http://youtu.be/mfEyUASGH7w
(Clique em ativar legendas)
Ouça a história surpreendente de fuga de Shin Dong-Hyuk do notório Campo
de concentração número 14, ainda quase desconhecida na Coreia do Norte,
onde Shin nasceu e viveu 23 anos antes de uma fuga de tirar o fôlego.
O
Jornalista Blaine Harden trabalha atualmente para PBS Frontline e é um
contribuinte para a Economist. Ele tem uma longa e distinta carreira
como correspondente estrangeiro para o Washington Post na Ásia, Europa
Oriental e África, e como correspondente nacional para o New York Times.
Ele recebeu inúmeros prêmios de jornalismo e seu mais recente livro,
"Escape from Camp 14", é um best-seller internacional.
Transcrição, tradução e sincronização de Johnny Jonathan
Original: http://www.youtube.com/watch?v=8SAWKD...
Portal Libertarianismo: "Evoluindo Ideias e Indivíduos."
www.libertarianismo.org
Book trailer do livro "Fuga do Campo 14", de Blaine Harden. Lançamento em abril de 2012 pela Intrínseca.
DESENHOS DO GULAG
http://darussia.blogspot.com.br/2012/07/gulag-por-danzig-baldaev.html
http://trinixy.ru/64803-risunki-iz-gulaga-danziga-balaeva-polnaya-versiya.html
PESADELO CHINÊS
http://pesadelochines.blogspot.com.br/
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Fuga no campo 14 (Coréia do Norte) - Blaine Harden
http://youtu.be/IYiEPUgpYZM
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Coreia do Norte: Onde está o poderoso tio de Kim Jong-un?
http://www.youtube.com/watch?v=wNDTodWRCVw
A HORA DA GUILHOTINA
No totalitarismo não basta fuzilar; é preciso difamar, humilhar e mostrar...
O que sente um poderoso no momento em que despenca do topo da pirâmide e sabe que tudo está perdido? A cena extraordinária em que o segundo homem mais importante do regime da Coreia do Norte, Jang Song-thaek, é retirado por dois militares de seu lugar bem na primeira fileira do comitê central do Partido Comunista e levado para a antessala do pelotão de fuzilamento pode ser lida menos pela reação do expurgado, tio por afinidade do ditador hereditário Kim Jong-un, e mais pelo rosto congelado daqueles à sua volta. Todos querem olhar, mas não podem demonstrar interesse excessivo. As cabeças giram quase que em ângulos semelhantes – só o medalhado à frente faz a rotação completa. O ex-poderoso vivia “mergulhado em irregularidades e corrupção, tinha relações impróprias com várias mulheres, comia e bebia em salões privados e restaurantes de luxo”. Depois do fuzilamento, foi apresentado como triplamente traidor e “escória humana desprezível, pior do que um cachorro”.
Em outro clássico do totalitarismo, na obrigatória confissão Jang diz que “ia dar um golpe usando oficiais do Exército ligados a mim” e esperava mais adesões. Como em outros capítulos infames da história mundial dos expurgos, o recado, portanto, é dirigido ao público interno. Tal como um Nero mandando o mentor Sêneca ao suicídio, o jovem Kim se sente suficientemente poderoso para reinar por conta própria? Ou está tão fraco que precisa usar de uma brutalidade inédita até para os padrões norte-coreanos? Em qualquer hipótese, inimigos, amigos e suspeitos em geral sabem que não terão direito nem ao “obrigado, senhor” que Robespierre, o grande guilhotinador da Revolução Francesa, disse a um homem que lhe deu um lenço para enxugar o sangue do rosto antes de perder ele próprio a cabeça.
Vilma Gryzinski – Panorama
Fonte: Veja – Edição 2352.
http://youtu.be/yiHGrwxwDCY
O TOTALITARISMO (COMUNISMO, NAZISMO) PRECISA ELIMINAR TODOS OS LAÇOS SOCIAIS E FAMILIARES - HANNAH ARENDT https://conspiratio3.blogspot.com/2020/08/o-totalitarismo-precisa-eliminar-todos.html
Desde os tempos antigos, a imposição da igualdade de condições aos governados constituiu um dos principais alvos dos despotismos e das tiranias, mas essa equalização não basta para o governo totalitário, porque deixa ainda intactos certos laços não políticos entre os subjugados, tais como LAÇOS DE FAMÍLIA e de interesses culturais comuns. O totalitarismo deve chegar ao ponto em que tem de acabar com a existência autônoma de qualquer atividade que seja, mesmo que se trate de xadrez. Os amantes do “xadrez por amor ao xadrez”, adequadamente comparados por seu exterminador aos amantes da “arte por amor à arte”, demonstram que ainda não foram absolutamente atomizados todos os elementos da sociedade, cuja UNIFORMIDADE INTEIRAMENTE HOMOGÊNEA É CONDIÇÃO FUNDAMENTAL PARA O TOTALITARISMO.
A atomização da massa na sociedade soviética foi conseguida pelo uso de repetidos expurgos que invariavelmente precediam o verdadeiro extermínio de um grupo. A fim de destruir todas as conexões sociais e familiares, os expurgos eram conduzidos de modo a ameaçarem com o mesmo destino o acusado e todas as suas relações, desde meros conhecidos até os parentes e amigos íntimos. A “culpa por associação” é uma invenção engenhosa e simples; logo que um homem é acusado, os seus antigos amigos se transformam nos mais amargos inimigos: para salvar a própria pele, prestam informações e acorrem com denúncias que “corroboram” provas inexistentes. Em seguida, tentam provar que a sua amizade com o acusado nada mais era que um meio de espioná-lo e delatá-lo como sabotador, trotskista, espião estrangeiro ou fascista. Uma vez que o mérito é “julgado pelo número de denúncias apresentadas contra os camaradas”, é óbvio que a mais elementar cautela exige que se evitem todos os contatos íntimos com aqueles que sejam obrigados, pelo perigo da própria vida, à necessidade de arruinar a de outrem. Em última análise, foi através do desenvolvimento desse artifício, até os seus máximos e mais fantásticos extremos, que os governantes bolchevistas conseguiram criar uma sociedade atomizada e individualizada como nunca se viu antes, e a qual nenhum evento ou catástrofe poderiam por si só ter suscitado.
Os movimentos totalitários são organizações maciças de indivíduos atomizados e isolados. Distinguem-se dos outros partidos e movimentos pela exigência de lealdade total, irrestrita, incondicional e inalterável de cada membro individual. Essa exigência é feita pelos líderes dos movimentos totalitários mesmo antes de tomarem o poder e decorre da alegação, já contida em sua ideologia, de que a organização abrangerá, no devido tempo, toda a raça humana. Contudo, onde o governo totalitário não é preparado por um movimento totalitário (como foi o caso da Rússia em contraposição com a Alemanha nazista), o movimento tem de ser organizado depois, e as condições para o seu crescimento têm de ser artificialmente criadas de modo a possibilitar a lealdade total que é a base psicológica do domínio total. Não se pode esperar essa lealdade a não ser de seres humanos completamente isolados que, desprovidos de outros laços sociais — de família, amizade, camaradagem — só adquirem o sentido de terem lugar neste mundo quando participam de um movimento, pertencem ao partido.
A lealdade total só é possível quando a fidelidade é esvaziada de todo o seu conteúdo concreto, que poderia dar azo a mudanças de opinião. Os movimentos totalitários, cada um ao seu modo, fizeram o possível para se livrarem de programas que especificas sem um conteúdo concreto, herdados de estágios anteriores e não totalitários da sua evolução. Por mais radical que seja, todo objetivo político que não inclua o domínio mundial, todo programa político definido que trate de assuntos específicos em vez de referir-se a “questões ideológicas que serão importantes durante séculos” é um entrave para o totalitarismo.
O verdadeiro objetivo do fascismo era apenas a tomada do poder e a instalação da “elite” fascista no governo. Já o totalitarismo jamais se contenta em governar por meios externos, ou seja, através do Estado e de uma máquina de violência; graças à sua ideologia peculiar e ao papel dessa ideologia no aparelho de coação, o totalitarismo descobriu um meio de subjugar e aterrorizar os seres humanos internamente.
Referência: Hannah Arendt, "Origens do Totalitarismo" pgs 287-291
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