Socialismo é uma máquina de produzir ditaduras.
A maior trama criminosa de todos
os tempos
Olavo de Carvalho
O pioneiro inconteste na investigação do fenômeno
"Foro de São Paulo" foi o advogado paulista José
Carlos Graça Wagner, homem de inteligência privilegiada,
que muito me honrou com a sua amizade. Ele já falava do assunto,
com aguda compreensão da sua importância histórica
e estratégica, por volta de 1995, quando o conheci. Em 1999, a
documentação que ele vinha coletando sobre a origem e as
ações da entidade lotava um cômodo inteiro da sua
casa, e uma prova da criteriosidade intelectual do pesquisador foi que
só a partir de então ele se sentiu em condições
de começar a escrever um livro a respeito. Na ocasião, ele
me chamou para ajudá-lo no empreendimento, mas eu estava de partida
para a Romênia e, com muita tristeza, declinei do convite.
Maior ainda foi a tristeza que experimentei anos depois, quando, ao retomar
o contato com o Dr. Wagner, soube que o projeto tinha sido interrompido
por uma onda súbita e irrefreável de revezes financeiros
e batalhas judiciais, que terminaram por arruinar a saúde do meu
amigo e de sua esposa, ambos já idosos. Não sai da minha
cabeça a suspeita de que a perigosa investigação
em que ele se metera teve algo a ver com a repentina liquidação
de uma carreira profissional até então marcada pelo sucesso
e pela prosperidade.
Ele tinha negócios nos EUA e era também lá, nas bibliotecas e arquivos de Miami e de Washington D.C., que ele coligia a maior parte do material sobre o Foro. Nos últimos anos, a pesquisa havia tomado um rumo peculiar. O Dr. Wagner esperava encontrar provas de uma ligação íntima entre o Foro de São Paulo e uma prestigiosa entidade da esquerda chique americana, o "Diálogo Interamericano". Não sei se essa prova específica existe ou não, nem se ela é realmente necessária para demonstrar algo que metade da América já conhece por outros e abundantes sinais, isto é, que os líderes mais barulhentos do Partido Democrata são notórios protetores de movimentos revolucionários e terroristas (de modo que o Foro, se acrescentado à lista, não modificaria em grande coisa as biografias desses personagens vampirescos).
O que sei é que o começo da ruína pessoal do meu amigo data aproximadamente de uma entrevista que ele deu ao Diário Las Américas, importante publicação de língua espanhola em Miami, na qual falava do Foro de São Paulo e de suas relações perigosas com o "Diálogo". Mas isto já seria matéria para outra investigação, e longe de mim a intenção de explicar obscurum per obscurius. Mesmo sem poder prometer a solução para esse aspecto particularmente enigmático do problema, uma coisa posso garantir: os arquivos do Dr. Wagner, recentemente postos à disposição da equipe de pesquisadores do Mídia Sem Máscara e da Associação Comercial de São Paulo, pela generosidade de José Roberto Valente Wagner, permitem retomar a investigação com a esperança de que antes de um ano teremos pelo menos a história interna do Foro de São Paulo reconstituída praticamente mês a mês. Então será possível colocar em bases mais sólidas a questão do "Diálogo", mas antes disso será preciso resolver outro enigma, bem mais urgente e bem mais próximo de nós.
Vou formular esse enigma mediante o contraste entre duas ordens de fatos:
Primeira: O Foro de São Paulo é a mais
vasta organização política que já existiu
na América Latina e, sem dúvida, uma das maiores do mundo.
Dele participam todos os governantes esquerdistas do continente. Mas não
é uma organização de esquerda como outra qualquer.
Ele reúne mais de uma centena de partidos legais e várias
organizações criminosas ligadas ao narcotráfico e
à indústria dos seqüestros, como as FARC e o MIR chileno,
todas empenhadas numa articulação estratégica comum
e na busca de vantagens mútuas. Nunca se viu, no mundo, em escala
tão gigantesca, uma convivência tão íntima,
tão persistente, tão organizada e tão duradoura entre
a política e o crime.
Segunda: Durante dezesseis anos, todos os jornais, canais de TV e estações de rádio deste País – todos, sem exceção, inclusive aqueles que mais se gabavam de primar pelo jornalismo investigativo e pelas denúncias corajosas – se recusaram obstinadamente a noticiar a existência e as atividades dessa organização, malgrado as sucessivas advertências que lhes lancei a respeito, em todos os tons possíveis e imagináveis. Do aviso solícito à provocação insultuosa, das súplicas humildes às argumentações lógicas mais persuasivas, tudo foi inútil. Quando não me respondiam com o silêncio desdenhoso, faziam-no com desconversas levianas, com objeções céticas inteiramente apriorísticas, que dispensavam qualquer exame do assunto, com observações sapientíssimas sobre o meu estado de saúde mental ou com a zombaria mais estúpida e pueril que se pode imaginar. Reagindo a essa pertinaz negação dos fatos, fiz publicar no jornal eletrônico Mídia Sem Máscara as atas quase completas das assembléias e grupos de trabalho do Foro de São Paulo. A volumosa prova documental mostrou-se incapaz de demover os negacionistas. Eles pareciam hipnotizados, estupidificados, mentalmente paralisados diante de uma hipótese mais temível do que seus cérebros poderiam suportar na ocasião.
O Foro de São Paulo reúne mais de uma centena de partidos legais e várias organizações criminosas ligadas ao narcotráfico e à indústria dos seqüestros, como as FARC e o MIR chileno.
A publicação das atas teve porém duas conseqüências importantes. De um lado, o site oficial do Foro, www.forosaopaulo.org, foi retirado do ar às pressas, para só voltar meses depois, em versão bastante expurgada. De outro lado, entre os jornalistas e analistas políticos, a afetação de desprezo pelo asunto cedeu lugar à negação ostensiva, pública, da existência mesma do Foro de São Paulo. Dois personagens destacaram-se especialmente nesse servicinho sujo: o inglês Kenneth Maxwell e o brasileiro Luiz Felipe de Alencastro. Para anunciar ao mundo a completa inexistência da entidade que eu denunciava, ambos – por ironia, historiadores de profissão – usaram como tribuna ou megafone o pódio do CFR, Council on Foreign Relations, o mais poderoso think tank americano, dando assim à ignorância dolosa (ou à mentira grotesca) o aval de uma autoridade considerável. Quem ainda tenha ilusões quanto à confiabilidade intelectual da profissão acadêmica, mesmo exercida nos chamados "grandes centros" (Alencastro é professor na Universidade de Paris, e Maxwell é o consultor supremo do próprio CFR em assuntos brasileiros), pode se curar dessa doença mediante a simples notificação desses fatos.
Mas aí a hipótese da mera ignorância organizada começa a ceder lugar à suspeita de uma trama consciente bem maior do que a nossa paranóia poderia imaginar. Membros importantes do CFR tiveram contatos próximos com as organizações criminosas participantes do Foro de São Paulo, cuja existência, portanto, não poderiam ignorar (leia-se a respeito o meu artigo "Por trás da subversão", Diário do Comércio, dia 05 de junho de 2006, http://www.olavodecarvalho.org/semana/060605dc.html). Em suma, o Brasil parecia estar preso entre as malhas de uma articulação criminosa, que envolvia, ao mesmo tempo, a totalidade dos partidos de esquerda latino-americanos, o grosso da classe jornalística nacional, as principais gangues de narcotraficantes do continente e, por fim, uma parcela nada desprezível da elite política e financeira norte americana.
A gravidade desses fatos mede-se pela amplitude e persistência da sua ocultação. Crescendo em segredo, o Foro de São Paulo tornou-se o motor principal das transformações históricas no continente, ao mesmo tempo que a ignorância geral a respeito fazia com que os debates públicos – e portanto a totalidade da vida cultural – se afastasse cada vez mais da realidade e se transformasse numa engenharia da alienação, favorecendo ainda mais o crescimento de um esquema de poder que se alimentava gostosamente da sua própria invisibilidade. A queda vertiginosa do nível de consciência pública nessas condições, era não só previsível como inevitável. As opiniões circulantes tornaram-se uma dança grotesca de irrelevâncias, desconversas e erros maciços, ao mesmo tempo em que a violência e a corrupção cresciam ante os olhos atônicos do público e dos formadores de opinião, cada um apegando-se às explicações mais desencontradas, extemporâneas e impotentes. Muitas décadas hão de passar antes que a devastação psicológica resultante desse quadro possa ser revertida. O fabuloso concurso de crimes que a determinou não tem paralelo na história universal.
Um dos aspectos mais grotescos da situação é a facilidade com que os culpados se desvencilham de qualquer tentativa de denúncia, qualificando-a de "teoria da conspiração". Mas quem falou em conspiração? O que vemos é uma gigantesca movimentação de recursos, de poderes, de organizações, de correntes históricas, que para permanecer imune à curiosidade popular não precisa se esconder em porões, mas apenas apostar na incapacidade pública de apreender a sua complexidade inabarcável e de acreditar na existência de tanta malícia organizada.
O Foro é uma entidade sui generis, sem correspondência em qualquer época ou país. Longo tempo depois de extinto, como espero venha a sê-lo um dia, ele ainda constituirá um enigma e um desafio ao tirocínio dos historiadores. Para nós, ele é mais do que isso. É o inimigo "onipresente e invisível" sonhado por Antonio Gramsci.
***
22/08 - GRAMSCI E A COMUNIZAÇÃO DO BRASIL
O FORO DE SÃO PAULO
Por Anatoli Oliynik
Por Anatoli Oliynik
Em
junho de 1988 foi realizada a 19ª Conferência do Partido Comunista da
União Soviética. Naquela oportunidade debateram-se os caminhos da
“PERESTROIKA” de Mikhail Gorbachev, e já se vislumbrava a eminente queda
do Muro de Berlim, o que de fato aconteceu em 9/11/1989.
Com
a queda do Muro e com o desmoronamento planejado do comunismo pela
União Soviética, Fidel Castro e as esquerdas latino-americanas perderam
seu tutor financeiro e ideológico, a Rússia. Era preciso, portanto,
articular a criação de um organismo que pudesse manter viva a “chama
ideológica marxista-leninista”, bem como orientar e coordenar as suas
ações comunistas no Continente.
Antes, porém, em janeiro de
1989, em Havana, por ocasião da reunião de cúpula do Partido Comunista
de Cuba e o PT do Brasil foi estabelecido que, se Lula não ganhasse as
eleições em novembro de 1989, deveria ser formada uma organização para
coordenar as ações de toda a esquerda continental e que a liderança e
organização do processo caberia a Luiz Inácio “Lula” da Silva. Portanto,
Fidel já sabia dos planos arquitetados na 19ª Conferência do Partido
Comunista e preparava terreno no Continente.
Aproveitando o poder
parlamentar que tinha o Partido dos Trabalhadores (PT) no Brasil, Fidel
Castro, com o apoio de Luis Inácio “Lula” da Silva, convocou os
principais grupos terroristas revolucionários da América Latina para uma
reunião na cidade de São Paulo. Acudiram ao chamado de Fidel e Lula,
além do próprio PT e do Partido Comunista de Cuba, o Exército de
Libertação Nacional (ELN), as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia
(FARC), a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) da Nicarágua,
a União Revolucionária Nacional da Guatemala (URNG), a Frente Farabundo
Martí de Libertação Nacional (FMLN) de El Salvador, e o Partido da
Revolução Democrática (PRD) do México.
O
primeiro Encontro aconteceu no Hotel Danúbio na cidade de São Paulo, no
período de 1 a 4 de julho de1990. O nome “FORO DE SÃO PAULO” foi adotado
na segunda reunião realizada na cidade do México, no período de 12 a 15
de junho de 1991, quando reuniu 68
Fidel Castro , um dos fundadores ,
juntamente com Lula |
organizações
de 22 países. E assim nasceu o FORO DE SÃO PAULO. Uma coalizão de
terroristas revolucionários, partidos comunistas, partidos de esquerda,
enfim, a escória do Continente latino-americano, Caribe e América
Central.
Para dirigi-lo centralizadamente,
foi criado um Estado Maior civil constituído por Fidel Castro, Lula,
Tomás Borge e Frei Betto, entre outros, e um Estado Maior militar,
comandado também pelo próprio Fidel Castro, além do líder sandinista
Daniel Ortega e o argentino Enrique Gorriarán Merlo [1].
Em
1991, foram elaborados os estatutos do Foro e escolhida uma direção que
ficou composta pelo Partido Comunista Cubano (Cuba), Partido da
Revolução Democrática (México), Partido dos Trabalhadores (Brasil),
Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (El Salvador), Movimento
Lavalas (Haiti), Movimento Bolívia Livre e os 6 partidos integrantes da
Esquerda Unida (Peru) e da Frente Ampla (Uruguai, uma frente constituída
por diversos partidos e organizações, dentro da qual o Movimento
Tupamaros é hegemônico). Em 1992, a URNG - União Revolucionária Nacional
Guatemalteca, que agrupa várias organizações voltadas para a luta
armada, foi admitida como membro dessa direção.
A
partir do II Encontro, realizado no México no período de 12 a 15 de
junho de 1991, o FORO DE SÃO PAULO passou a ter CARÁTER CONSULTIVO e
DELIBERATIVO dos Encontros. Isso significa que as decisões aprovadas em
plenárias e constantes das Declarações finais passaram, a partir de
então, a ser consideradas DELIBERATIVAS, isto é, DECISÓRIAS EM TERMOS DE
ACEITAÇÃO e CUMPRIMENTO pelos membros do Foro, subordinando-os,
portanto, aos ditames dos Encontros na ação a ser desenvolvida em nível
internacional e nos respectivos países. Tais deliberações obedecem a uma
política internacionalista, com vistas à implantação do socialismo no
continente, fato que transfere para um segundo plano os interesses
nacionais e fere os princípios da soberania e autodeterminação. A Lei
Orgânica dos Partidos Políticos (LOPP) e a Constituição da República
definem que “A ação do partido tem caráter nacional e é exercida de
acordo com o seu estatuto e programa, sem subordinação a entidades ou
governos estrangeiros” (artigo 17 da Constituição e item II, artigo 5º
da LOPP). Isso no conceito dos dirigentes dos países membros do FORO DE
SÃO PAULO é letra morta.
O FORO DE SÃO PAULO
foi descoberto por José Carlos Graça Wagner, um advogado paulista e que o
denunciou publicamente em 1º de setembro de 1997, em painel realizado
na Escola Superior de Guerra, que versava sobre o tema “Movimentos
Sociais e Contestação Sócio-Política – a Questão Fundiária no Brasil”.
Com a sua morte, passou a acompanhar e denunciar a formação “eixo do
mal” pelo Foro de São Paulo, o jornalista, filósofo e ensaísta, Olavo de
Carvalho, o que lhe custou o emprego no jornal “O Globo” e muitos
outros periódicos nos quais era articulista.
O
FORO DE SÃO PAULO permaneceu no mais absoluto anonimato, eficientemente
protegido pela mídia brasileira, toda ela engajada no esquerdismo
marxista. O publico brasileiro, mais atento, somente tomou conhecimento e
muito discretamente, quase que imperceptivelmente, por ocasião do 7º
Encontro realizado na cidade de Porto Alegre em julho de 1997. Foi
apenas uma discreta aparição que a imprensa brasileira procurou ocultar
por meio da suspensão de todo e qualquer destaque que pudesse levantar
suspeitas do que se tratava esse encontro, apesar de presentes 158
delegados, 58 partidos procedentes de 20 países, 36 organizações
fraternas e cerca de 400 representantes de partidos e organizações de
esquerda do continente.
Presidente Lula e Luiz Ducci
|
No
dia 2 de julho de 2005, por ocasião do XII Encontro ocorrido em São
Paulo, se comemorou os 15 anos de fundação da organização, com discurso
laudatório do presidente do Brasil cujo trecho selecionado é reproduzido
a seguir:
“Foi assim que nós pudemos atuar junto a outros países com os nossos companheiros do movimento social, dos partidos daqueles países, do movimento sindical, sempre utilizando a relação construída no Foro de São Paulo para que pudéssemos conversar sem que parecesse e sem que as pessoas entendessem qualquer interferência política. Foi assim que surgiu a nossa convicção de que era preciso fazer com que a integração da América Latina deixasse de ser um discurso feito por todos aqueles que, em algum momento, se candidataram a alguma coisa, para se tornar uma política concreta e real de ação dos governantes. Foi assim que nós assistimos a evolução política no nosso continente.”
“E
é por isso que eu, talvez mais do que muitos, valorize o Foro de São
Paulo, porque tinha noção do que éramos antes, tinha noção do que foi a
nossa primeira reunião e tenho noção do avanço que nós tivemos no nosso
continente, sobretudo na nossa querida América do Sul.”
“Por
isso, meus companheiros, minhas companheiras, saio daqui para Brasília
com a consciência tranqüila de que esse filho nosso, de 15 anos de
idade, chamado Foro de São Paulo, já adquiriu maturidade, já se
transformou num adulto sábio. E eu estou certo de que nós poderemos
continuar dando contribuição para outras forças políticas, em outros
continentes, porque logo, logo, vamos ter que trazer os companheiros de
países africanos para participarem do nosso movimento, para que a gente
possa transformar as nossas convicções de relações Sul-Sul numa coisa
muito verdadeira e não apenas numa coisa teórica.”
(Discurso de comemoração dos 15 anos do Foro, julho de 2005)
A
documentação acerca do FORO DE SÃO PAULO jamais teve ampla divulgação,
tendo sido inicialmente publicado apenas na edição doméstica do GRANMA,
órgão oficial do Partido Comunista Cubano. Na edição internacional nada
transpirou. Mais tarde, passou a ter algum tipo de noticiário restrito
em poucos jornais de alguns países e, até numa revista editada na
Argentina chamada “América Libre”, quase de circulação interna, dirigida
por Frei Betto.
O objetivo do Foro de São
Paulo é implantar governos socialistas na América Latina, via eleições
“democráticas”, que mais tarde serão convertidos em governos
totalitários, a exemplo do modelo cubano em vigor, tudo sob a falsa
retórica de “democracia”, tal como eles, os comunistas entendem. Os
campos de atividade do Foro são a subversão política e social de todo o
continente latino-americano. Veja-se o caso de Zelaya na embaixada
brasileira em Honduras. Tudo sob a falsa retórica da “democracia”,
repito. Trata-se, portanto, de uma organização que se mantém no
anonimato para que seus projetos totalitários não sejam identificados
antes que se complete o plano de dominação e implantação do pensamento
hegemônico no Brasil e no continente Latino-americano. Para este
desiderato o FORO DE SÃO PAULO conta com o apoio da ONU e da OEA.(...)
(...)Como
vimos, participam do FORO DE SÃO PAULO partidos e organizações de
esquerda, reformistas e revolucionárias; Partidos Comunistas que se
definem como marxistas-leninistas; organizações e grupos trotskistas;
Partidos Comunistas que continuam se definindo como
marxistas-leninistas-maoístas (da Argentina, Peru e Uruguai) e que
possuem uma articulação internacional própria em 17 países; Partidos
Socialistas filiados ou não à Internacional Socialista;
organizações que
continuam desenvolvendo processos de luta armada, como as FARC e ELN,
na Colômbia e organizações que participaram da luta armada e hoje atuam
na legalidade, como o Movimento 19 de Abril, também da Colômbia e os
Tupamaros, do Uruguai.
Esta é, portanto, a
breve radiografia do FORO DE SÃO PAULO, uma organização que os
brasileiros não conhecem e a maioria nem sabe que existe, e cujo
objetivo maior é comprar a sua alma para vendê-la ao demônio.
[1]
Enrique Gorriarán Merlo foi o fundador do Exército Revolucionário do
Povo (ERP) e posteriormente do Movimento Todos pela Pátria (MTP).
Gorriarán Merlo foi, também, o autor do ataque terrorista em janeiro de
1980 ao regimento de infantaria La Tablada, em Buenos Aires, no qual
morreram 39 pessoas, e foi quem encabeçou a esquadra que assassinou
Anastásio Somoza em Assunção, Paraguai, em setembro de 1980. Organizou a
máquina militar do Movimento Revolucionário Tupac Amaru (MRTA), o mesmo
que tomou a residência do embaixador japonês em Lima
Conversão à vista?
Mas os cubanos não
são de propriedade de
Fidel. São filhos de
Deus. E disso não
podia esquecer o papa
|
JOSÉ CARLOS GRAÇA WAGNER
Fidel Castro recebeu o papa afirmando que a igreja não deve esquecer o seu passado, a Inquisição. É difícil julgar o passado, ainda que ele tenha produzido males que permanecem até hoje, reconhecidos pelo próprio papa. Que dizer, porém, da "Inquisição" comunista, que matou muito mais gente do que qualquer outra "visão de mundo"?
Fidel Castro recebeu o papa afirmando que a igreja não deve esquecer o seu passado, a Inquisição. É difícil julgar o passado, ainda que ele tenha produzido males que permanecem até hoje, reconhecidos pelo próprio papa. Que dizer, porém, da "Inquisição" comunista, que matou muito mais gente do que qualquer outra "visão de mundo"?
Em Cuba, ela serviu para justificar a instalação de tirania pessoal, apresentada à opinião pública latino-americana e aos deslumbrados governantes do sul como demonstração de vontade forte de enfrentar o inimigo do norte.
A revolução, no início democrática, se tornou tirânica pela intenção de Fidel de vingar as injustiças sofridas pela América Latina, advindas da falta de verdadeira solidariedade das Américas. Se de fato ela existisse, teria impedido a ditadura em Cuba e afastado, bem antes, as injustiças que lhe deram causa.
Mas a tal ponto a revolução cubana se transformou em tirania pessoal que não se sustentará após o desaparecimento físico de Fidel. Tivesse mantido a natureza democrática da revolução, teria sido, pelos seus extraordinários talentos pessoais, líder da maior expressão em todo o continente.
Fidel, ao contrário, assumiu a guerra contra a burguesia de todos os países, acusada, juntamente com a igreja e com as Forças Armadas, de ser aliada do "inimigo". Enxergando-se como "anjo vingador", tornou-se responsável direto pelas centenas de milhares de mortes provocadas pela "luta armada" desencadeada em toda a América Latina. Desestabilizou regimes democráticos; gerou, como reação, regimes militares em vários países; e retardou o desenvolvimento econômico.
Fidel fez, ainda, milhões de cubanos perderem 40 anos de suas vidas, sem o direito de possuir uma trajetória própria para exercer seu livre-arbítrio. Vidas semi-abortadas, sem o livre exercício dos seus talentos para participar da construção da história no seu tempo. Em Cuba, esse livre-arbítrio foi monopolizado por Fidel -responsável pela condenação à morte até de amigos, por considerar sua missão mais importante que a vida das pessoas.
Mas os cubanos não são de propriedade de Fidel. São filhos de Deus. E disso não podia esquecer o papa, mensageiro da paz e revolucionário do amor. Não podia perder a chance de dar esperanças aos que vivem numa sociedade forçada ao ateísmo, em que as famílias foram separadas pelo pretenso desmonte da "sociedade burguesa".
Os quase 2 milhões de cubanos expulsos do país teriam contribuído, mais do que os "subsídios" da URSS, para o progresso da nação. Todos esses exilados são, na mente de Fidel, inimigos da pátria, embora pertencentes a uma classe média profundamente democrática, que apoiara a revolução.
Pouco importavam os motivos políticos de Fidel para consumar o convite. Ele precisava de oxigênio depois que a URSS deixou de fornecer recursos para a luta armada e para melhorar, como vitrine, os "índices sociais" cubanos.
Pouco importava a intenção de obter um reforço indireto para a utopia de construir, na América Latina, um "neo-socialismo", que frei Betto imagina possível com o uso da infra-estrutura da Igreja Católica no continente.
A idéia de convidar o papa, de fato, não foi algo repentino. Começou quando frei Betto se lançou à empreitada de escrever "Fidel e a Religião", em 1979. Continuou na reunião de janeiro de 1989, em Havana, testemunhada em outro livro de frei Betto, "O Paraíso Perdido". Com a previsão do colapso da URSS, as cúpulas do PC de Cuba e do PT do Brasil formularam estratégias para manter o "socialismo" em Cuba e fazê-lo expandir-se para o continente.
Se Lula vencesse as eleições presidenciais daquele ano, assumiria o apoio logístico para a sobrevivência do regime cubano. Caso contrário, hipótese admitida expressamente por Fidel, seria formada uma intercontinental socialista, coordenada pelo petista. Ela se formou em 1990, sob o nome de Foro de São Paulo, com o MST como ponta-de-lança. O foro visa trabalhar pela sobrevivência e expansão do fidelismo, por mais utópica que seja tal façanha.
Esse grupo via o convite ao papa para ir a Cuba como decisivo para a estratégia sustentada pelo irmão leigo dominicano. Nada teria repercussão maior no continente e no mundo. Cuba seria uma espécie de Meca da nova revolução católico-socialista, largamente cogitada nas conversações com o tirano no livro "Fidel e a Religião". Enfim, uma aparente cartada de mestre.
Mas os que jogam o jogo do poder humano cometem o erro de não acreditar no poder divino. Acham que manipulam a igreja e chegam a dar a impressão, em certos momentos, de ter êxito. Embora "mensageiros" da história, não conseguiram ler as mensagens que provam que "as portas do inferno não prevalecerão contra ela".
Se há alguém que enfrenta o colosso americano, não é Fidel. É o papa. Se alguém enfrenta o tirano caribenho, não é o embargo americano. É o papa. Se há uma revolução a ser feita na América Latina, é a pregada pelo papa, não a de frei Betto. Se há uma opção verdadeira pelo social, não é a de Che, por mais que ele tenha pretendido lutar por isso. É a do amor de Cristo pelos pobres, comprovada pela igreja em séculos. Hoje, ela é representada pelo papa, que convoca todos para a solidariedade -não para a tirania dos iluminados.
O tiro está saindo pela culatra para Fidel e seus companheiros do Foro de São Paulo. O que subsiste após a visita a Cuba é a revolução do papa. Não é de todo impossível que se escreva outra história, diferente do "romance" imaginado por frei Betto, pois o homem põe e Deus dispõe.
Fidel pode se transformar no grande convertido -cair do cavalo, como são Paulo. Seria o primeiro tirano de índole marxista a converter-se, pelo carisma do papa, à sua antiga religião, como acontece com muitos jovens que andam por ínvios caminhos, mas voltam à casa do Pai. Será a maior revolução do fim do século -e talvez venha até a ser acompanhada pela conversão de frei Betto. Grande epílogo para uma triste novela, comprovando que de um grande mal se pode tirar um grande bem.
José Carlos Graça Wagner, 67, advogado, é diretor da Associação Comercial de São Paulo, presidente do Instituto Brasileiro pela Liberdade Econômica e Desenvolvimento Social (SP) e presidente do Conselho Curador da Fundação Cásper Líbero.
DOCUMENTO HISTÓRICO
Conheça o Foro de São Paulo, o maior inimigo do Brasil
FORO DE SÃO PAULO SAÚDA O COMUNISMO NA GRÉCIA
por José Carlos Graça Wagner
Qualquer pretenso analista político que não entenda que a corrupção sistêmica é parte integrante de um projeto de conquista do poder total, que esse projeto está intimamente ligado a terrorismo, narcotráfico e contrabando de armas, e que o comando da coisa vem de Cuba por meio dos encontros reservados do Foro de São Paulo é um idiota útil na mais bondosa das hipóteses. Sua opinião a respeito do que quer que seja não vale nada, a não ser na hipótese do relógio parado. - OLAVO DE CARVALHO https://www.facebook.com/carvalho.olavo/posts/441267882691958
Socialismo é uma máquina de produzir ditaduras. É a receita para predadores sociais tomarem o poder.
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