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quinta-feira, 4 de abril de 2019

Guten Morgen Drops #1: Suas definições de nazismo foram atualizadas

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O Estadão, em desabalada carreira para se igualar à Folha de São Paulo, decidiu listar seis livros que supostamente afirmam a hipótese do nazismo ser uma ideologia de "extrema-direita", entre eles Origens do Totalitarismo, de Arendt, que afirma que nazismo e comunismo são irmãos totalitários

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Olavo de Carvalho O nazismo tem elementos ideológicos de esquerda e de direita, mas um nazismo exclusivamente direitista foi invenção tardia da propaganda soviética.

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Embora essas questões de definição ideológica sempre tenham alguma ambiguidade, há um fato que não pode ser esquecido, mas que todos os tagarelas esquerdistas desconhecem ou fingem desconhecer. Nos anos 30, a origem esquerdista e revolucionária do fascismo e do nazismo não era contestada nem por seus adeptos, nem por seus adversários. Exemplos, Drieu La Rochelle ("Socialisme Fasciste"), Hermann Rauschning, os economistas austríacos, Winston Churchill e o fascismo antinazista francês, todos de acordo nesse ponto.
O "nazismo de direita" só veio a a aparecer com a onda universal de propaganda soviética depois que a URSS rompeu seu acordo com a Alemanha nazista.

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Quem são os escritores que classificaram nazismo como esquerdista
http://estudosnacionais.com/reportagem/quem-sao-os-escritores-que-classificaram-nazismo-como-esquerdista/

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Vladimir Tismaneanu, O Diabo na História: 

"Para o filósofo polonês Leszek Kolakowski, o bolchevismo e o fascismo representaram duas encarnações da presença desastrosa do diabo na história: "O diabo (...) inventou Estados ideológicos, ou seja, Estados cuja legitimidade é fundada no fato de seus proprietários serem proprietários da verdade. Se te opões a tal Estado ou a seu sistema, és um inimigo da verdade."  (...) Ambos os movimentos revolucionários execravam e denunciavam o liberalismo, a democracia e o parlamentarismo como degradações da verdadeira política, que transcenderia todas as divisões através do estabelecimento de comunidades perfeitas (definidas como sem classe ou racialmente). Fundamentalmente ateus, assim o comunismo como o fascismo organizaram seus objetivos políticos em discursos de suposta emancipação, agindo como religiões políticas destinadas a livrar o indivíduo das imposições da moralidade e legalidade tradicionais."

 "Aqui está a essência e mistério das experiências totalitárias do século XX: "a rejeição completa de todas as barreiras e todas as restrições que a política, a civilização, a moralidade, a religião, os sentimentos naturais de compaixão e as idéias universais de fraternidade construíram a fim de moderar, reprimir ou sublimar o potencial humano para a violência coletiva ou individual."

As similaridades reais entre os experimentos comunista e fascista (o papel crucial do partido, a preeminência da ideologia, a polícia secreta ubíqua, a fascinação com a tecnologia, o culto frenético do "Homem Novo", a celebração quase-religiosa do líder carismático) não devem turvar distinções significativas (sendo uma a ausência, no nazismo, de julgamentos-espetáculos ou expurgos intrapartidários permanente)."

"Concordo com o cientista político Pierre Hassner que, a despeito das diferenças entre stalinismo e nazismo, afirma que sua característica comum fundamental e definidora foi seu frenesi genocida.(...) Por outro lado, assim o stalinismo como o nazismo procuravam "inimigos objetivos" e operavam com noções de culpa coletiva, ou mesmo genética."

"No caminho da transformação permanente, ambos, comunismo e fascismo imaginaram a EXTINÇÃO DO INDIVÍDUO (ou melhor, visavam a ela), inventando critérios igualmente obrigatórios de fé, lealdade, e status cristalizados num mito político diretor. E, de fato, isto define a religiosidade de uma existência coletiva - "Quando alguém sujeita todos os recursos do espírito, todas as submissões da vontade, todos os ardores do fanatismo a uma causa ou a um ser que se torna a finalidade e o guia de todos os pensamentos e ações." Assim o stalinismo como o nazismo enfatizaram a necessidade de integração social e pertencimento comunal através da exclusão de OUTROS específicos." "Elas fiavam-se em "criar cumplicidade, ao passo que operavam isolando e destruindo uma minoria escolhida, cujo estado aterrorizado confirmava o desejo racional do resto de ser incluído e protegido." A legitimidade deles era baseada numa síntese entre coerção e consentimento."

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