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ROGER SCRUTON: As ideologias totalitárias têm essa característica: legitimam o ressentimento de uma elite ao mesmo tempo estimulam o ressentimento daqueles que esta elite necessita em sua busca de vantagens que ainda lhe são inacessíveis. Esta elite constrói sua identidade com base no repúdio à antiga ordem e atribui a si mesma um papel de líder e professora do povo.
Quando é analisado com a arrogância do super-homem de Nietzsche, o ressentimento pode se assemelhar ao resíduo amargo da "moral do escravo": uma pobreza de espírito que surge quando as pessoas sentem mais prazer em destruir outras do que em se desenvolver.
É claro que os primeiros ressentidos (revolucionários) morrerão, muitos deles vítimas da máquina que construíram para destruir os outros. Talvez algum deles morra de causas naturais, embora uma das lições da história recente seja a descoberta de que são poucos. Por fim, a máquina passará a funcionar em piloto automático, e seu software se solidificará em seu hardware. Este é o estágio final do totalitarismo, um estágio que não foi alcançado pelos jacobinos nem pelos nazistas, mas apenas pelos comunistas. Em tal circunstância, que Václav Havel ousou chamar de "pós-totalitária", a máquina controla a si mesma e é abastecida por sua própria destilação do ressentimento original. As pessoas aprendem a "viver dentro da mentira", como disse Havel, e praticam suas traições cotidianas com uma condescendência rotineira, pagando sua dívida com a máquina e esperando que alguém, em algum lugar, saiba como desligá-la. (Texto com base em "ARGUMENTOS PARA O CONSERVADORISMO" de Roger Scruton)*
Se não fizermos nada pela verdade, a mentira e a censura nos transformarão na esquerda totalitária que tanto nos horroriza.
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"Quando se deixa de acreditar em Deus, passa-se a acreditar em qualquer coisa." G. K. Chesterton
RELATIVIZAR A VERDADE, ABSOLUTIZA A OPINIÃO.
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