Parte I – Capítulo 3
Os Padrões de Desinformação: “Aparência e Força”
Se um regime comunista está em crise, se o regime está
enfraquecido, se a sua liderança está dividida ou comprometida, o padrão lógico
para a desinformação é esconder a crise e suas dimensões, atrair a atenção para
outras áreas ou problemas e apresentar a situação, tanto domesticamente como ao
exterior, sob a luz mais favorável possível. Este é o padrão “aparência e força”
ou padrão de desinformação “vila Potemkin” (No século XVIII, o Conde Potemkin
organizava as excursões que sua soberana, Czarina Catarina II e os embaixadores
junto à corte faziam descendo o rio. Ansioso por apresentar o alto padrão de
vida dos camponeses sob o governo de Catarina, Potemkin dispunha de vilas
artificiais móveis, construídas às margens do rio. Uma vez que a barcaça real
tivesse passado as vilas, estas eram rapidamente desmontadas e remontadas em
algum outro ponto rio abaixo, para nova “apresentação” à corte.) Ele foi
aplicado em todos os países comunistas, incluindo, p.ex., a China, Romênia e a
própria União Soviética.
O padrão geral de desinformação determina as formas que este toma,
bem como as técnicas utilizadas. No padrão “aparência e força”, informações
danosas ao regime são suprimidas, enquanto que as favoráveis são exageradas. Na
imprensa, os assuntos reais são vagamente referidos, quando muito. Conforme a
natureza, as informações estatísticas são ou retidas, ou inflacionadas. A propaganda
agora assume o papel principal, vez que é ela mesma a principal forma de desinformação.
Dissimulações especiais são levadas a cabo para dar maior credibilidade à propaganda.
As falhas e fraquezas do regime são apresentadas como seus sucessos e força.
Retração e passividade ideológico-política são apresentadas como se fossem
vitórias nesses campos. A preocupação com o futuro é apresentada como confiança.
Os temores que o mundo exterior nutre com relação à força comunista são
deliberadamente aumentados e a ameaça comunista é exagerada fora de qualquer
proporção em relação a seu potencial verdadeiro. Tudo isso com o intuito de desencorajar a intervenção externa nos assuntos comunistas.
O uso maciço de desinformação, de acordo com este padrão, foi
feito durante os expurgos estalinistas e durante os últimos anos da vida de
Stálin. Por exemplo, durante as repressões em massa dos anos 30, o regime projetou
a si mesmo para o mundo exterior, com sucesso, como se fosse um modelo de
sistema democrático sob um líder forte. O Exército Vermelho, cujo corpo de oficiais
tinha sido quase que totalmente eliminado, era apresentado como sendo o mais
poderoso exército do mundo. No período do pós-guerra, o declínio da influência
da ideologia comunista e o grau de descontentamento popular na União Soviética
e em seus satélites do Leste Europeu, foram escondidos.
O significado maior da oposição de Zhdanov e seu grupo de
Leningrado a Stálin em 1948, foi ocultado com sucesso. Assim foram também
ocultadas as tensões entre os soviéticos e chineses e outros países comunistas.
O bloco era cosmeticamente apresentado como monolítico. A força política,
militar e econômica do dito monólito foi grosseiramente exagerada na propaganda
comunista, o principal veículo da desinformação segundo o padrão em foco.
Para prevenir que o Ocidente detectasse a profundidade da crise
no bloco, a qual a propaganda tinha a intenção de esconder, foram também
reduzidos ao mínimo absoluto os contatos entre os mundos comunista e
não-comunista. Cidadãos soviéticos e dos países satélites foram proibidos de
viajar ao exterior, exceto quando membros de delegações oficiais; esses
delegados eram meticulosamente investigados antes de partir e mantidos sob
estrita vigilância quando no exterior. Os únicos visitantes ao bloco oriundos
de países não-comunistas eram comunistas eles mesmos, ou seus “companheiros de
viagem”. Mas mesmo esses passavam por rigoroso escrutínio antes que suas visitas
fossem autorizadas.
Quando chegavam, seus itinerários eram firmemente
supervisionados e uma larga porção do programa era devotada a visitar fazendas
coletivas e fábricas, previamente organizadas como cenários de demonstração.
Diplomatas e jornalistas estrangeiros eram sujeitos a rígidas restrições; suas
viagens eram limitadas a até no máximo vinte e cinco quilômetros da capital. Foram
estabelecidos procedimentos estritos para os contatos oficiais entre diplomatas
estrangeiros e funcionários comunistas. Decretos especiais foram postos em
prática entre 1946-47 definindo a responsabilidade de funcionários soviéticos
ao lidar com segredos de estado. O contato ocidental com o homem das ruas soviético
era quase inexistente; quando acontecia, era controlado. Por meio destas
medidas, o mundo comunista foi literalmente selado e isolado do resto do mundo.
Os jornais comunistas eram desprovidos de qualquer notícia genuína. Seus
artigos referiam se apenas à força do regime, às conquistas dos líderes e aos
percalços do mundo não-comunista. Apenas aqueles com algum treinamento e
prática na análise de propaganda e desinformação poderiam, às vezes, ler nas
entrelinhas e deduzir uma suspeita daquilo que realmente estava acontecendo.
Para evitar mal-entendidos, é útil começar por traçar clara
distinção entre anticomunismo e anti estalinismo, além de definir até que ponto
a desestalinização é um processo genuíno.
Anticomunismo
O anticomunismo não está ligado especificamente à hostilidade a
qualquer líder comunista individual. Ele significa oposição aos princípios e
práticas comunistas; é crítico do comunismo em seu sentido mais amplo. Existiu
sob várias formas, dentro e fora da União Soviética, já antes de 1917.
Desenvolveu-se à época de Lênin, floresceu sob Stálin e persistiu, mesmo que
menos vigorosamente, sob seus sucessores. Entre os anticomunistas, podem ser
distintas três tendências: uma tendência conservadora, que é mais ou menos
rígida e consistente em sua oposição; uma tendência liberal, que de tempos em
tempos favorece certo grau de acomodação com o comunismo; e uma tendência
neutralista, particularmente entre os países não comunistas vizinhos ao bloco
comunista, que tentam efetivar arranjos práticos com os regimes comunistas a
fim de assegurar a sua própria sobrevivência.
O anticomunismo na intelligentzia pode brotar da rejeição em
bases intelectuais das pretensões dogmáticas do marxismo como filosofia. Em
todos os níveis da sociedade, o anticomunismo é nutrido pela crença de que ele
é um sistema artificial ou antinatural, intolerante e desumano, que despreza o
indivíduo e mantém-se somente pelo uso da força e do terror, além de levar
adiante uma agressiva política ideológica destinada à dominação mundial. No
passado, a teoria e prática comunistas em assuntos de tomada do poder, o abuso
e destruição de instituições democráticas, a supressão das liberdades
individuais e o uso do terror, levaram à respostas enfáticas e combativas dos
social democratas, que por sua vez, levaram a um distanciamento ainda maior
entre os partidos socialistas e comunistas e à uma ruptura no movimento
trabalhista internacional.
A força do anticomunismo internacional cresceu e depois minguou.
Os dois pontos altos foram o esforço anglo-francês de criar uma coalizão
européia anti-soviética durante a guerra civil na Rússia, entre 1918-21, e a
criação da OTAN depois da II Guerra Mundial. Dentro e fora da União Soviética,
o anticomunismo expressou-se de variadas formas a partir de 1917. Exemplos
típicos são encontrados na guerra civil russa (1918-21); nos movimentos
separatistas das repúblicas não russas; nas revoltas no Cáucaso e na Ásia
Central nos anos 20, nos posteriores movimentos de resistência clandestinos na
Ucrânia e nas repúblicas do Báltico, nas atividades das organizações de
exilados, de refugiados políticos e daqueles que romperam com os partidos
comunistas ocidentais.
Oposição desse tipo teria existido com ou sem Stálin no poder,
ainda que tenha sido fortalecida como reação à sua influência repressiva. Na
verdade, o governo de Stálin foi tão despótico e personalista, que durante
algum tempo o estalinismo tornou-se quase um sinônimo do comunismo, e a
oposição a um confundia-se com a oposição ao outro, e particularmente porque
Stálin reprimiu a ambos os tipos de oposição de forma igualmente impiedosa e
severa. Nos anos 30, numa repressão em massa que incluiu membros do partido,
Stálin esmagou a oposição, real ou imaginária, que poderia haver contra ele.
Alguns dos líderes da Terceira Internacional, tais como Zinovyev, Bukharin e
Bela Khun, foram fuzilados. Trotskiy, que junto com os socialdemocratas, era
tido por Stálin como sendo um dos mais perigosos inimigos da União Soviética,
foi assassinado em 1940 por agentes secretos sob as ordens daquele. Após a II
Guerra Mundial, líderes social-democratas da Europa Oriental foram eliminados fisicamente.
Do livro - NOVAS MENTIRAS EM LUGAR DAS VELHAS
A Estratégia Comunista de Dissimulação e Desinformação
Por ANATOLIY GOLITSYN
A Estratégia Comunista de Dissimulação e Desinformação
Por ANATOLIY GOLITSYN
***
"Certamente o mais importante dos desertores foi Anatoliy Golitsyn, agente graduado do KGB, nascido na Ucrânia em 1926. Foi membro do Komsomol ( Juventude Comunista) desde os 15 anos e tornou-se membro do Partido Comunista em 1945, imediatamente absorvido pelo KGB onde permaneceu até emigrar para o Ocidente em 1961, após percorrer todos os passos dentro dos serviços de contra-informação. Fez parte do chamado KGB Interno, um departamento supersecreto de planejamento estratégico de cuja existência nem mesmo os agentes ordinários do KGB tinham conhecimento. Formou-se pela Escola Militar de Contra-Espionagem, pela Universidade de Marxismo-Leninismo e por correspondência na Escola de Altos Estudos Diplomáticos. Exilado nos EUA, passou a estudar atentamente as interpretações ocidentais das ocorrências no mundo comunista e verificou que os serviços de informação, como a CIA e o M16 britânico, estavam completamente equivocados, vindo a publicar em 1984 seu primeiro livro NEWS LIES FOR OLD. A história de Golitsyn entre 1961 e o lançamento do livro pode ser encontrada no artigo de Edward Jay Epstein, THROUGH THE LOOKING GLASS. Precisando de ajuda para publicar seu primeiro livro, Golitsyn procurou William F. Buckley, editor da revista conservadora National Review e seu pedido foi recusado. Esta recusa por um dos maiores conservadores americanos quase jogou por terra a possibilidade de vir a ser publicado. A seguir, escreveu inúmeros memorandos para a CIA, denunciando a estratégia comunista q1ue não estaca sendo percebida porque o Ocidente usava métodos superados de avaliação. Golitsyn previu inclusive a queda do Muro de Berlin, a "abertura" soviética e outros eventos. Pelas razões expostas por Epstein e porque os serviços de inteligência não podiam admitir seus erros, suas informações foram ignoradas. Como os acontecimentos confirmaram suas predições em 94%, segundo Mark Riebling no livro Wedge: The Secret War between the FBI and CIA, publicou em 1990 THE PERESTROIKA DECEPTION, onde explica o intento por trás da estratégia leninista das falsas reformas e progresso em direção à democracia dos países comunistas. Na opinião de William F Jasper, editor do The New American e co-editor do The Soviet Analyst, Golitsyn é provavelmente o mais importante desertor soviético que já chegou ao Ocidente porque ele revelou os detalhes de um estratagema de dissimulação de longo prazo da qual o Ocidente não tinha nenhum conhecimento até então." (Heitor de Paola)
THROUGH THE LOOKING GLASS
http://www.edwardjayepstein.com/archived/looking_print.htm
A história secreta de Anatoli Golitsyn - Final
http://www.midiasemmascara.org/arquivos/6177-a-historia-secreta-de-anatoli-golitsyn-final.html
FILMANDO A GRANDE FRAUDE *Jeffrey Nyquist
http://www.sacralidade.com/mundo2008/0055.filmando.html
a Russian KGB defector named Anatoliy Golitsyn went to see William F. Buckley, the editor of “National Review.”
https://theinteramerican.org/the-grand-deception/
"Certamente o mais importante dos desertores foi Anatoliy Golitsyn, agente graduado do KGB, nascido na Ucrânia em 1926. Foi membro do Komsomol ( Juventude Comunista) desde os 15 anos e tornou-se membro do Partido Comunista em 1945, imediatamente absorvido pelo KGB onde permaneceu até emigrar para o Ocidente em 1961, após percorrer todos os passos dentro dos serviços de contra-informação. Fez parte do chamado KGB Interno, um departamento supersecreto de planejamento estratégico de cuja existência nem mesmo os agentes ordinários do KGB tinham conhecimento. Formou-se pela Escola Militar de Contra-Espionagem, pela Universidade de Marxismo-Leninismo e por correspondência na Escola de Altos Estudos Diplomáticos. Exilado nos EUA, passou a estudar atentamente as interpretações ocidentais das ocorrências no mundo comunista e verificou que os serviços de informação, como a CIA e o M16 britânico, estavam completamente equivocados, vindo a publicar em 1984 seu primeiro livro NEWS LIES FOR OLD. A história de Golitsyn entre 1961 e o lançamento do livro pode ser encontrada no artigo de Edward Jay Epstein, THROUGH THE LOOKING GLASS. Precisando de ajuda para publicar seu primeiro livro, Golitsyn procurou William F. Buckley, editor da revista conservadora National Review e seu pedido foi recusado. Esta recusa por um dos maiores conservadores americanos quase jogou por terra a possibilidade de vir a ser publicado. A seguir, escreveu inúmeros memorandos para a CIA, denunciando a estratégia comunista q1ue não estaca sendo percebida porque o Ocidente usava métodos superados de avaliação. Golitsyn previu inclusive a queda do Muro de Berlin, a "abertura" soviética e outros eventos. Pelas razões expostas por Epstein e porque os serviços de inteligência não podiam admitir seus erros, suas informações foram ignoradas. Como os acontecimentos confirmaram suas predições em 94%, segundo Mark Riebling no livro Wedge: The Secret War between the FBI and CIA, publicou em 1990 THE PERESTROIKA DECEPTION, onde explica o intento por trás da estratégia leninista das falsas reformas e progresso em direção à democracia dos países comunistas. Na opinião de William F Jasper, editor do The New American e co-editor do The Soviet Analyst, Golitsyn é provavelmente o mais importante desertor soviético que já chegou ao Ocidente porque ele revelou os detalhes de um estratagema de dissimulação de longo prazo da qual o Ocidente não tinha nenhum conhecimento até então." (Heitor de Paola)
THROUGH THE LOOKING GLASS
http://www.edwardjayepstein.com/archived/looking_print.htm
A história secreta de Anatoli Golitsyn - Final
http://www.midiasemmascara.org/arquivos/6177-a-historia-secreta-de-anatoli-golitsyn-final.html
FILMANDO A GRANDE FRAUDE *Jeffrey Nyquist
http://www.sacralidade.com/mundo2008/0055.filmando.html
a Russian KGB defector named Anatoliy Golitsyn went to see William F. Buckley, the editor of “National Review.”
https://theinteramerican.org/the-grand-deception/
HISTÓRIA SECRETA DE ANATOLIY GOLITSYN
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2013/07/a-historia-secreta-de-anatoliy-golitsyn.html
DESINFORMAÇÃO -KGB E A ESTRTÉGIA DA MENTIRA EM ESCALA PLANETÁRIA - NOVAS MENTIRAS EM LUGAR DAS VELHAS - ANATOLIY GOLITSYN
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2014/09/novas-mentiras-em-lugar-das-velhas.html
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2014/09/novas-mentiras-em-lugar-das-velhas.html
DESINFORMAÇÃO - UM EXEMPLO NA HISTÓRIA COMUNISTA (PRA VARIAR) - NEP, o jogo sujo da Rússia soviética para baixar a guarda do Ocidente
DESINFORMAÇÃO
http://conspiratio3.blogspot.com.br/search/label/DESINFORMA%C3%87%C3%83O
IDEOLOGIA, MENTIRA E TOTALITARISMO
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2014/09/ideologia-e-totalitarismo-eric-voegelin.html
"O mundo Ocidental como um todo, e os Estados Unidos em particular, se equivocaram seriamente sobre a natureza das mudanças no mundo comunista. Não estamos testemunhando a morte do comunismo, mas uma nova ofensiva estratégica de desinformação."Anatoliy Goliytsyn
ALGUNS DADOS ELEMENTARES SOBRE O MOVIMENTO COMUNISTA - OLAVO DE CARVALHO
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2017/01/alguns-dados-elementares-sobre-o.html
"É preciso estar disposto a todos os sacrifícios e, inclusive, empregar todos os estratagemas, ardis e processos ilegais, silenciar e ocultar a verdade." Lênin
IDEOLOGIA, MENTIRA E TOTALITARISMO
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2014/09/ideologia-e-totalitarismo-eric-voegelin.html
"O mundo Ocidental como um todo, e os Estados Unidos em particular, se equivocaram seriamente sobre a natureza das mudanças no mundo comunista. Não estamos testemunhando a morte do comunismo, mas uma nova ofensiva estratégica de desinformação."Anatoliy Goliytsyn
ALGUNS DADOS ELEMENTARES SOBRE O MOVIMENTO COMUNISTA - OLAVO DE CARVALHO
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2017/01/alguns-dados-elementares-sobre-o.html
"É preciso estar disposto a todos os sacrifícios e, inclusive, empregar todos os estratagemas, ardis e processos ilegais, silenciar e ocultar a verdade." Lênin
Não sei por que essa gente não vive a própria vida e não deixa os outros em paz. Eles não inventaram o "paraíso"? Por que não ficam por lá, curtindo??? Pessoas que não sabem viver a própria vida também não sabem deixar outros viverem as suas. Psicopatas pensam em poder sobre os outros o tempo todo.
Comunista bom é comunista no Inferno.
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