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(Pergunta para os leitores fluentes em francês. Se alguém tiver interesse em participar de um projeto para traduzir este livro para o português, por favor, entre em contato joseatento@gmail.com)
“O Ocidente não inventou a escravatura, inventou a abolição”. (Pascal Bruckner)
"Reforçando a tese central do livro, a de que a escravatura de africanos era praticada antes da chegada do homem branco e em grande escala pelos árabes, com a conivência e envolvimento dos reinos africanos, o filósofo Pascal Bruckner acaba de publicar um texto sobre um livro e um historiador que uma certa elite de historiadores silenciou, numa estratégia de camuflagem cujos contornos ideológicos são fáceis de perceber.
O livro intitula-se “O genocídio velado” e é da autoria de Tidiane N’ Diaye, um escritor franco-senegalês, investigador, antropólogo e economista. Nesse livro, Tidiane N’ Diaye sustenta as seguintes teses:
a) O tráfico arábio-muçulmano de escravos foi o mais devastador que a África sofreu;
b) Arrancou de África cerca de 17 milhões de africanos;
c) Começou no século VII, oito séculos séculos antes do tráfico de escravos transatlântico, e só terminou no século XX;
d) Enquanto do tráfico transatlântico há 70 milhões de descendentes na América Latina e nos Estados Unidos, restam apenas minorias africanas nos países muçulmanos para onde os escravos foram levados, o que significa que a sua escravidão foi acompanhada de extermínio, no que a castração dos cativos teve um papel relevante.
O que Pascal Bruckner vem dizer é que este livro de um africano (Tidiane N’ Diaye é, aliás, muçulmano), não podendo ser atacado como o foram alguns historiadores brancos, depressa acusados de reaccionarismo ou racismo, foi silenciado, em particular por investigadores africanos e afro-americanos, como o próprio N’ Diaye denunciou.
Os treze séculos de escravatura arábio-muçulmana fundaram-se na ideia de que a “raça negra se parece mais aos animais selvagens do que aos seres humanos… por vezes devoram-se uns aos outros” (Ibn Khaldoun, cronista do século XIV) e foram séculos em que os árabes, caçadores de homens, como diz N’ Diaye “transformaram em verdadeiros infernos regiões inteiras”.
Tidiane N’ Diaye conclui: “Se bem que não existam graus para o horror, nem monopólio da crueldade, pode sustentar-se sem risco de nos enganarmos que o comércio negreiro e as expedições guerreiras conduzidas pelos Árabes muçulmanos foram, para a África negra, e ao longo dos séculos, muito mais devastadoras do que o tráfico transatlântico.”
Os países ocidentais, e Portugal e as caravelas e os marinheiros portugueses, estiveram envolvidos num crime contra a humanidade durante quatro séculos. Fizeram-no em conluio com reinos africanos e com africanos. É preciso não esquecer esta verdade histórica, como é também preciso dizer-se, e cito Pascal Bruckner, que “O Ocidente não inventou a escravatura, inventou a abolição”.
A questão chave é esta e é essa também a pergunta de Tidiane N’ Diaye: a que se deve o silêncio face ao tráfico arábio-muçulmano, o tráfico que mais africanos roubou a África, o que mais séculos durou sem que um movimento abolicionista fosse visível no seio da cultura muçulmana?"
Manuel S. Fonseca
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Livro recomendado: "O Genocídio Velado", do antropólogo Tidiane N´Diaye,
"Assim como "O Genocídio Velado", várias outras publicações vêm sendo feitas, nos últimos 25 anos, lançando luz através de pesquisas feitas, acerca do quão gigantesco foi, de fato, o sistema escravocrata das sociedades islâmicas na África, que, segundo alguns, superou o ocidental em 4 para 1.
"Assim como "O Genocídio Velado", várias outras publicações vêm sendo feitas, nos últimos 25 anos, lançando luz através de pesquisas feitas, acerca do quão gigantesco foi, de fato, o sistema escravocrata das sociedades islâmicas na África, que, segundo alguns, superou o ocidental em 4 para 1.
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