A sintomatologia histérica
A vida moderna
convida ao eremitismo porque as pessoas parecem que andam parvas e não
se consegue ter uma conversa decente a não ser mediante a repetição de
lugares comuns. O problema está na dificuldade que muita gente tem em
perceber as coisas mais óbvias, e não me refiro apenas aos estultos que
não conseguem acompanhar um raciocínio elementar mas sobretudo àqueles,
especialmente os dotados de um intelecto treinado, que não conseguem
aceitar os dados brutos da realidade imediatamente acessíveis aos
sentidos, incluindo as acções que eles mesmos produzem, ou seja, àqueles
que “não conseguem ver um boi à sua frente”. Não se pode dizer que seja
uma queda somente devida à moderna educação ou ao excesso de
“informação”, porque a mutação deu-se também em pessoas que já não
estavam em idade escolar, além de que os sintomas são muito menores em
alguns países em que existe a mesma psicose informática.
O sintoma a que
me refiro é mais propriamente o da histeria disseminada. O histérico é
aquele que, na fórmula compacta do filósofo Olavo de Carvalho, não sente
o que ele vê mas vê o que ele sente. Andrew Lobaczewski, no livro
Political Ponerology, identificou o fenómeno da disseminação da
sintomatologia histérica sob domínio de lideranças psicopáticas. George
Orwell já tinha descrito o fenómeno de forma hiperbólica no livro 1984, e
certamente que é nos sistemas totalitários que podemos mais facilmente
observar o processo decorrendo. Enquanto o psicopata no poder mente
sabendo que o faz, o histérico mente para se encaixar na situação
constrangedora em que se encontra e depois acaba mesmo por deformar a
sua divisão das coisas. O fenómeno também ocorre de forma maciça nas
democracias, embora seja mais difícil de identificar, não só porque aqui
é usado um conjunto disperso de meios mas porque os psicopatas que
efectivamente detém o poder não são facilmente identificáveis, não
podendo ser mapeados directamente pelos cargos de governo do país.
Contudo, creio que em Portugal o fenómeno é ainda mais insólito, por
razões que apresentarei abaixo.
Não é difícil
de identificar o fenómeno da liderança psicopática e da disseminação da
sintomatologia histérica no caso do governo de José Sócrates. O antigo
primeiro-ministro usava a estratégia, aparentemente pueril, de se
vitimizar ante qualquer acusação que recebia, ao mesmo tempo que não
tinha pudor em usar os meios do Estado para perseguir os seus
adversários. A determinada altura uma sondagem (penso que já me referi a
ela neste blogue) indiciava um facto assombroso: os portugueses achavam
que Sócrates era corrupto mas que podia perfeitamente continuar a
governar. Note-se que, neste caso, a visão deformada não se aplica tanto
a Sócrates mas mais ao papel do próprio governante. Contudo, José
Sócrates não tinha um poder absoluto e só conseguiu obter tanto sucesso
em “histerizar” os portugueses porque herdou um processo que já vinha
decorrendo há muito tempo. Nesta altura, seria de esperar que fosse
culpar a hegemonia socialista mas, neste caso em particular, creio que
há um elemento muito mais preponderante e que pouquíssimos considerarão
de relevância política: o futebol.
O futebol
português tornou-se numa palhaçada indescritível e não há um único
resultado desportivo que deva ser considerado credível. Mas o que é
relevante para este caso é a permanência de certas lideranças
desportivas – não somente ao nível dos clubes – que usam de todo o tipo
de esquemas ilegais mas que a justiça oficial nunca pune, mesmo quando a
corrupção é evidente, a que se juntam os comentadores desportivos
especialistas a justificar o injustificável. As discussões entre os
adeptos de clubes adversários passaram das normais picardias, em que
ninguém se levava muito a sério, para uma crença total naquilo em que se
defendia. Sobretudo, as vitórias desportivas e a impunidade oficial
santificaram a corrupção, a mentira, as putarias e a violência. Isto não
seria especialmente grave se ficasse confinado aos adeptos mais
fanáticos e à própria temática do futebol. Mas gradualmente espalhou-se,
por todos os adeptos do futebol e mesmo entre aqueles que nem gostam
deste desporto, a lógica de que “se alguém pode fazer algo impunemente
então ele deve mesmo fazer aquilo”. Inevitavelmente, esta lógica
deturpada acabou por aparecer como válida para outros domínios, desde
que aparecesse alguém com a suficiente falta de vergonha na cara para a
encarnar, como aconteceu como José Sócrates.
Podemos tentar
achar justificações para o estado calamitoso em que Portugal se encontra
na Inquisição, no Marquês de Pombal, nas Invasões Francesas, na
Revolução Liberal, na queda da monarquia, no Estado Novo, no 25 de Abril
e no PREC, na entrada para a CEE, no Euro, mas hoje estou firmemente
convicto de que tudo isto se torna irrelevante em comparação com a
revolução das consciências que o fenómeno do futebol operou dos últimos
30 anos. Sei que ao dizer isto pareço estar a proferir uma das maiores
barbaridades que alguém já disse em língua portuguesa, mas creio que
quem queira estudar o fenómeno sem preconceitos chegará, em poucos anos,
à conclusão de que o futebol operou uma devastação avassaladora nos
padrões éticos e na inteligência (entendida como capacidade de conhecer a
realidade) dos portugueses.
Sou do Brasil e observo o mesmo acontecendo aqui. Mas não por causa do futebol. Em minha opinião, a causa é a prática sistemática da mentira, do "mentirismo", por autoridades, ou fontes ditas formadoras de opinião, ou tudo que outrora foi porta-voz do consenso. A mentira que vem de cima, oficializada, por assim dizer, teria essa capacidade de dissociar a mente, se aceita de alguma forma. Parece que as mentes preferem obedecer à autoridade do poder a obedecer a da verdade.
É uma hipótese, ainda estou juntando dados. Mas, se assim for, a prática da verdade é um antídoto eficaz.
Celia
É uma hipótese, ainda estou juntando dados. Mas, se assim for, a prática da verdade é um antídoto eficaz.
Celia
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COMUNISMO SE CURA COM VERDADE
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BULLYING IDEOLÓGICO
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COLETIVISMO IMBECILIZANTE
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BATE PAPO LOBÃO E OLAVO DE CARVALHO
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FORMAÇÃO DO IMBECIL COLETIVO PELA EDUCAÇÃO
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2013/02/formacao-do-imbecil-coletivo-pela.html
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POLITICAMENTE CORRETO COMO ARMA
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LEGITIMAÇÃO DA MENTIRA
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2013/10/a-legitimacao-da-mentira-e-o.html
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FALSIDADE GERA VULGARIDADE
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2013/09/a-falsidade-gera-vulgaridade.html
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MENTIRA É FERRAMENTA
http://conspiratio3.blogspot.com.br/search/label/MENTIRA%20%C3%89%20FERRAMENTA
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TÉCNICAS DE ENGODO E MANIPULAÇÃO
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2013/10/tecnicas-de-engodo-e-manipulacao-de.html
Este texto, de autoria desconhecida, já foi postado inúmeras vezes na internet. Mas por ser muito bom e mais atual do que nunca; aqui vai mais uma vez:
Como Caçar Porcos Selvagens
(Autor desconhecido)
Havia um professor em um grande colégio com
alunos estrangeiros de intercâmbio em sua turma. Um dia, enquanto a
turma estava no laboratório, o professor notou um jovem africano do
intercâmbio que continuamente coçava as costas e se esticava como se
doessem. O professor perguntou ao
jovem qual era o problema. O aluno respondeu que tinha uma bala alojada
nas costas pois tinha sido alvejado enquanto lutava contra os comunistas
de seu país nativo onde estavam tentando derrubar seu governo e
instalar um novo regime, um “outro mundo possível”.No meio da sua
história ele olhou para o professor e fez uma estranha pergunta: “O
senhor sabe como se capturam porcos selvagens?”O professor achou que se
tratava de uma piada e esperava uma resposta engraçada. O jovem disse
que não era piada. E contou:- “Você captura porcos selvagens encontrando
um lugar adequado na floresta e colocando algum milho no chão. Os
porcos vêm todos os dias comer o milho doado. Quando eles se
acostumam a vir todos os dias, você coloca uma cerca, mas só em um lado
do lugar em que eles se acostumaram a vir. Quando eles se acostumam com a
cerca, ele voltam a comer o milho e você coloca um outro lado da cerca.
Mais uma vez eles se acostumam e voltam a comer. Você continua desse
jeito até colocar os quatro lados da cerca em volta deles com uma porta
no último lado. Os porcos que já se acostumaram ao milho fácil e as
cercas começam a vir sozinhos pela entrada. Você então fecha a porteira e
captura o grupo todo.”“Assim, rapidamente, os porcos perdem sua
liberdade. Eles ficam correndo e dando voltas dentro da cerca, mas já
foram pegos. Logo, voltam a comer o milho fácil e gratuito. Eles ficaram
tão acostumados a ele que esqueceram como caçar na floresta por si
próprios, e por isso aceitam a servidão.”O jovem então disse ao
professor que era exatamente isso que ele via acontecer neste país. O
governo ficava empurrando-os para onde queria e espalhando o milho
gratuito na forma de programas de auxílio de renda, bolsas isso e
aquilo, impostos variados, estatutos de “proteção”, cotas para estes e
aqueles, subsídio para todo tipo de coisa, pagamentos para não plantar,
programas de “bem-estar social”, medicina e medicamentos “gratuitos”,
sempre e sempre novas leis, etc, tudo ao custo da perda contínua das
liberdades, migalha a migalha. Devemos sempre lembrar que “Não existe
esse negócio de almoço grátis” e também que “não é possível alguém
prestar um serviço mais barato do que seria se você mesmo o fizesse”
*
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