China senão uma espécie de Revolução Liberal? Onde um governo comunista com estrutura comunista está implantando uma economia Liberal na  sociedade sem que isto afete esquema do Poder Centralizado. Nos anos 90 os sábios iluminados aqui diziam que liberalizando a  economia iria liberalizar o regime. E eu insistia: uma coisa não tem absolutamente nada a ver com outra, porque um regime político não é determinado pela sua base econômica. Isto é uma coisa fundamental, quer dizer, nesse ponto dizer o Marxismo tá 100% errado e, aliás, o Ernesto Laclau é que tem razão, quer dizer o governo comunista  se impõe pela propaganda, independentemente de qual seja a estrutura social que tem embaixo. Tanto que governos comunistas se implantaram em países com estrutura social completamente diferente como,  vamos dizer, a Rússia, a Hungria, Cuba, países da África, etc. etc. Esses países não eram, não tinham a mesma estrutura Econômica, no entanto o Marxismo vai lá e toma conta, quer dizer, o que tem que ver, vamos dizer, por exemplo, a situação de Angola com a situação da China ou de Cuba? São  países completamente diferentes, mas o Marxismo é o mesmo, a ideologia dominante é a mesma, e o meio, o método de governo é também o mesmo. Então, simplesmente, vamos concluir dos fatos Não, não há conexão identificável entre a estrutura econômica da sociedade e a forma  de governo que um grupo iluminado implanta nela. Não quer dizer que não haja relação, mas não há conexão causal identificável. Então isso quer dizer que o Cristão que tenta  diagnosticar a situação atual com base apenas na ideia do humanismo ateu ele está se crecendo de que a coisa surge não fora e contra o cristianismo  mas de dentro do cristianismo. Portanto deve haver algum ponto em que o próprio cristianismo é por sua própria natureza vulnerável a essas coisas. E o ponto onde ele é vulnerável é exatamente a segunda vinda de Cristo, que é uma  coisa que ninguém sabe e o próprio Cristo diz que não sabe. Porque pelo menos ele diz que não sabe quando é a data do fim do mundo. Então, isso quer dizer que todo o universo cristão se funda num ponto que nós ignoramos, que nós não sabemos, e sobre o qual não temos nenhum controle. E onde quer que a situação social, econômica, moral, etc., se torne opressiva ao nível do insuportável, então as pessoas começam a querer o fim do mundo ou querer a segunda vinda do Cristo já!  Então, esse, de certo modo, é a tentação permanente. Isto surge, veja, o movimento revolucionário surge no  século XV, mas a ideia de que a vinda do Cristo é para o dia seguinte surgiu no dia seguinte da morte de Cristo. A primeira geração de cristãos tinha uma discussão enorme sobre isso e o próprio São Paulo Apóstolo não sabe direito o que pensar a esse respeito. Ele não está entre os que esperam a vinda do Cristo no dia seguinte, mas ele também não não contesta isto  francamente. Quer dizer, havia um imenso ponto de interrogação que está presente ainda. Então, vamos dizer, este é o ponto fraco do cristianismo. Cristo prometeu que vai voltar, mas  não disse quando, então, vamos dizer, por mais cristão que você seja, esta é uma situação difícil de aguentar porque ela tira de nós imediatamente toda esperança de um melhoramento  das coisas neste mundo e, na verdade, não é possível você Ser Cristão e ter alguma esperança desse  melhoramento. A ideia de Um Mundo Melhor é uma das ideias mais anticristãs do mundo. Se você é cristão, você tem que entender que o mundo nunca vai melhorar, nunca. Você pode consertar uma coisinha aqui, mas você cria outro problema lá. É sempre assim.

Continua em "Olavo de Carvalho - Descristianização do Ocidente"

 


*

KUSTER - O MILENARISMO DE JOAQUIM DE FIORE, ORIGEM DE MUITOS PROBLEMAS NA IGREJA E FORA DELA https://youtu.be/i8jYGISpLs0?t=2582

*

"Não há nada de tão estúpido nos dias de hoje que não tenha algum precedente histórico. A Marcha das Vadias e essa baderna gay no Parlamento contra o Marco Feliciano não são exceções. Escandalizar pela obscenidade para solapar a autoridade religiosa foi uma tática usada pelos revolucionários hussitas e taboritas no século XV, com uma prostituta pelada sendo levada de igreja em igreja e colocada nos altares. Assim começaram uma revolução que culminaria no massacre de todas as autoridades municipais em Praga. Os crentes ficaram tão escandalizados que não souberam reagir em tempo. Como dizia uma velha canção americana, “Oh when will they ever learn?” " https://olavodecarvalhofb.wordpress.com/2013/08/

OLAVO DE CARVALHO Por volta do século XV começaram a aparecer na Europa umas seitas de fanáticos que imaginavam estar tão próximos e íntimos de Deus que haviam transcendido a possibilidade de pecar. Por isso, podiam trapacear, roubar, matar e cometer toda sorte de iniquidades sem jamais ir para o inferno e sem poder ser criticados. Historiadores de primeira ordem como Norman Cohn e James Billington mostraram que tudo o que hoje se chama "esquerda" surgiu diretamente dessas seitas e conservou todo o seu espírito autobeatificante e criminoso. Vajam o Lula comparando-se a Jesus Cristo ou leiam qualquer órgão da grande mérdia brasileira e entenderão do que estou falando.

*

A revolução abrangente  

Olavo de Carvalho  2013

(...) O segundo traço a que me refiro reside em que o movimento revolucionário não pretende só modificar a situação aqui ou ali, mas dirigir o curso integral da história do mundo. Desde suas origens mais remotas – as rebeliões dos hussitas e taboritas no século 15 – esse movimento já trouxe consigo uma interpretação abrangente da história universal e a ambição, ou necessidade compulsiva, de amoldar a ela, até em seus detalhes mais mínimos, a vida de toda a humanidade vindoura.

Somente uma outra força histórica abraçou meta semelhante: o Islã. Imaginar que a Cristandade teve objetivo similar é uma ilusão de ótica. O cristianismo sempre lutou pela expansão mundial, mas levando a povos e nações uma mensagem de salvação que se dirigia às almas individuais  – sem trazer junto nenhum projeto abrangente de uma nova sociedade, antes adaptando-se plasticamente às mais diversas realidades sociais, culturais e políticas que encontrava pela frente.

O Islã, ao contrário, é por essência um projeto de sociedade, um código civil completo que regula todas relações humanas — sociais, econômicas, familiares, políticas etc. — e, a rigor, apenas  aceita conviver com outras formas de sociedade enquanto não se sente forte o bastante para islamizá-las de alto a baixo e banir do espaço público – e até mesmo da vida privada – tudo o que não seja expressamente determinado pelo Corão.

Não espanta, portanto, que, após se haverem ignorado mutuamente por longo tempo, o Islã e o movimento revolucionário viessem a se dar as mãos tão logo a luta de classes e a luta de raças, nas primeiras décadas do século 20, com o comunismo e o nazismo,  respectivamente, assumiram a feição explícita de uma guerra de culturas e de nações pelo domínio do globo terrestre.

É certo que essa aliança não poderá durar eternamente. Uma luta de morte entre muçulmanos e revolucionários será inevitável tão logo uns e outros se sintam a salvo de seus inimigos comuns. Mas não há um prazo certo para isso acontecer.

 O que importa é que esses dois traços – a indefinição plástica das metas e a universalidade das ambições – asseguram ao movimento revolucionário uma flexibilidade de meios de ação que desnorteia os seus adversários e lhe permite transfigurar derrotas em vitórias como num passe de mágica.

Os exemplos mais notórios são o sucesso político obtido pelo Vietnã do Norte após a destruição quase completa das suas forças militares, o ressurgimento mundial do esquerdismo quando a queda da URSS parecia anunciar a sua extinção próxima e, em escala menor e mais local, o processo em curso que vai transformando as Farc, de grupo guerrilheiro militarmente moribundo, em força política triunfante, legalmente reconhecida.

Em face desse monstro de mil faces e de inumeráveis tentáculos, as resistências que se apresentam são apenas parciais e episódicas, baseadas quase sempre em uma visão paroquialmente estreita dos fatores em jogo, ora inspirada em valores religiosos, ora em sentimentos patrióticos daqui ou dali, ora em interesses econômicos de grupos e facções.

Na verdade,  essas forças de resistência sobrevivem não pelos seus próprios méritos, mas tão somente pelo caráter essencialmente negativo do movimento revolucionário, um movimento que cresce por autodestruição e nada pode construir de estável.

https://olavodecarvalho.org/a-revolucao-abrangente/

*

O poder da loucura - I  

Olavo de Carvalho 2011

O discurso comunista mudou muito ao longo dos tempos. Começou declarando que a classe revolucionária, incumbida de destruir o capitalismo, era o proletariado industrial. Desde Herbert Marcuse, acredita que os proletários são uns vendidos e que a tarefa de transformar o mundo cabe aos estudantes, prostitutas, bandidos e drogados (e, no Brasil, aos funcionários públicos, que Marx considerava aliados naturais da burguesia). Começou proclamando que idéias e doutrinas eram apenas um véu de aparências tecido em cima do interesse de classe. Decorrido um século e meio, admite, com Ernesto Laclau, que as classes nem mesmo existem, que são criadas pela propaganda revolucionária conforme os interesses do Partido no momento. https://olavodecarvalho.org/o-poder-da-loucura-i/

*

ORIGEM DO COMUNISMO https://conspiratio3.blogspot.com/p/origem-do-comunismo.html  

*

O COMUNISMO NA REALIDADE 

27:41  Então isso quer dizer: nós só podemos entender o comunismo como um movimento mundial voltado à conquista do poder em toda parte, pelos meios mais variados e  imprevisíveis e, portanto, com as justificativas ideológicas mais variadas imprevisíveis. Daí a pergunta é: mas se ele não tem unidade ideológica, não há unidade num discurso, onde está a unidade então? Este é o outro item absolutamente fundamental para entender o comunismo. A unidade do comunismo é de tipo hierárquico. Então é obediência a um comando estratégico que determina as variações locais e as controla e administra usando o acelerador e o breque e vários outros instrumentos. O comunismo tem de ser entendido como uma organização material, tão material quanto  um exército ou quanto um Estado, só que é uma organização transnacional, transEstadual, tá certo, e Transcontinental. Por que quando Fidel Castro começa a organizar a sua guerrilha ele convoca a conferência tricontinental? mostra um movimento que abrangia no mínimo três continentes na verdade mais de três. Olavo de Carvalho

*

*

Dúvidas: Se o movimento revolucionário foi inventado por Lúcifer, é bem antigo. Não existem antecedentes revolucionários anteriores ao século XV? Os Cátaros, talvez? Ouvi, de um professor de História, talvez Lucas Lancaster, que a maioria das grandes heresias se originaram do Oriente. Creio que o Islã foi um dos focos. E de Nicholas Hagger, li que elas deram origem às revoluções religiosas e políticas.

*

Bruna Torlay "E tanto o genocídio promovido pelo nazismo quanto os genocídios promovidos pelo comunismo têm por base o fato de que a uma casta tudo, aos outros a morte. Esse é o ponto." https://conspiratio3.blogspot.com/2022/02/bruna-torlay-desenhando-o-cancelamento.html

 

* * * * * * *

TOTALITARISMO E IDEOLOGIA - VACLAV HAVEL "No sistema "pós-totalitário", portanto, viver dentro da verdade tem mais do que uma mera dimensão existencial (devolvendo a humanidade à sua natureza inerente), ou uma dimensão noética (revelando a realidade como ela é), ou uma dimensão moral (dando um exemplo para outros). Tem também uma dimensão política inequívoca. Se o principal pilar do sistema é viver uma mentira, então não é surpreendente que a ameaça fundamental ao mesmo seja viver a verdade. É por isso que deve ser reprimido mais severamente do que qualquer outra coisa." https://conspiratio3.blogspot.com/2023/11/tudo-e-politica.html

 

São Paulo precisa de um milagre! 

"Salvarei o Brasil se ouvir em todas as casas ao menos uma jaculatória da minha Coroa das Lágrimas"  https://youtu.be/Po12Ny6K2kI?t=26

GRANDES PROMESSAS https://youtu.be/TuAsi3ZTrZI 

*          

"O medo de enxergar o tamanho do mal já é sinal de submissão ao demônio." Olavo de Carvalho


REZE PELO BRASIL. REZE PELA VERDADE. Ela está em perigo de extinção permanente, substituída por ideologias e pretextos. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário