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TEORIA DA CONSPIRAÇÃO X TEORIA DA MERA COINCIDÊNCIA - OLAVO DE CARVALHO
https://conspiratio3.blogspot.com/2019/05/teoria-da-conspiracao-x-teoria-da-mera.html
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Num mundo em que as organizações criminosas como a máfia russa expandem
por toda parte uma atmosfera de segredo e de conspiração, enquanto por
outro lado vai se constituindo algo como um Estado mundial, ou ao menos
uma polícia global para enfrentá-las, os fatores de desconfiança não
tendem a se tornar incomparavelmente mais fortes que os fatores de
confiança? Como você enfoca uma sociedade de confiança em escala
mundial?
http://www.olavodecarvalho.org/textos/peyrefitte.htm
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As idéias são um problema, hoje, porque os brasileiros estão muito
mais propensos a acreditar do que a buscar o conhecimento. Depois de
séculos de relativismo e décadas de manipulação esquerdista, já não
sabemos o que é conhecer e buscar a verdade. Então por que haveríamos de
esperar, duvidar, refletir? A gente pega a primeira idéia que aparece,
ou a mais reconfortante, ou a que nos pressionam a aceitar. Isso
desencadeia o fanatismo e o comportamento de manada que vemos na
internet.
A esquerda sabe muito bem se aproveitar disso.
Em defesa das teorias da conspiração (e porque o termo é um equívoco)
TRADUÇÃO GOOGLE do "In defence of conspiracy theories (and why the term is a misnomer)"
(...)
É razoável supor que muitos dos pontos de vista que são agora
descartados ou ridicularizados como teorias da conspiração serão, um
dia, reconhecidas como sendo verdadeiras todo o tempo. De fato, o efeito
líquido de termos como “teoria da conspiração” e “conspiracismo” é
silenciar pessoas que são vítimas de conspiração, ou que (com ou sem
razão) suspeitam que conspirações possam estar ocorrendo. Esses termos
servem para reunir opinião respeitável de maneiras que atendam aos
interesses dos poderosos.
Desde que o filósofo Sir Karl Popper popularizou a expressão na década de 1950
, as teorias da conspiração tiveram uma má reputação. Caracterizar uma
crença como uma teoria da conspiração é implicar que ela é falsa. Mais
do que isso, implica que as pessoas que aceitam essa crença, ou que
querem investigar se é verdade, são irracionais.
Diante disso, é difícil de entender, afinal, as pessoas conspiram, ou
seja, eles se envolvem em comportamentos secretos ou enganosos que
são ilegais ou moralmente duvidosos. A conspiração é uma forma comum de
comportamento humano em todas as culturas ao longo do tempo registrado, e
sempre foi particularmente difundida na política.
Praticamente todos nós conspiramos o tempo todo, e algumas pessoas
(como espiões) conspiram virtualmente o tempo todo. Dado que as pessoas
conspiram, não pode haver nada de errado em acreditar que elas
conspiram. Portanto, não pode haver nada de errado em acreditar em
teorias da conspiração ou ser um teórico da conspiração.
Pensar nas teorias da conspiração como paradigmaticamente falsas e
irracionais é como pensar a frenologia como um paradigma da teoria
científica. Teorias de conspiração, como teorias científicas e
virtualmente qualquer outra categoria de teoria, às vezes são
verdadeiras, às vezes falsas, algumas vezes mantidas em bases racionais,
às vezes não.
Mas buscar uma definição fixa do termo “teoria da conspiração” pode
ser uma busca ociosa, uma vez que o problema real com o termo é que,
embora não tenha um significado fixo, ele serve a uma função fixa.
Uma nova inquisição?
(...)
Sempre que usamos os termos “teoria da conspiração”, “conspiração” ou
“ideação conspiracional”, estamos implicando, mesmo que não
pretendamos, que há algo errado em acreditar, querer investigar ou dar
qualquer crédito a todos. à possibilidade de as pessoas estarem
envolvidas em comportamento secreto ou enganoso.
Um efeito ruim desses termos é que eles contribuem para um ambiente
político no qual é mais fácil para a conspiração prosperar à custa da
abertura. Outro efeito ruim é que seu uso é uma injustiça para as
pessoas que se caracterizam como teóricos da conspiração.
Seguindo a filósofa Miranda Fricker, podemos chamar isso de uma forma
de “ injustiça testemunhal ”. Quando alguém afirma que uma conspiração
ocorreu (especialmente quando é uma conspiração de pessoas ou
instituições poderosas), a palavra dessa pessoa recebe automaticamente
menos crédito do que deveria devido a um preconceito irracional
associado às conotações pejorativas desses termos.
http://theconversation.com/in-defence-of-conspiracy-theories-and-why-the-term-is-a-misnomer-101678
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O termo usado em 1938:
Graham, The "ConspiracyTheory" of the Fourteenth Amendment, 47 YALE L.J. 371 (1938).
https://digitalcommons.law.yale.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=3976&context=ylj
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Então o termo "teoria da conspiração" é um rótulo calculado por conspiradores para manter afastados de seus assuntos os abelhudos investigadores. A trama deve ter sido semelhante a que vivemos hoje.
OLAVO DE CARVALHO "INSUSPEITÍSSIMOS"
"Se você se interessa pelos rumos da política mundial, chega um dia em que tem de escolher entre compreender os fatos e continuar tentando parecer um sujeito normal e equilibrado. Normalidade e equilíbrio são coisas altamente desejáveis, mas um esforço exagerado para simular calma e ponderação quando na verdade você está perplexo e desorientado prova apenas que você é um neurótico incapaz de suportar suas próprias emoções. Como o calmante artificial mais popular consiste em negar as realidades perturbadoras, há muito tempo os estrategistas revolucionários e os engenheiros sociais a seu serviço já aprenderam a usá-lo como instrumento de controle da opinião pública. O truque é de um esquematismo espantoso: eles simplesmente adotam o curso de ação mais ousado, estranho, inesperado e inverossímil, e ao mesmo tempo estigmatizam como louco paranóico quem quer que diga que estão fazendo algo de anormal. De cada dez cidadãos, nove caem no engodo. A insegurança mesma da situação faz a maioria apegar-se a falsos símbolos convencionais de normalidade, sufocando os fatos estranhos sob o peso dos lugares-comuns consagrados e assim ajudando a tornar ilusoriamente secreto o que na verdade está à vista de todos.
Os exemplos de aplicação dessa estratégia
desde o início do século XX são tantos, que seu estudo bastaria para
constituir uma disciplina científica independente. Vou aqui citar apenas
um, cuja magnitude contrasta com a escassez de interesse geral em
conhecê-lo." https://olavodecarvalho.org/os-insuspeitissimos/
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