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O PROCESSO DE PONERIZAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES
Texto simplificado extraído do livro PONEROLOGIA: PSICOPATAS NO PODER, de Andrew Lobaczewski
(Poneros = Mal)
"Quando 3 egos governam - egoísmo, egotismo e egocentrismo - o sentimento de conexão social e de responsabilidade em relação aos outros desaparece, e a sociedade em questão divide-se em grupos ainda mais hostis uns aos outros. Quando o ambiente histérico não consegue mais diferenciar as opiniões de pessoas patológicas ou quase-não-normais, das opiniões de pessoas normais, racionais, abre-se uma porta para que a ativação dos fatores patológicos de várias naturezas entre em cena."
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A tradição e os valores ideológicos de uma sociedade normal podem, por um longo período, proteger uma associação que sucumbiu ao processo de malignidade ponerogênica a partir da consciência da sociedade, especialmente de seus componentes críticos menores. Quando o processo ponerogênico toca esse tipo de organização humana, que emergiu e agiu originalmente em nome de objetivos políticos ou sociais, os valores primários do grupo original irão alimentar e proteger tal união, apesar do fato de que tais valores primários tenham sucumbido à degeneração característica e a função prática tenha se tornado completamente diferente da inicial, porque os nomes e os símbolos são mantidos. É aí que as fraquezas dos “sensos comuns” individual e social são reveladas.
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A ideologia de uma associação infiltrada e ponerogênica é formada por uma adaptação gradual de seus ideais originais para outras funções e objetivos diferentes dos originalmente desenvolvidos. Um certo tipo de sobreposição da ideologia acontece durante o processo de ponerização. A camada externa, mais próxima do conteúdo original, é utilizada para propósitos de propaganda, especialmente em relação ao mundo exterior, embora possa também ser usada, em parte, internamente para os membros do baixo escalão. A segunda camada é direcionada à elite sem problemas de compreensão: é mais hermética, geralmente composta pela introdução delicada de significados diferentes para os mesmos nomes. Uma vez que nomes idênticos significam conteúdos diferentes, dependendo da camada em questão, entender este jogo duplo de linguagem requer uma fluência simultânea nas duas linguagens. As pessoas medianas sucumbem às insinuações sugestivas da primeira camada por um longo período até que aprendam a entender a segunda da mesma forma. Qualquer pessoa com certos desvios psicológicos, especialmente se estiver utilizando a máscara da normalidade com a qual já estamos familiarizados, percebe imediatamente que a segunda camada é atrativa e significativa; afinal de contas, foi construída por pessoas como ela. Essa dualidade da linguagem é um sintoma de que a união humana em questão está contaminada pelo processo ponerogênico em um grau avançado.
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Então, sempre que observamos algum membro de um grupo sendo tratado sem distanciamento crítico, embora ele demonstre as anomalias psicológicas familiares para nós, e suas opiniões sendo tratadas como iguais às das pessoas normais, embora sejam baseadas em uma visão das questões humanas caracteristicamente diferente, nós devemos concluir que esse grupo humano está afetado por um processo ponerogênico e, se medidas não forem tomadas, o processo continuará até a sua conclusão lógica. Devemos tratá-lo de acordo com o primeiro critério de ponerologia descrito anteriormente, que mantém sua validade independentemente das características qualitativas e quantitativas de tal associação: a atrofia das faculdades críticas naturais a respeito de indivíduos patológicos se torna uma abertura para as suas atividades e, ao mesmo tempo, um critério de reconhecimento da associação em questão como ponerogênica.
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Parte desta situação está no limiar do consciente, o que torna ainda mais fácil o dano adicional ao senso comum saudável e às faculdades morais críticas das pessoas. Uma vez que um grupo tenha inalado uma dose suficiente de material patológico para dar origem à crença de que essas pessoas não-tão-normais são GÊNIOS inigualáveis, inicia-se a sujeição dos membros mais normais a uma pressão caracterizada pelos elementos paramorais (pseudo-moral) e paralógicos (falsa lógica) correspondentes.
Para muitas pessoas tal pressão da opinião coletiva impõe um atributo de critério moral; para outros representa um tipo de terror psicológico muito mais difícil de suportar. O fenômeno de contra-seleção ocorre assim nesta fase da ponerização: os indivíduos com um senso de realidade psicológica mais normal saem, depois de entrarem em conflito com o grupo recém modificado. Simultaneamente, os indivíduos com várias anomalias psicológicas juntam-se ao grupo e encontram facilmente um meio de vida ali. Aqueles sentem-se “empurrados para posições contrarrevolucionárias”, e estes podem então retirar suas máscaras de sanidade, cada vez mais freqüentemente.
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