Seguidores

sábado, 14 de dezembro de 2013

KGB, GOVERNO PELO TERROR, PAVLOV E LAVAGEM CEREBRAL







Abaixo, texto de Ipojuca Pontes

Assim, depois do assalto ao Palácio de Inverno, Lenin instalou no Estado soviético a famigerada Cheka, o órgão repressor que, mais tarde, sob a tirania de Stalin, ganharia o nome de NKVD e, posteriormente, KGB. Com a Cheka, que operava de forma clandestina sob o controle de um "jacobino firme" (Feliz Dzerzhinsky, ex-presidiário, que botava o carrasco de Stalin, Beria, no chinelo), Lênin criou as bases sólidas para a implantação do "Terror Vermelho", a devastadora prática bolchevique responsável pela fome endêmica, fuzilamento, tortura, campos de trabalho forçado, prisões e morte de milhões de camponeses, operários, soldados, burgueses e, em especial, dos próprios "camaradas" caídos em desgraça. 

Os métodos de tortura da Cheka, aprovados com entusiasmo por Lenin, ultrapassam o imaginário de qualquer gênio inquisitorial. Um deles, muito freqüente, o "truque da luva", consistia em mergulhar a mão da vítima em água fervente, até que estivessem em carne viva e sangrando, quando, então, os torturadores arrancavam a pele, de preferência inteira, guardando-a como um troféu; durante os interrogatórios, costumava-se serrar os ossos do prisioneiro ou, quando não, colocá-los em barricas crivadas de pregos, roladas, em seguida, de um lado para outro; em outras ocasiões, aquecia-se uma gaiola cheia de ratos presa ao tronco do condenado; desesperados pela ação do fogo, os ratos abriam caminho pelas vísceras do suspeito. 

Mas Lênin, por conta da implantação do regime comunista na Rússia e em todo o mundo, não queria apenas se apossar do corpo das vítimas. Seu objetivo era muito mais ambicioso: queria dominar a alma das pessoas. Assim, conforme registra Sokolov em White Nights, convocou o fisiologista 1. P. Pavlov, o homem da teoria do reflexo condicionado, para uma conversa particular, quando explicou ao cientista que o seu desejo era fazer com que "as massas sigam o padrão comunista de pensamento e ação", pois, segundo ele, havia "individualismo demais na Rússia, resquício do passado burguês", uma "tendência", afirmava, "perniciosa que interfere nos planos da revolução socialista e que deve ser urgentemente abolida". 

(Diante da proposta do ditador, Pavlov, ele próprio vítima do "Terror Vermelho", indagou petrificado: `O senhor gostaria que eu fizesse todos se comportarem do mesmo modo?". "Exatamente", respondeu Lênin, eufórico: `0 homem pode ser corrigido, fazendo-se dele o que se quiser". Não havia o que duvidar: o infectante revolucionário socialista queria a robotização da natureza humana para melhor escravizá-la.) 

No capítulo destinado à exportação da revolução comunista, que nos toca de perto, Lenin, assim como o seu auxiliar Leon Trotski, sempre que podia não vacilava em "agir". Repetia para os comparsas, entre palavrões cabeludos, com ênfase incontrolada (quem sabe excitado pelo espiroqueta da sífilis?): "0 melhor é corromper! 0 melhor é corromper!". E, passando da teoria à prática, contratou os serviços do notório "camarada Thomas", uma mistura de Zé Dirceu, Delúbio Soares e Marcos Valério, com livre acesso a milhões em ouro e jóias saqueados da burguesia e dos cofres públicos para comprar futuros aliados e propagar o regime comunista em todo o mundo. 

LULA, LENIN E 0 OURO DE FIDEL 


Segue texto de GEORGE SCHPATOFF autor de "KGB - HISTÓRIA SECRETA"  
A eficácia da KGB foi comprovada através dos anos, e sua modernização atingia o zênite à medida que se ampliavam suas metas e objetivos. Em várias oportunidades foram realizadas alterações de rumo, mas o escopo final permanecia intacto. O esforço em obter o maior e o mais detalhado conhecimento de tudo que se passava nos países fora de sua órbita propiciara à KGB um rendimento estupendo. Sua criatividade também era notável.  

A LAVAGEM CEREBRAL, por exemplo, foi concebida nos anos cinqüenta, quando seus cientistas descobriram que o método, inédito, estava fadado ao sucesso. O processo consistia na aplicação direta de técnicas psicológicas geradoras de fenômenos de pânico, ou seja, inibição, obsessão, sentimentos de culpa e traição. De acordo com a classificação de Hipócrates dos quatro tipos humanos, a saber: colérico, sangüíneo, linfático e melancólico, qualquer lavagem cerebral, para ser minuciosa e completa, tem de levar em consideração esses tipos. Através do método, torna-se possível, cientificamente, reformar uma personalidade em todos os sentidos. Lavagem cerebral não significa exatamente violência física ou processo de hipnotizar o cérebro por intermédio de drogas. O método consegue inculcar uma forma abstrata de raciocínio sócio-político em um ser humano sem, entretanto, aniquilar os elementos psicológicos ocultos que representam a essência da sua criatividade.  

O método foi universalizado no decorrer dos conflitos da Coréia e Vietnã, quando o piloto Joe Danforth tornou-se famoso entre os milhares de casos análogos. Para desenvolvê-los, a KGB baseou-se na descoberta realizada pelo renomado cientista soviético Pavlov, que provou ser viável a transformação — in totum — do comportamento animal. Teleguiado por um "pesquisador", o prisioneiro era transformado, em apenas três dias, num robô racional. A lavagem provocava um rompimento brutal do ser como mundo real. Após quinze dias de isolamento, a vítima revelava indícios de ansiedade. Aos poucos, sua personalidade começava a desagregar-se. O "pesquisador" atormentava a vítima seguidamente até provocar-lhe confusão mental. Seguia-se então uma etapa de soluços infantis até o prisioneiro cair no chão. Ao acordar, já revelava um grau elevado de debilidade física. O "pesquisador" responsável pela experiência apresentava-se como um médico diante de seu doente e não como juiz defronte a um réu. O prisioneiro, já vencido, via nele uma espécie de salvador. Tinha início uma conversa sobre a infância, a juventude e a vida adulta do paciente. O "pesquisador", então, provocava-lhe sonhos, confirmando inteiramente a teoria dos sonhos descoberta por Freud. Se o prisioneiro ainda resistisse, uma seringa cheia de insulina ou de escopolamina era capaz de neutralizar rapidamente os últimos traços de resistência. Ignorando a sua responsabilidade de homem e sem capacidade de raciocínio, o paciente, desorientado, mergulhava numa profunda confusão. Ele já estava apto a se sentir culpado, não em conseqüência da insuportável pressão exercida, mas por causa — e isso é importante lembrar — de sentimentos reais de culpa. Assim, a lavagem cerebral atingia seu objetivo, com a vítima passando a fazer confissões e, ao mesmo tempo, acusando com rancor seu próprio país. 

A KGB nunca se preocupou com a escolha dos meios quando visava à obtenção de seus fins. Além disso, não perdia seu precioso tempo com futilidades. Para ela, a decifração do enigma da esfinge, por exemplo, não era mais do que prática banal de criptólogos. O Centro jamais teve dúvidas de que desvendaria, isto sim, todos os mistérios do universo, descobrindo, inclusive, a fórmula da vida eterna... 

No Congresso dos Sovietes, a 6 de dezembro de 1919, o camarada Lênin dizia: "O terror e a Tcheka (avó da KGB*) são coisas absolutamente necessárias. Nossa Tcheka está muito bem organizada". Mais tarde, entre 11 de maio e 16 de junho de 1920, Bertrand Russell manteve uma longa conversação com Lênin. Suas impressões: "Gradualmente passei a achá-lo algo cruel. É ditatorial... no desejo de ver sua teoria compreendida e na fúria para com aqueles que não compreendem ou que com suas idéias não concordem". Russell caracterizou o comunismo com uma afirmação: "a fonte final de toda a cadeia de mentiras danosas do bolchevismo reside em seu dogmatismo do ódio, em sua crença de que a natureza humana pode ser transformada pela força". 

Para depositar seu apoio na Nova Política Econômica - NEP, os camponeses exigiram de Lênin providências contra a polícia secreta que pilhava as suas colheitas. Queriam proteção contra a apreensão e confisco de seus ganhos e mercadorias. Pobres camponeses!... Nutriam enorme esperança de que a famosa Tcheka seria destituída de alguns de seus poderes. Mas ocorreu apenas uma mudança de nome. A GPU —Administração Política do Estado tornou-se sucessora da Tcheka. Essa metamorfose consagrou-se no calendário: 6 de fevereiro de 1922. Entretanto, no dia 1° de março, Lenin escreveu a J. X. Peters, segundo comandante da GPU: "A Administração Política do Estado pode e deve enfrentar o suborno, etc., e punir com fuzilamento, de acordo com a sentença do tribunal. A GPU deve coordenar-se com o Comissariado da Justiça e com todos os órgãos governamentais" (Louis Fischer, A Vida de Lenin, pág. 818). Nessa época, o Comissariado (ministério) controlava os tribunais, o Politburo, com a assistência da GPU. A justiça permanecia uma instituição eminentemente política, como na gestão da Tcheka. 

Na época de Lenin, os decretos de Moscou chegavam apenas onde havia núcleos do partido comunista e unidades da polícia secreta que pudessem executá-los. Quando os camponeses se recusaram a pagar impostos, a polícia secreta foi requisitada para agir. Por conseguinte, o terror não parou de proliferar e foi Lenin seu principal fomentador. Em correspondência dirigida ao ministro da Justiça, camarada Dimitri Kurski, Lenin disse: "... Estou-lhe enviando o texto de um parágrafo adicional do Código Criminal. A idéia básica, espero, está clara. Proclamar abertamente a proposição justa por princípio e justa politicamente (e não estritamente jurídica), que motiva a essência e a justificativa do terror, sua necessidade, seus limites. Os tribunais não devem eliminar o terror; prometer seria enganar a si próprio e aos outros" ( Lenin, Leninski Sbornik, vol. XXVII, pág. 296). 

A vontade inabalável de Lênin de fazer uso racional do terror vermelho contra inimigos reais ou imaginários serviu para equacionar, a princípio, problemas políticos, depois econômicos e, por último, sociais ou culturais. A profunda confiança depositada no terror acabou promovendo a simbiose entre o partido estatal e a polícia secreta.  

Nos primórdios da Glasnost, o ministro-chefe da KGB, Mktor Chebrikov, citou a justificativa de Lenin para o maciço terror contra os camponeses. Na cúpula do poder, Lenin advogava, de modo explícito, o uso da violência e do terror de massa para alcançar seus objetivos. Declarou em sua obra Estado e Revolução que, ao se referir à democracia, o que desejava significar o termo era "uma organização para o uso sistemático da força por uma classe contra a outra, por um setor da população contra o outro". 

Em suas Obras Selecionadas, Lenin permaneceu irredutível neste ponto: "A definição científica da ditadura é um poder não limitado por quaisquer leis, não atado por quaisquer regras e baseado diretamente na força. Nós estamos postados a seu lado e não podemos passar sem ela". (...) O terror fazia parte de cada pronunciamento: "Fuzilamento, no local, de um em cada grupo de dez considerados culpados de ociosidade". Kalinin, presidente decorativo do Presidium, e Molotov, ministro do Exterior, chegaram a compilar listas dos comunistas de primeira linha a serem fuzilados. Ao mesmo tempo, as vidas de suas mulheres permaneciam dependuradas por um fio na prisão. Lênin não era capaz de suportar alguém discordando de seu ponto de vista. Mandou prender Maria Spiridonova, sua leal amiga e uma das mais notáveis figuras do movimento revolucionário desde o fim do século XIX. Ela faleceu na prisão de frio e fome. 


IpojucaIpojuca Pontes é cineasta, jornalista, e autor de livros como A Era Lula, Cultura e Desenvolvimento e Politicamente Corretíssimos. Também é conferencista e foi Secretário Nacional da Cultura.

Artigos do autor

 *
mais:

A interferencia da KGB no Brasil e no mundo:

A História invertida    

por Olavo de Carvalho         
Os soviéticos foram sempre os campeões absolutos no recrutamento de jornalistas. Nos EUA, hoje conhecem-se um por um os nomes daqueles que, na mídia americana, serviram à KGB e ao GRU (serviço secreto militar).


*
TÉCNICAS DE ENGODO E MANIPULAÇÃO
 
*
 
Será Ion Mihai Pacepa um agente triplo? Isso é desinformatzya!Será Ion Mihai Pacepa um agente triplo? Isso é desinformatzya!
http://grogdocarlosreis.blogspot.com.br/2013/10/sera-ion-mihai-pacepa-um-agente-triplo.html

*

LAVAGEM CEREBRAL - ALDOUS HUXLEY

http://conspiratio3.blogspot.com.br/2013/04/lavagem-cerebral-aldous-huxley.html



Como diz Graça Salgueiro, não dá para separar terrorismo e comunismo. A filosofia terrorista não morre com a conquista do poder. Depois de destruir tudo o que ordena, legitima e consolida uma sociedade, o poder só pode ser mantido pela força.

Nenhum comentário:

Postar um comentário