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quarta-feira, 25 de abril de 2018

A CORRUPÇÃO DA INTELIGÊNCIA - LIVRO DE FLÁVIO GORDON



Encontro com a verdade

Intelectuais sérios conhecem algumas das características fundamentais do marxismo: a pretensão de não só explicar o mundo em sua completude, mas reconstruí-lo por meio da revolução total, isto é, a destruição da ordem, das estruturas governamentais aos costumes mais arraigados da população; o maquiavelismo absoluto, para o qual toda prática é sempre oportuna e está previamente justificada se servir, de forma tática ou estratégica, à conquista do poder, ou seja, dispensa-se, por princípio, qualquer preocupação ética; para desagregar, confundir e, se possível, estabelecer o caos, vociferar contra tudo, apontando interesses escusos e irreveláveis mesmo quando não existem, de maneira que restem apenas os próprios marxistas como exemplos de honestidade.

Se tais deletérias particularidades só constassem de embolorados e esquecidos manuais, escritos, entre o final do século XIX e início do XX, em russo ou alemão, o leitor poderia sorrir, até mesmo com menosprezo, desviar sua atenção e recolocar este volume na prateleira. Mas nosso problema, grave problema, é que neste exato momento, em universidades, colégios, editoras e redações, há profissionais pensando e agindo de acordo com essas premissas — e difundindo- as como se representassem a verdade e o caminho para se construir uma sociedade perfeita.

Este é o primeiro motivo que faz de A corrupção da inteligência , de Flávio Gordon, um livro fundamental. Ao longo de suas páginas, o leitor descobrirá os antecedentes do processo que, no Brasil, perverteu a produção artística e intelectual, abrindo às ideias marxistas todos os setores da vida: das rodas de samba à Academia Brasileira de Letras, dos sindicatos às universidades, das associações de bairro ao Palácio do Planalto, dos terreiros de umbanda à CNBB — uma teia de controle ideológico que abarca a programação televisiva, as políticas editorais, a escola de nossos filhos, a filosofia e a teologia, a produção literária e os comentaristas, aparentemente isentos, das rádios, da Web, dos jornais.

Mas Gordon, doutor em Antropologia pela UFRJ, não se restringe às origens do problema. Não. Ele tem perfeita consciência daquilo que amplos setores da intelectualidade nacional preferem esquecer: os escândalos e as crises institucionais que hoje vivemos são “a expressão, na política, da hegemonia que a esquerda conquistou na cultura”. E mais: representam “a tentativa de transpor essa hegemonia para o interior do Estado”. Esquerda, aliás, que não se resume ao PT, como podem pensar os apressados, mas inclui a social-democracia tucana, “primeira fase de um mesmo projeto hegemônico de esquerda” — corresponsabilidade que Gordon, numa irônica alusão ao romance Os demônios, de Dostoievski, assim resume: “O PSDB é Vierkhovienski pai; o PT é Vierkhovienski filho.” Pacto, nem sempre silencioso, que nos trouxe até a crise recente e nos legou “a expressão mais acabada de um estado de degeneração cultural”: Luís Inácio Lula da Silva. Com ele e seus partidários estivemos a poucos passos do que Eric Voegelin, filósofo caro a Flávio Gordon, definiu como o “despotismo de uma elite espiritualmente corrupta”, única realidade a que o marxismo conduz — verdade comprovada pela história. Mas, apesar de não termos chegado ao governo despótico, estamos no seu vestíbulo, obrigados, ainda citando Voegelin, a nos defender constantemente dos marxistas, “pessoas que sabem que suas opiniões não podem se sustentar diante de uma análise crítica e, por isso, proíbem que as premissas dos seus dogmas sejam analisadas”. Não por outro motivo Voegelin acusa Marx — na crítica implacável do ensaio Ciência, política e gnosticismo — de ser um “vigarista intelectual”.

De todos os setores corrompidos pela ideologia marxista, o jornalismo e a universidade são os mais visíveis. Em ambos pretende-se destruir a coerência, minar a lucidez e, repetindo o que os esquerdistas fazem na política, “eliminar o dissenso e a heterogeneidade”, como bem sintetiza Gordon.

Na universidade, principalmente nos cursos de ciências humanas — sob a influência não só de Marx, mas de seus discípulos, Gramsci e Marcuse — imperam, segundo as palavras de Flávio Gordon, “tribalização e animosidade”; a “riquíssima história cultural brasileira” está reduzida a “uma autobiografia da nossa esquerda política”; sob o predomínio da “confusão” e da “ausência de parâmetros”, a linguagem “já não serve para referir a realidade, senão apenas para manifestar intenções subjetivas e induzir respostas emocionais”. Há significativo número de professores exercitando a “avidez imoral” de utilizar aquele espaço de pesquisa e estudo “como meio de autoafirmação político- ideológica”. Textos e aulas estão impregnados do jargão hermético sob o qual se refugiam os medíocres — e esses iluminados mestres não se cansam de moldar a consciência dos alunos por meio de orientações capciosas.

Referendando o que Gordon denuncia, certa aluna relatou-me, há poucos meses, estas prescrições recebidas de sua orientadora no mestrado: deve-se substituir o termo “homem” por “ser humano”, a fim de demonstrar solidariedade à causa feminista; não é admissível o uso da palavra “raciocínio”, pois ela remete a “um pensamento frio, cartesiano, que rejeita sensibilidades distintas”; para não se opor ao necessário relativismo, o adjetivo “natural” também precisa ser descartado, uma vez que “supõe a existência de alguma forma de normalidade” — o que, para o marxismo, é inaceitável; a expressão “creio que” deve ser igualmente esquecida, pois refere-se à “cosmovisão judaico- cristã”, um “estágio cultural praticamente superado”. Pior que tal controle linguístico, só mesmo o testemunho — tão cômico quanto dramático — de outra aluna, matriculada no curso de Letras: um professor, logo na primeira aula, defendeu, emocionado, a urgência de se estudar “a territorialidade da folha A4”. Mais que relatos humorísticos, esses absurdos obedecem ao que Olavo de Carvalho — outro filósofo caro a Flávio Gordon — não cansa de apontar: o controle esquerdista do imaginário, a perfeita hegemonia cultural, começa sempre na esfera linguística. “A esquerda sabe que, antes de tudo, é necessário sedimentar a linguagem numa camisa de força; mudar a acepção das palavras; impedir que as figuras de linguagem sejam analisadas, imantando-as com um apelo emocional direto e contundente”, afirma Olavo.

No que se refere ao jornalismo, Gordon repete análise perfeita, salientando como sua linguagem tornou-se “enviesada e hesitante; nada pode ser dito sem medo de ofender ou violar alguma norma do moralismo progressista, com toda a sua seletividade e duplo padrão de julgamento”. E acrescenta: “A diferença entre realidade e versão desaparece sob o uso abusivo do discurso indireto: ‘segundo fulano’, ‘sicrano alega que’, ‘na opinião de beltrano’ — pouco importando, nesse jornalismo declaratório, se o que dizem fulano, sicrano e beltrano é verdade ou mentira.” Gordon salienta “o esquematismo interpretativo estereotipado”, que simplifica a realidade transformando-a na “expressão do conflito essencial entre ‘oprimidos’ e ‘opressores’ definidos aprioristicamente e de modo estanque”. Assim como na universidade, “palavras e expressões são suprimidas, estranhos eufemismos criados, a sintaxe corrompe-se”. Eric Voegelin está certo: os marxistas especializam-se em “esconder seu não pensamento com jogos de palavras”.

Diagnosticado o problema, o que restaria às mentes obscurecidas pelo marxismo? Estariam condenadas a vagar sem rumo, balbuciando palavras de ordem leninistas? Restaria aos jovens apenas a opção da agenda marcusiana, ou seja, o que Gordon chama, com acerto, de “luta pelos direitos do baixo-ventre”? Não conseguiriam ultrapassar o “estágio puramente libidinal do desenvolvimento ortogenético humano”? Estariam obrigados a repetir em praça pública, até a velhice, diante de seus filhos e netos, as novíssimas formas de protesto, que “se resumem a vômito, cuspe, excreção, defecação, inserções anais e vaginais”? Ou seguirão, na maturidade, o comportamento de seus professores, que se submetem a universidades transformadas, de acordo com a síntese perfeita de Flávio Gordon, em “ambientes totalitários”, nos quais todos estão obrigados a “tratar o ridículo com reverência”?

Excerto da apresentação do livro, por Rodrigo Gurgel

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DO LIVRO "A CORRUPÇÃO DA INTELIGÊNCIA" - No dia 02 de outubro de 2002, seis dias antes do primeiro turno das eleições presidenciais, o jornal francês Le Monde publica uma matéria sobre Lula intitulada: “A esquerda brasileira às raias do poder”. O conteúdo da reportagem tinha o caráter de falar sobre a biografia de Lula, destacando suas tentativas anteriores de elerger-se Presidente. Gordon transcreve um trecho dessa matéria em seu livro, a qual reproduzo in verbis:  Em privado, Lula, aos 58 anos de idade, confessa em alto e bom som que a eleição é uma “FARSA” [a matéria coloca aspas de citação e itálico, indicando tratar-se de termo do próprio Lula] pela qual é preciso passar a fim de se chegar ao poder. Donde, entre outras inovações dificilmente digeríveis pelo radicais do partido, sua decisão de confiar a organização de sua campanha ao guru nacional do marketing político, Duda Mendonça. http://www.reporternews.com.br/artigo/2127/o_que_fizeram_com_o_brasil
 Le Monde: La gauche brésilienne aux marches du pouvoir“En privé, Lula, âgé de 56 ans, pense tout haut que l'élection est une farce et qu'il faut en passer par là pour prendre le pouvoir. D'où, entre autres innovations difficilement digérées par les ultras du parti, sa décision de confier l'organisation de sa campagne au gourou national du marketing politique, Duda Mendonça”
http://obrasileouniverso.blogspot.com.br/2010/07/pt-e-farc-uma-cronologia_21.html

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FLÁVIO GORDON - Este blog nasceu da constatação de que o Brasil, alinhado com outros países da América Latina, vem numa escalada vigorosa rumo ao totalitarismo. É possível perceber, nas mais diferentes esferas, indícios de que estamos próximos – se é que já não chegamos lá – de viver em pleno 1984, de George Orwell. Orwell, aliás, foi um dos primeiros a perceber que toda revolução totalitária é precedida por uma revolução semântica, e esse é um dos temas centrais do presente blog.

Creio que o Brasil está passando por um processo de deturpação da linguagem pública, especialmente política. Tal deturpação cria uma camada semântica protetora, bloqueando o acesso à realidade, e impossibilitando sua correta expressão. É como se tivéssemos passado ao largo das bases fundamentais do pensamento ocidental, ignorando a criação da filosofia e ciência política por Sócrates, Platão e Aristóteles. Como se estes pensadores nunca tivessem existido para além de pequenos círculos de estudiosos, o Brasil parece ter adotado o paradigma sofista, onde a retórica e o consenso público - reforçado hoje pela "rebelião das massas", no sentido de Ortega y Gasset - eram mais importantes do que a verdade. Como dizia outro autor que admiro muito, o filósofo político Eric Voegelin, o totalitarismo é menos um fenômeno político e mais um fenômeno pneumopatológico, ou seja, uma doença do espírito. Ele começa na mente doentia de alguns guias espirituais e líderes políticos e, daí, quando não encontra uma reação firme e pronta, se espalha para toda a sociedade. Como mostrou Voegelin no magistral “Hitler e os Alemães”, isso foi o que aconteceu na Alemanha, por exemplo, permitindo a ascensão do nazismo. A sociedade alemã, na época, não teve a coragem de perceber a extensão do problema, nem tampouco possuía meios de descrevê-lo corretamente. Mutatis Mutandis, creio que algo semelhante ocorre no Brasil. Os grandes responsáveis por isso são, a meu ver, os formadores de opinião: imprensa, comentaristas políticos, artistas, intelectuais.

O fato é que a sociedade brasileira está cada vez mais suscetível a todo tipo de totalitarismo, e o domínio que o atual governo exerce sobre diversos domínios sociais - chegando mesmo a impor um quadro de referências e linguagem permitido - é um claro sinal. Este blog pretende reunir amostras que nos ajudem a compreender como o Brasil e o Universo puderam se distanciar tanto...
http://obrasileouniverso.blogspot.com.br/

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A ciência moderna, na sua melhor expressão, está certa em tudo que afirma e errada em tudo que nega. Dizer que a mesa concreta é na verdade um bando de átomos é de uma estupidez atroz. Mas o modelo atômico, no seu nível ontológico, é perfeitamente correto e operacional. E os exemplos poderiam se multiplicar indefinidamente: cada descoberta é usada para negar tipos de conhecimento e de objetos que não se relacionam de forma alguma com o domínio propriamente físico. E adivinhem: a turma do cientificismo só gosta da parte da negação. Conhecer os resultados reais da ciência é bem complicado, mas qualquer bocó pode dizer que "tudo é relativo" desde Einstein.
https://www.facebook.com/rmurilo08/posts/10156022952505395

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O POLITICAMENTE CORRETO SE FUNDAMENTA EM NADA - AUGUSTIN LAGE - "A ideologia de gênero é uma imposição que foi decidida pelas costas das pessoas"
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2018/02/o-politicamente-correto-nao-se.html

OS DEZ MANDAMENTO DA ESCRAVIDÃO MORAL 
https://medicinaefilosofia.blogspot.com/2017/04/os-dez-mandamentos-da-escravidao-moral.html

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