https://youtu.be/6vcnZNNF2no
*
Vladimir Tismaneanu, O Diabo na História:
"Para o filósofo polonês Leszek Kolakowski, o bolchevismo e o fascismo representaram duas encarnações da presença desastrosa do diabo na história: "O diabo (...) inventou Estados ideológicos, ou seja, Estados cuja legitimidade é fundada no fato de seus proprietários serem proprietários da verdade. Se te opões a tal Estado ou a seu sistema, és um inimigo da verdade." (...) Ambos os movimentos revolucionários execravam e denunciavam o liberalismo, a democracia e o parlamentarismo como degradações da verdadeira política, que transcenderia todas as divisões através do estabelecimento de comunidades perfeitas (definidas como sem classe ou racialmente). Fundamentalmente ateus, assim o comunismo como o fascismo organizaram seus objetivos políticos em discursos de suposta emancipação, agindo como religiões políticas destinadas a livrar o indivíduo das imposições da moralidade e legalidade tradicionais."
"Aqui está a essência e mistério das experiências totalitárias do século XX: "a rejeição completa de todas as barreiras e todas as restrições que a política, a civilização, a moralidade, a religião, os sentimentos naturais de compaixão e as idéias universais de fraternidade construíram a fim de moderar, reprimir ou sublimar o potencial humano para a violência coletiva ou individual."
As similaridades reais entre os experimentos comunista e fascista (o papel crucial do partido, a preeminência da ideologia, a polícia secreta ubíqua, a fascinação com a tecnologia, o culto frenético do "Homem Novo", a celebração quase-religiosa do líder carismático) não devem turvar distinções significativas (sendo uma a ausência, no nazismo, de julgamentos-espetáculos ou expurgos intrapartidários permanente)."
"Concordo com o cientista político Pierre Hassner que, a despeito das diferenças entre stalinismo e nazismo, afirma que sua característica comum fundamental e definidora foi seu frenesi genocida.(...) Por outro lado, assim o stalinismo como o nazismo procuravam "inimigos objetivos" e operavam com noções de culpa coletiva, ou mesmo genética."
"No caminho da transformação permanente, ambos, comunismo e fascismo imaginaram a EXTINÇÃO DO INDIVÍDUO (ou melhor, visavam a ela), inventando critérios igualmente obrigatórios de fé, lealdade, e status cristalizados num mito político diretor. E, de fato, isto define a religiosidade de uma existência coletiva - "Quando alguém sujeita todos os recursos do espírito, todas as submissões da vontade, todos os ardores do fanatismo a uma causa ou a um ser que se torna a finalidade e o guia de todos os pensamentos e ações." Assim o stalinismo como o nazismo enfatizaram a necessidade de integração social e pertencimento comunal através da exclusão de OUTROS específicos." "Elas fiavam-se em "criar cumplicidade, ao passo que operavam isolando e destruindo uma minoria escolhida, cujo estado aterrorizado confirmava o desejo racional do resto de ser incluído e protegido." A legitimidade deles era baseada numa síntese entre coerção e consentimento."
*
O movimento revolucionário, como os psicopatas, tenta ocultar e
destruir as informações reais sobre eles. E quando estão no poder
instalam seu monopólio da informação, para que as pessoas aceitem, sem
questionar, a versão invertida dos fatos e até a própria censura
camuflada. Isso causa certo mal-estar e muitos problemas mentais, mas
não ocorre a ninguém investigar a manipulação a que estão submissas.
A escassez de verdades e o excesso de mentiras e idéias sem pé nem cabeça compõem um universo insano cujas referências e aval são as autoridades criminosas que o governam. Acho que as pessoas pressentem o tamanho do monstro e baixam a cabeça, sem assumir que essa cumplicidade vai gerar o inferno na Terra.
"A uniformidade de opiniões, ódios e preconceitos, as estratégias coordenadas com a velocidade do raio, a completa ausência de pluralismo e debate já deveriam bastar para qualquer pessoa inteligente perceber que a mídia brasileira é um órgão de controle social ditatorial, não de promoção da democracia. Mas, como essa realidade é chocante e assustadora, muitos preferem fingir que não a enxergam."
*
Outro exemplo característico: odiando os bolcheviques até à morte, os nazistas copiaram deles as técnicas de polícia política e campos de concentração -- na verdade as únicas que existiam na época para eliminar oposições em massa. Sob pretextos opostos, agiram igual.
*
REPRESSÃO À LIBERDADE DE EXPRESSÃO
"Por outro lado, a discriminação ideológica nos sistemas comunistas tem a finalidade de proibir outras idéias e de impor as suas. São duas surpreendentes formas de tirania inacreditável, total. O pensamento é a mais criadora das forças: descobre o que é novo. O homem não pode viver nem produzir se não pensar e meditar. Mesmo que possam negá-lo, os comunistas são forçados a aceitar, na prática, esta verdade. Por isso, procuram tornar impossível o predomínio de outro pensamento que não seja o deles. O homem pode renunciar a muitas coisas, mas tem necessidade de pensar e comunicar seus pensamentos. É um sofrimento profundo ser compelido a silenciar quando se tem necessidade de expressão. OBRIGAR O HOMEM A NÃO PENSAR, A EXPRESSAR PENSAMENTOS QUE NÃO SÃO OS SEUS, É A PIOR FORMA DE TIRANIA. A limitação da liberdade de pensamento não constitui apenas um ataque a direitos sociais e políticos específicos, mas também ao próprio ser humano como tal."
SEM CENSURA, A MENTIRA NÃO COLA - "O cidadão, no sistema comunista, vive oprimido (...) Em última análise, todos os jornais são oficiais, bem como o rádio e outros meios de comunicação. Os resultados de tudo isso não são grandes, e em nenhum caso correspondem aos meios e medidas empregados. Porém, resultados consideráveis são conseguidos tornando IMPOSSÍVEL A MANIFESTAÇÃO DE OPINIÕES que não sejam as oficiais e combatendo as idéias contrárias. " (Milovan Djilas – “A Nova Classe”)
Olavo de Carvalho - "A
experiência de todos os países comunistas prova, sem a menor margem de
dúvida, que a esquerda revolucionária sempre esteve consciente da
importância crucial da censura e dos limites à liberdade de expressão
para a conquista e o exercício do poder. Essa é a única razão pela qual
os esquerdistas tanto combatem essas coisas numa democracia sobre a qual
ainda não tenham o poder total: para assegurar que elas estarão sempre
sob o seu controle monopolístico, sem que o adversário tenha a menor
chance de usá-las -- ou se usar qualquer recurso que remotamente se
pareça com elas -- para a manutenção da ordem legal vigente.
*
A DIREITA PRECISA DA VERDADE, A ESQUERDA PRECISA DA CENSURA
https://conspiratio3.blogspot.com/2019/04/a-direita-precisa-da-verdade-esquerda.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário