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"CRIMINOSOS SEM CRIME" - A PASSIVIDADE DOS PERSEGUIDOS - HANNAH ARENDT
Sempre suspeitamos, e agora sabemos,
que o regime nunca foi “monolítico”, mas “conscientemente construído em
torno de funções superpostas, duplicadas e paralelas”, e que o que
segurava essa estrutura grotescamente amorfa era o mesmo princípio de
liderança — o chamado “culto da personalidade”, encontrado na Alemanha
nazista; que o ramo executivo desse governo não era o partido, mas a
polícia, cujas “atividades operacionais não eram reguladas através de
canais do partido”; que as pessoas inteiramente inocentes, as quais o
regime liquidava aos milhões, os “inimigos objetivos” na linguagem
bolchevista, sabiam que eram “criminosos sem crime”; que foi
precisamente essa nova categoria, e não os antigos e verdadeiros
inimigos do regime— assassinos de autoridades, incendiários ou
terroristas —, que reagiu com a mesma “completa passividade” que vimos
tão bem na conduta das vítimas do terror nazista. https://conspiratio3.blogspot.com/2020/07/o-padrao-totalitario-hannah-arendt-e.html
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