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OLAVO DE CARVALHO - Eric Voegelin ensina que, nas civilizações antigas, como Egito e
Mesopotâmia, a idéia da "verdade" era idêntica à da ordem social
vigente. A noção de uma verdade divina superior à sociedade e acessível à
consciência individual mesmo CONTRA a ordem social só aparece na Grécia
-- primeiro no teatro, depois na vida de Sócrates -- e se consolida no
cristianismo.
Aqueles que hoje em dia se erguem contra qualquer
idéia que vá contra o "establishment" pertencem ainda a uma fase
civilizacional já superada há muitos milênios. - https://www.facebook.com/olavo.decarvalho/posts/10157353685507192
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VERDADE SUBSTITUÍDA POR CONSENSO
"No lugar da objetividade, temos apenas "inter-subjetividade "- em outras palavras, consenso.
Verdades, significados, fatos e valores são agora considerados negociáveis. O curioso, entretanto,
é que este subjetivismo de mente louca anda de mãos dadas com uma vigorosa censura.
Aqueles que colocam o consenso no lugar da verdade encontram-se distinguindo o verdadeiro do falso consenso.
Assim, o consenso que Rorty assume exclui rigorosamente todos os conservadores, tradicionalistas e reacionários ".
ROGER SCRUTON
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VERDADE SUBSTITUÍDA POR PODER
ROGER
SCRUTON "A ideologia comunista descartou a idéia de verdade, como ela se
fosse uma construção burguesa. O que importava era poder — e você
batizou como verdade aquelas doutrinas que o fornecem. Essa maneira
invencível de marginalizar a realidade foi exposta para todos por
Orwell, Koestler, Solzhenitsyn e, mais recentemente, Havel. Somente a
educação em uma universidade moderna, com doses repetidas de Foucault,
Deleuze e Vattimo, pode cegar para os perigos de uma filosofia que vê o
poder como o verdadeiro objetivo do discurso. Infelizmente, essa
educação existe, e temos que viver com o resultado disso.
Todos os
que encontraram a máquina comunista estavam familiarizados com a
abolição da distinção entre verdade e poder, incluindo companheiros de
viagem como Eric Hobsbawm e Ralph Miliband, que aprovaram isso. O que
importava ao Partido Comunista era a meta: a instalação do controle
comunista sobre o máximo possível do mundo civilizado. O mito do “cerco
capitalista” — a descrição da expansão militar soviética como uma
“ofensiva de paz”, as invasões da Hungria, da Tchecoslováquia e do
Afeganistão como “assistência fraterna”: tudo parte da diplomacia da
pós-verdade. A falsificação do discurso político estendia-se às
minúcias. Os judeus eram perseguidos não como judeus, mas como parte da
conspiração burguesa-sionista-capitalista. Os católicos foram presos por
“subversão da república em colaboração com uma potência estrangeira”.
As tentativas da OTAN de instalar defesas antimísseis tornaram-se “atos
de agressão que desestabilizavam a Europa”. E assim por diante. O
resultado era uma espécie de discurso paranóico que não podia ser
respondido com argumento racional, já que cada argumento era mais uma
prova de que todos os que denunciavam as mentiras também as diziam. A
máquina de propaganda soviética enfrentava todos os fatos gritando a
plenos pulmões “mentiras!”, como um lógico louco que grita “essa frase é
falsa!”
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