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quinta-feira, 12 de julho de 2018

VERDADE É FILHA DO TEMPO - OLAVO DE CARVALHO




OLAVO DE CARVALHO - O discurso do filósofo é, por excelência, o discurso dialético. Mas que é o discurso dialético senão uma passagem trabalhosa, problemática e arriscada entre o verossímil e o (idealmente) verdadeiro? Que faz o filósofo senão bracejar num oceano de aparências e hipóteses em busca de um porto seguro cuja existência não é jamais garantida de antemão nem prometida como recompensa de algum mérito incontestável? 

  Sto. Tomás de Aquino, após colocar cada questão, começa a investigação da resposta sugerindo um “Parece que” e confrontando-o com várias aparências alternativas, conflitantes ou opostas.
Não há outro método, mas – notem bem – não se trata de aparências quaisquer, inventadas na hora ou colhidas da boca do primeiro zé-mané que se conceda – como todos se concedem – o direito a uma opinião sobre o que só conhece de orelhada, se tanto. 


  São hipóteses longamente investigadas, trabalhadas pelos melhores cérebros, sábios e santos de várias épocas e lugares, as quais chegam ao filósofo em desordem e que ele compara, classifica e ordena para poder dar à questão um salto qualitativo (para empregar uma expressão clássica dos marxistas) em busca de uma visão superior e abrangente e, se possível, de uma solução.  


  Sem essa acumulação preliminar de hipóteses intelectualmente relevantes e racionalmente defensáveis, a investigação dialética se perderia no vazio, numa conjeturação arbitrária de aparências improvisadas, não podendo lhes acrescentar, no fim, senão mais uma de igual valor.


  Eis porque “veritas filia temporis”, a verdade é filha do tempo, e nenhuma discussão vale a pena se não precedida do levantamento do “status quaestionis”, o repertório, dizia Aristóteles, não de opiniões quaisquer, mas das “opiniões dos sábios”. 


  Mas de nada valerá o esforço de buscá-las e organizá-las se tais opiniões forem lidas apenas como “argumentos”, como articulações mais ou menos engenhosas de razões, motivos e palavras, e não como aspectos PERFEITAMENTE REAIS do próprio objeto em questão, que mostra esta ou aquela aparência conforme olhado deste ângulo, daquele outro, ou ainda de um terceiro ou quarto. Como dizia Ortega y Gasset, é só levando a sério os aspectos que se pode esperar chegar, um dia, à coisa inteira. Uma confrontação de opiniões não serve para nada se não é, ao mesmo tempo e inseparavelmente, um longo exame e reconstituição mental do objeto mesmo. Eis por que dizia Leibniz que concordava com tudo quanto lia. E eis por que os que posam de defensores da verdade sem jamais tê-la buscado, os que crêem conhecê-la tão-somente porque a receberam pronta de uma cátedra ou de um púlpito, ERRAM SEMPRE, ainda que partindo de premissas fundadas por Deus em Pessoa.


  Se, de tudo o que venho escrevendo, dizendo e ensinando, somente essa lição se impregnar na mente dos meus estudantes para sempre, considerarei meu trabalho recompensado.


https://www.facebook.com/olavo.decarvalho/posts/10156011341837192

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"Nossos momentos são vividos em sucessão, fugindo irreparavelmente. Não obstante, sabemos que o fogo-fátuo que brilhou um instante na superfície das aparências, desaparecendo em seguida, nunca mais será revogado, nunca mais poderá tornar-se “um nada”. O acontecido não desacontece: passado e esquecido, o que uma vez ingressou no real está inscrito para sempre no registro do ser. Cada momento é, nesse sentido, eterno. Se não tivéssemos uma clara antevisão disso, não haveria consciência de tempo histórico. Se não soubéssemos que para além do horizonte que lembramos há milhões de coisas a ser lembradas, tão reais quanto as que lembramos, não haveria memória humana. Muito menos haveria o sistema dos tempos verbais que, em todas as línguas, organizam as vivências de tempos diversos, passados e futuros, reais e possíveis, em torno de um “não-tempo” que é o presente eterno.
Não possuímos a eternidade no nosso ser temporal, mas não poderíamos sequer apreender a temporalidade se nada possuíssemos da eternidade intelectivamente. É uma posse precária, imperfeita. Mas, sem ela, não saberíamos nem mesmo da nossa própria imperfeição e precariedade. Não podemos nem alcançar a eternidade nem pular fora dela. Por isso, dizia Platão, vivemos num território intermediário, num entremundo."
https://olavodecarvalho.org/a-proibicao-da-realidade/
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OLAVO DE CARVALHO  · A mania mais idiota da direita é explicar o esquerdismo pelas "boas intenções equivocadas". Não existe boa intenção sem amor à verdade, e não pode existir NENHUM amor à verdade naquele que, na adolescência, por espírito de patota e ânsia de ser aceito pelos pares, adere a uma doutrina ou partido e continua a defendê-los pelo resto dos seus dias sem conceder nenhuma chance às hipóteses adversas. Existe senso da verdade ou amor à justiça no juiz que ouve apenas uma das partes?


Olavo de Carvalho · "TUDO, na vida intelectual, depende de uma distinção clara entre o que você SABE, o que lhe PARECE RAZOÁVEL, o que você ACHA e o que você apenas IMAGINA. Os quatro discursos de Aristóteles." 
Olavo de Carvalho - "Por enquanto, o pessoal pode brincar de desconstrucionismo porque só o imagina como contestação da "lógica binária". Mas, quando a última recordação da lógica binária tiver desaparecido da memória e só restar o desconstrucionismo enquanto tal, pensar "gugu dadá" será um desafio invencível."
Olavo de Carvalho - "Não há terceira alternativa: ou a moral cristã aplicada com bom senso e sabedoria, ou a tirania politicamente correta aplicada sem limites nem complacência. Um dia cada putanheiro e cada garota assanhada do universo hão de reconhecer: "Eu era feliz e não sabia."

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OLAVO DE CARVALHOA ÚNICA coisa essencial, na educação, é aprender a distinguir entre o universal e o particular, o essencial e o acessório, o divino e o humano. Mas em geral a educação ensina tudo, menos isso.
OLAVO DE CARVALHO O Primeiro Mandamento institui o senso das proporções como obrigação universal incontornável. Deus considerou perfeitos muitos homens que, no julgamentop de hoje, seriam condenados como pecadores contumazes.
OLAVO DE CARVALHOA Revolução Sexual, que no início parecia até um alívio, também pirou. A raiz de toda loucura ideológica é a absolutização do relativo.
OLAVO DE CARVALHOO Sidney Silveira está montado na razão quando diz que os católicos tradicionalistas brasileiros piraram da cabeça. Mas a raiz da loucura vem de meio século atrás. São idéias cristãs que, amputadas de todo senso das proporções, passam por cima dos dois mandamentos supremos e começam a mandar no mundo.




O CONHECIMENTO DE DEUS
ROMANOS, 1

18. A ira de Deus se manifesta do alto do céu contra toda a impiedade e perversidade dos homens, que pela injustiça aprisionam a verdade. 
19. Porquanto o que se pode conhecer de Deus eles o lêem em si mesmos, pois Deus lho revelou com evidência.
20. Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, o seu sempiterno poder e divindade, se tornam visíveis à inteligência, por suas obras; de modo que não se podem escusar. 
21. Porque, conhecendo a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças. Pelo contrário, extraviaram-se em seus vãos pensamentos, e se lhes obscureceu o coração insensato. 
22. Pretendendo-se sábios, tornaram-se estultos. 
23. Mudaram a majestade de Deus incorruptível em representações e figuras de homem corruptível, de aves, quadrúpedes e répteis. 
24. Por isso, Deus os entregou aos desejos dos seus corações, à imundície, de modo que desonraram entre si os próprios corpos. 
25. Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura em vez do Criador, que é bendito pelos séculos. Amém! 
26. Por isso, Deus os entregou a paixões vergonhosas: as suas mulheres mudaram as relações naturais em relações contra a natureza. 
27. Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam em desejos uns para com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a paga devida ao seu desvario. 28. Como não se preocupassem em adquirir o conhecimento de Deus, Deus entregou-os aos sentimentos depravados, e daí o seu procedimento indigno. 
29. São repletos de toda espécie de malícia, perversidade, cobiça, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade. 
30. São difamadores, caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, soberbos, altivos, inventores de maldades, rebeldes contra os pais. 
31. São insensatos, desleais, sem coração, sem misericórdia. 
32. Apesar de conhecerem o justo decreto de Deus que considera dignos de morte aqueles que fazem tais coisas, não somente as praticam, como também aplaudem os que as cometem. 
Bíblia Ave Romanos, 1 - Bíblia Católica Online: https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/romanos/


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