O Processo de Kravchenko - O Comunismo no Banco dos Réus
Nina Berberova
Sinopse O Processo de Kravchenko - O Comunismo no Banco dos Réus
Paris, 1949. Victor Kravchenko, um dos mais importantes dissidentes soviéticos, enfrenta os intelectuais comunistas franceses no que foi considerado "o julgamento do século". Vítima de uma campanha de difamação promovida pelos comunistas entrincheirados no jornal Les Lettres Françaises, Kravchenko foi à França provar as denúncias que fez no seu livro, o bestseller "Eu Escolhi a Liberdade".
O processo ultrapassou o campo da mera difamação para colocar o regime comunista no banco dos réus. Com audiências lotadas e grande cobertura da imprensa mundial, as testemunhas de Kravchenko falaram pela primeira vez sobre a fome na Ucrânia, sobre os expurgos políticos e, 15 anos antes de Soljenítsin, sobre o inferno dos gulag, os campos de concentração soviéticos. O caso acabou se tornando o preâmbulo do movimento anti-totalitário dos anos 70.
O processo se deu em meio a violentos debates e emocionantes depoimentos de vítimas do regime stalinista, narrados, neste livro, pela jovem escritora Nina Berberova a um jornal francês editado por emigrantes russos.
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“Kravchenco, um exilado russo em Paris, publicou em 1946 o primeiro testemunho detalhado sobre os campos de concentração soviéticos. Imediatamente ergueu-se contra ele o vozerio maciço da intelectualidade francesa — numa gama que ia do comunista Roger Garaudy e seu “companheiro de viagem” Jean-Paul Sartre até as revistas católicas 𝐸𝑠𝑝𝑟𝑖𝑡 e 𝑇𝑒́𝑚𝑜𝑖𝑔𝑛𝑎𝑔𝑒 𝐶ℎ𝑟𝑒́𝑡𝑖𝑒𝑛 (pois na França os Boffs & Bettos já abundavam naquela data) — para acusá-lo de ser um mentiroso a soldo da CIA. Homem simples, Kravchenco enfrentou com brio a assembléia de vacas sagradas, processando seus detratores e trazendo para diante do júri dezenas de ex-prisioneiros, entre os quais Margarete Buber-Neumann, neta do eminente filósofo Martin Buber, que confirmaram de ponta a ponta seu depoimento. Sartre 𝑒𝑡 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑟𝑣𝑎 foram condenados a pagar indenização, mas o vencedor, velho e extenuado, morreu logo depois da batalha. Então foi fácil para seus inimigos fazer baixar sobre o caso uma pesada e durável cortina de silêncio. O livro de Kravchenco, 𝐸𝑠𝑐𝑜𝑙ℎ𝑖 𝑎 𝑙𝑖𝑏𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒, é hoje impossível de encontrar exceto em sebos.” (Olavo de Carvalho — Socialismo e cara-de-pau; em: O Leão e os Ossos) https://www.facebook.com/profile.php?id=100034519098630
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