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Gente! Não sei quem foi que disse: o mecanismo central do totalitarismo é a polícia secreta, que espiona e intimida seu próprio país, seu próprio povo! Ela se torna cada vez mais poderosa e seu poder acaba fugindo ao controle. Não é por acaso que hoje a KGB está no topo do comando na Rússia.
Acho que Hannah Arendt tratou desse assunto no livro Origens do Totalitarismo.
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O Czar Putin - por Ion Mihai Pacepa
(...)
"A
“democrática” caminhada até o poder do antigo oficial da KGB Putin
começou em 1999 com um golpe da KGB. Em 31 de dezembro, Boris Yeltsin, o
primeiro presidente russo eleito livremente, surpreendeu o mundo com a
sua renúncia. “Acredito que eu devo fazer isto e a Rússia deve entrar no
novo milênio com novos políticos, novos rostos, com novas pessoas,
inteligentes, fortes e cheias de energia” [2] afirmou Yeltsin
solenemente. Em seguida, assinou um decreto transferindo o seu poder ao
ex-chefe da polícia política russa, Vladimir Putin. Por sua vez, o novo
presidente indicado assinou um decreto anistiando Yeltsin – alegadamente
ligado a pesados escândalos de suborno – “de quaisquer possíveis
delitos” e dando a ele “total imunidade” contra ações penais (e até
mesmo investigações e inquéritos) referentes a “todo e qualquer” ato
realizado durante o seu mandato. Quid pro quo.
Durante a
Guerra Fria, a KGB era um estado dentro do estado. Logo após a
auto-coroação de Putin, a KGB se tornou o Estado. Em 2003, mais de seis
mil oficiais aposentados da KGB – uma organização responsável, no
passado, pelo assassinato de milhões de pessoas após taxá-las de espiões
judeus ou nazistas – estavam administrando os governos federal e local
russos. Quase metade dos altos cargos administrativos estavam ocupados
por oficiais aposentados da KGB. Na antiga União Soviética havia um
oficial da KGB para cada 428 civis. Em 2004, a Rússia de Putin tinha um
oficial da FSB para cada 297 civis. [3] Seria como “democratizar” a
Alemanha nazista após a guerra colocando ex-oficiais da Gestapo no
comando do país." https://conspiratio3.blogspot.com/2017/01/o-czar-putin-ion-mihai-pacepa.html
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O livro de Orlando Figes, "Sussurros" retrata a vida dos soviéticos que, cercados de espiões e traidores, não tinham privacidade suficiente nem para falar num tom normal em suas casas. Eu estava procurando algum comentário do genial prof. Olavo sobre ele e encontrei o artigo abaixo, interessantíssimo, que apenas menciona o Figes:
"Quando os comunistas sobem ao poder na Rússia em 1917, eles trazem várias décadas de experiência da clandestinidade e nenhuma experiência da política “normal”, da legalidade democrática vigente nos maiores países europeus e na América. A conseqüência imediata foi que levaram para o governo as técnicas e hábitos da luta clandestina. “Governo revolucionário”, no caso, veio a significar: governo por meios de ação clandestinos: ocultação, traição, engodo, perfídia. O lutador clandestino é aquele que se permite tudo, que não tem compromisso com nenhuma ordem legal ou moral exterior, que inventa livremente sua regra conforme os interesses e contingências da luta pelo poder.
O que distinguiu o poder soviético nascente foi menos o emprego da violência do que o caráter deliberado e calculista da sua brutalidade. Lênin e Djerzhinzski, o chefe da polícia secreta, estavam persuadidos de que a violência funcionava sobretudo pelo seu impacto psicológico, pelo terror que infundia às multidões. Por isto adotaram métodos de uma crueldade que, para a opinião pública civilizada, era simplesmente inimaginável."
Na íntegra: https://olavodecarvalho.org/o-espirito-da-clandestinidade-2/
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PSEUDO-JUSTIÇA COMUNISTA "Como
são feitos os julgamentos políticos? Primeiramente, por sugestão de
funcionários do partido, a polícia determina que alguém é "inimigo" das
condições existentes, e que pelo menos suas idéias e conversas com
amigos íntimos representam um perigo, no mínimo, para as autoridades
locais. A providencia que se segue é o preparo da eliminação legal
deste inimigo. ISSO É FEITO POR MEIO DE UM PROVOCADOR, que leva a
vítima a fazer "declarações embaraçosas", a tomar parte em organizações
ilegais, ou coisas semelhantes; ou então, servindo-se de uma
testemunha falsa, que dirá o que a polícia desejar. A MAIORIA DAS
ORGANIZAÇÕES ILEGAIS NOS REGIMES COMUNISTAS É CRIADA PELA POLÍCIA
SECRETA, COMO ARMADILHA PARA OPOSICIONISTAS, que ficam sujeitos então à
ação policial. O governo comunista não evita que os cidadãos
"suspeitos" cometam crimes e violem a lei, na realidade ele os leva a
esses crimes e violações."
(A NOVA CLASSE - MILOVAN DJILAS)
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