"O mundo Ocidental como um todo, e os Estados Unidos em particular, se equivocaram seriamente sobre a natureza das mudanças no mundo comunista. Não estamos testemunhando a morte do comunismo, mas uma nova ofensiva estratégica de desinformação."Anatoliy Goliytsyn
"É preciso estar disposto a todos os sacrifícios e, inclusive, empregar todos os estratagemas, ardis e processos ilegais, silenciar e ocultar a verdade." Lênin
O texto abaixo é extraído do livro de Anatoliy Golitsyn, "NOVAS MENTIRAS NO LUGAR DAS VELHAS", que pode ser encontrado em PDF na Internet.
O Padrão “Fraqueza e Evolução” (BAIXAR A GUARDA)
O padrão de desinformação utilizado durante a
implementação de uma política de longo alcance pode ser chamado
de “fraqueza e evolução”, ou o padrão de “moderação ideológica calculada”. Seu
objetivo é aplacar os temores dos adversários do comunismo internacional ao
atenuar a imagem da real força comunista e confundir a elaboração da política
desses adversários ao mascarar as realidades da política comunista.
Seguindo esse padrão, portanto, a desinformação reflete
fraquezas reais ou imaginárias, cisões ou rupturas e crises no mundo comunista
e projeta uma imagem de evolução do sistema, como se este estivesse
distanciando-se do campo ideológico, em direção a um sistema nacional convencional.
A intenção é a de que as nações não-comunistas, ao aceitar a aparente e suposta
desunião e evolução do mundo comunista, venham a falhar ao tentar responder
eficazmente à estratégia ofensiva comunista e, na sua confusão, cometam falhas
e erros de cálculo em suas ações práticas relativas ao mundo comunista. O papel
maior da desinformação segundo o padrão “fraqueza e evolução”, é o de esconder
e dissimular a natureza real, os objetivos, as táticas e as técnicas da
política comunista.
Com o intuito de angariar aliados políticos táticos temporários,
sem alarmá-los, são feitos esforços no sentido de esconder e atenuar a verdadeira
força e agressividade do comunismo.
Informação factual favorável aos regimes comunistas é retida ou
minimizada; informação desfavorável e que revele alguma fraqueza, é revelada,
vazada ou inventada. Ao contrário dos governos democráticos, os comunistas não
estão preocupados com resultados eleitorais. Logo, eles podem dar-se ao luxo de
revelar informações desfavoráveis a si mesmos, sejam elas verdadeiras ou
falsas. Durante o período de implementação da política, fraquezas no sistema,
reais ou artificiais, são enfatizadas. Reajustes e soluções são apresentados
como fracassos;diferenças ideológicas entre os sistemas comunista e
não-comunista são minimizadas. Moderação calculada do dogma comunista e até
mesmo algum afastamento deste são permitidos. Traços e interesses comuns aos
sistemas comunista e democrático são enfatizados de forma exagerada. Os objetivos
comunistas de longo alcance e a ação coordenada a sua consecução, são
ocultados. Mas as feições mais importantes e características desse padrão são a
projeção de supostas rupturas e crises
no mundo comunista e a alegada evolução dos estados comunistas
na direção de um modelo convencional de nações estado, motivado
primordialmente, como nos outros estados, por interesses nacionais. O padrão
determina as formas e meios.
Operações especiais de desinformação desempenham o papel
principal; à propaganda é relegado um papel de coadjuvante.
O precedente da NEP (“New Economic Policy”)
O padrão de “fraqueza e evolução” foi usado com sucesso por
Lênin na década de 20. Em 1921 a Rússia soviética estava em face de um colapso
iminente. A indústria jazia arruinada pela guerra; a agricultura estava em
crise. O povo russo, desiludido pela rígida política de “comunismo de guerra”
estava à beira de uma revolta; a política de terror provava-se ineficaz. Havia
levantes camponeses na Sibéria e ao longo do Volga; movimentos nacionalistas na
Ucrânia, Geórgia, Armênia e Ásia Central proclamavam abertamente o separatismo,
apresentando séria ameaça à unidade nacional. Os marinheiros da Base Naval de
Kronstadt rebelaram se No exterior, as esperanças de uma revolução mundial
tinham se esvaecido após as derrotas comunistas na Alemanha, Polônia e Hungria.
As maiores potênciaseuropéias, ainda que não em frente unificada, eram
individualmente hostis ao comunismo e agora,ao estado soviético. Um enorme movimento de exilados russos
espalhava-se pela Europa, planejando derrubar o regime. A Rússia soviética
encontrava-se em completo isolamento político e econômico.
Foi nesta situação, diante de um altamente desfavorável
desequilíbrio de poder frente ao Ocidente, que Lênin concebeu e lançou uma
política de longo alcance, que no decorrer dos próximos oito anos viria a
demonstrar-se um sucesso espetacular.
À tal política foi dada um título deliberadamente enganoso: Nova
Política Econômica – NEP (“New Economic Policy”). Na verdade, ela ia muito além da
economia, definindo também os principais objetivos políticos e ideológicos,
além das táticas internas e externas do regime. Definia também a estratégia
para o movimento comunista internacional.
Nos termos da NEP, os líderes soviéticos deveriam eliminar o
separatismo criando uma federação de repúblicas nacionais, a URSS –União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas. Esses líderes deveriam apresentar um
planejamento econômico nacional de longo prazo. Eles deveriam planejar e construir
um sistema de energia elétrica que cobrisse e interligasse o país todo.
Deveriam iniciar o processo de inversão da balança de poder em favor dos
comunistas.
Para o resto do mundo, a NEP significava que aos industriais
estrangeiros seriam oferecidas concessões na indústria soviética e que convites
seriam feitos para a abertura de negócios na Rússia soviética; que os
empreendimentos industriais deveriam ser reorganizados na forma de trustes e operados
com base no lucro. Significava também que propriedades e empreendimentos
menores poderiam ser de propriedade de cooperativas ou de indivíduos; que o
dinheiro voltaria a circular e que negócios particulares seriam permitidos; que
as restrições às viagens seriam relaxadas; que os exilados eram encorajados a
retornar sob anistia, enquanto que a alguns cidadãos soviéticos era permitido
emigrar e que a diplomacia soviética buscava a coexistência pacífica com o
Ocidente.
Para os líderes soviéticos o significado era bastante diferente.
Eles pretendiam que a NEP não apenas trouxesse a recuperação econômica, mas
servisse também para: evitar uma revolta interna, facilidade de referência a
outras publicações expandir o comércio exterior, atrair capital e knowhow
estrangeiros, obter reconhecimento diplomático, evitar grandes conflitos com as
potências ocidentais, neutralizar o movimento do exilados e ajudar a promover a
revolução mundial através do movimento comunista.
Lênin acreditava que essa política, fundamentalmente agressiva e
ideológica, poderia provar-se eficaz se fosse acompanhada do uso sistemático do
engodo e dissimulação, ou, para usar a palavra corrente, da desinformação. As
características desta desinformação eram uma aparente moderação na ideologia
comunista, a abstenção a referências à violência nos métodos comunistas, o
exagero na descrição e propaganda do grau de restauração do capitalismo na
Rússia soviética, o uso de um estilo sóbrio, prático, eficiente e “ocidental”
nas negociações comerciais e diplomáticas com o Ocidente e a ênfase no
desarmamento e coexistência pacífica. Tudo isso tinha a intenção de levar o mundo
exterior a crer que o sistema comunista estava fraco e perdendo o seu ardor.
Deixado à própria sorte, iria desintegrar-se ou forçosamente entrar em acordo
com o sistema capitalista.
O serviço de segurança soviético foi reorganizado, agora sob o
nome de OGPU (yedenennoye Gosudarstvennoye Politicheskoye Upravleniye ou
Administração Política do Estado Federal-antecessora da NKVD e da KGB), ao qual
foram atribuídas novas tarefas políticas. Ele foi dirigido de forma a montar
operações políticas e de desinformação. Falsos movimentos de oposição foram
criados e controlados pela OGPU. Eles foram projetados para atrair às suas
fileiras genuínos opositores do regime, dentro e fora do país.
Essas pessoas inocentes podiam então ser usadas de variadas
formas pelo regime. Elas poderiam agir como canais de desinformação; poderiam
ser chantageadas e recrutadas como agentes; poderiam ser presas e expostas a
julgamentos públicos.
Um exemplo característico, mas não único, dessa técnica é dado
pelo que é conhecida como operação “Truste”. Em 1921, enquanto a NEP estava
sendo lançada, a OGPU criou dentro da Rússia soviética uma falsa organização
anti soviética, a Aliança Monarquista da Rússia Central. Esta já tinha sido uma
organização genuína, fundada por generais czaristas em Moscou e Leningrado, mas
liquidada pelo serviço de segurança soviético entre 1919-20. Antigos membros
dessa organização, entre os quais generais czaristas e membros da velha
aristocracia que haviam se bandeado para o lado soviético, nominalmente
lideravam o movimento. A sua nova lealdade ao regime soviético não estava em dúvida,
pois já tinham traído seus antigos amigos no movimento anticomunista
clandestino. Eles eram os generais czaristas Brusilov e Zaynchkovskiy; o adido
militar czarista na Sérvia, General Potapov. O oficial de transportes czarista
Yakushev, o mais ativo agente na “Truste”, era um exoficial de inteligência do
Alto Comando na Rússia czarista, cujos muitos nomes incluíam o de Opperput.
Agentes da “Truste” viajavam ao exterior e estabeleciam contatos
confidenciais com líderes genuínos do movimento anticomunista entre os
exilados, de maneira a (ostensivamente) coordenar as atividades contra o regime
soviético. Entre os exilados importantes com os quais eles se encontraram
estavam Boris Savinkov e os generais Wrangel e Kutepov.
Durante seus contatos, esses agentes confidenciavam que o
movimento monarquista anti-soviético estava agora bem estabelecido na Rússia
soviética, tendo penetrado até os mais altos escalões do exército, do serviço
de segurança e até mesmo do governo e que no decorrer do tempo tomaria o poder
e restauraria a monarquia. Eles convenceram os líderes dos exilados de que o
regime tinha se submetido a uma mudança radical, que a ideologia estava morta,
que os líderes atuais nada tinham a ver com os revolucionários do passado. Os
líderes atuais eram nacionalistas de coração e o regime estava evoluindo na
direção de um regime nacional moderado e poderia em breve, entrar em colapso. A
NEP deveria ser vista como a primeira concessão importante rumo à restauração
do capitalismo na Rússia. Logo seguir-se-iam concessões políticas. Em função
disso, diziam os agentes da “Truste”, qualquer gesto de hostilidade de parte
das potências européias ou do movimento dos exilados seria imprudente, quando
não trágico, uma vez que só poderia unir o povo russo em torno de seu governo,
dando sobrevida ao moribundo. Os governos europeus e os líderes exilados deveriam
dar um fim às atividades terroristas anti-soviéticas e mudar sua atitude hostil
para uma aceitação passiva. E os europeus deveriam conceder reconhecimento
diplomático e incrementar o comércio. Dessa maneira, eles teriam uma melhor
oportunidade de contribuir para o processo
evolutivo na Rússia soviética. Os líderes exilados deveriam
retornar à Rússia para dar a sua contribuição.
Naturalmente, havia os reticentes entre os exilados, mas o
prestígio dos líderes da organização (particularmente do General Brusilov)
convenceu a maioria. Eles aceitaram a desinformação da “Truste” pelo seu valor
aparente e a repassaram a amigos influentes nos serviços de inteligência europeus.
Quando passou a circular nos governos como informação “secreta”, já soava de
forma mais impressionante. Com o passar do tempo, a mesma história era
confirmada por fonte após fonte: tornara-se “secreta e confiável”. Os serviços
de inteligência europeus tinham se comprometido e era impensável que todos
estivessem errados.
Enquanto a “Truste” prosperava, a OGPU assumia o controle, total
ou parcial, de dois outros movimentos projetados para influenciar o clima
político em apoio à NEP. Eles eram os movimentos “Mudança de Sinalização” e
“Eurasiano”. O primeiro foi usado pelo serviço de segurança soviético para
induzir os exilados e os intelectuais na Europa a acreditar que a força da
ideologia comunista estava esvaecendo-se e que o regime soviético evoluía para
uma forma de estado mais moderada e de caráter nacional. O movimento publicou,
com assistência não oficial do governo, uma revista semanal em Praga e Paris,
“A Mudança de Sinalização”, e em Berlim, o jornal “À Véspera”. Em 1922,
correndo algum risco, o governo soviético permitiu que fossem publicadas duas
revistas, emLeningrado e em Moscou, “Nova Rússia” e “Rússia”,
respectivamente. Essas tinham o propósito de exercer uma influência similar
sobre os intelectuais de dentro do país.
Por volta de 1926, todas as publicações do movimento “Mudança de
Sinalização” foram fechadas. O movimento foi desmantelado e alguns de seus
líderes na União Soviética, presos. Uma publicação soviética oficial confirma a
exploração do movimento e descreve o seu fim. Logo
depois, a operação “Truste” foi extinta com a prisão daqueles
opositores do regime que tinham sido tolos ou imprudentes, por revelarem-se
como tal ao associar-se à “Truste”.
Para impressionar o povo soviético, foram armados julgamentos
públicos de membros da oposição ao redor do país – alguns genuínos, outros
falsos. No exterior, vários meios foram empregados para prejudicar, romper e
desacreditar tanto os movimentos de exilados, quanto os serviços de inteligência europeus. Agentes de ambos – alguns genuínos, alguns
falsos – foram julgados publicamente, in absentia. Líderes dos movimentos de
exilados, jornalistas europeus, empresários, diplomatas e outros funcionários
de governos europeus, foram chantageados com base em seu
envolvimento e forçados a trabalhar para a inteligência
soviética. Alguns líderes dos exilados, tais como Boris Savinkov e o General
Kutepov, além do embaixador da Estônia em Moscou, Birk, foram raptados. Espiões
soviéticos que haviam sido expostos foram trocados ou recuperados.
Pessoas influentes, além de governos, foram expostas ao ridículo
como “os tolos que se deixaram enganar pela esperta provocação da OGPU”, ou
então eram pressionados e chantageados pela ameaça de serem desacreditados. Um
exemplo disso ocorreu anos depois, já em 1944, durante a
ocupação soviética da Finlândia. Zhdanov ameaçou julgar em
público o presidente finlandês Mannerheim, por suas atividades anti-soviéticas
durante a operação “Truste”, assim forçando-o a abandonar a vida pública caso
ele se recusasse a aquiescer a todas as exigências do invasor soviético.
A NEP foi encerrada oficialmente por Stálin em 1929 com aquilo
que foi chamada de “ofensiva socialista em todas as frentes”. As concessões aos
industriais estrangeiros foram canceladas; foi proibida a iniciativa privada na
União Soviética; propriedades privadas foram confiscadas; a
agricultura foi coletivizada; a repressão à oposição política,
intensificada. A NEP se foi. E foi sem nunca ter sido realmente.
Os Resultados da NEP
A agricultura, a indústria e o comércio desenvolveram-se
enormemente sob a NEP. Apesar de não ter conseguido atrair grandes créditos
ocidentais, ela trouxe tecnologia e equipamentos novos e eficientes. Milhares
de técnicos ocidentais ajudaram a industrializar a União Soviética e firmas do Ocidentes
lá construíram fábricas essenciais. É justo dizer que as bases das indústrias
pesada e militar soviéticas foram lançadas nos anos 20, com a ajuda americana,
britânica, checoslovaca e, depois do Tratado de Rapallo12 (1922), também com a
alemã. (N.T.: O Tratado de Rapallo foi um acordo datado de 16 de abril de 1922
e assinado durante a Conferência de Gênova, entre a Alemanha (República de Weimar)
e a União Soviética, pelo qual cada país renunciava a reclames territoriais que
se seguiram ao Tratado de Brest-Litovsk e à I Guerra Mundial. O Pres. Walter
Rathenau representava a Alemanha e G.V. Chicherin, a Rússia soviética. Os dois
governos normalizaram as relações diplomáticas, compromessas de cooperação e boa-vontade no atendimento das
necessidades econômicas mútuas. A URSS beneficiou-se largamente com a aquisição de materiais e componentes para a
indústria bélica. A Alemanha teve garantidos largos suprimentos de
matérias-primas estratégicas. A parceria, sob outro nome e forma, perdurou até
1941.)
A Alemanha desempenhou papel especialmente significativo na
remilitarização soviética. De acordo com as cláusulas então secretas do
tratado, os alemães ajudaram a construir uma aviação moderna e fábricas de
tanques na URSS. Os comunistas referiam-se cinicamente aos empresários e
concessionários estrangeiros como “assistentes do socialismo”. O
planejamento de longo prazo e a
industrialização estavam lançados. O reconhecimento de jure que
a União Soviética obteve do Ocidente, ajudou a neutralizar a oposição interna e
assim, a estabelecer-se a si mesmapoliticamente. Os remanescentes de outros partidos políticos
(Revolucionários Socialistas, Mencheviques, Sionistas) foram suprimidos,
liquidados ou exilados. Os camponeses foram pacificados. A independência das igrejas foi suprimida. Novas e
controladas “igrejas vivas” aceitaram o regime. Os movimentos nacionalistas e
separatistas na Geórgia, Ucrânia, Armênia erepúblicas da Ásia Central foram
esmagados e suas nações totalmente incorporadas à união federal. Nenhuma nova
oposição política organizada emergiu durante a NEP. Expurgos regulares de membros
do partido comunista mantinham a pureza ideológica intacta; uma minoria dos
membros sucumbiu às tentações do capitalismo e foi expulsa. O partido e o
serviço de segurança ganharam experiência em métodos de ação agressivos
(métodos ativistas) e em controlar contatos com o Ocidente. O serviço de
segurança começou a exercitar controle eficaz sobre a sociedade soviética.
O bloco europeu que se esperava formar-se contra a União
Soviética, não se materializou. O reconhecimento de jure foi concedido por
todos os países mais importantes, à exceção dos EUA. O movimento dos exilados
foi infiltrado, desacreditado e deixado a desintegrar-se. O Tratado de
Rapallo, assinado com a Alemanha em 1922 (a realização que
coroou a diplomacia agressiva de Lênin), elevou o prestígio soviético, ajudou a
aumentar o seu poderio militar, evitou que uma frente unida anticomunista se
formasse na Europa e enfraqueceu a República de Weimar.
Entre 1921 e 1929, doze novos partidos comunistas juntaram-se ao
Comintern, elevando o total ao número de quarenta e seis. Usando táticas
legais, os partidos comunistas aumentaram sua influência nos sindicatos e
parlamentos europeus. Ainda que a tentativa de formar uma frente unida com as Internacionais
Socialistas tenha falhado, alguns partidos socialistas – o alemão, o francês, o
espanhol e o checoslovaco – dividiram-se sob a influência da abordagem
comunista. Grupos esquerdistas juntaram-se aos partidos comunistas ou formaram
novos partidos.
O Comintern acumulou experiência valiosa ao usar simultaneamente
tanto táticas revolucionárias como legais e também em sua rapidez na mudança de
uma tática para a outra, concatenando tais ações com aquelas da diplomacia
soviética. Táticas de frente unida foram aplicadas com êxito pelos comunistas
na China Nacionalista. A Mongólia tornou-se o primeiro satélite soviético.
A Lição da NEP
A desinformação do período da NEP foi bem sucedida.
Vista por olhos ocidentais, a ameaça do comunismo sob a NEP
parecia ter-se tornado difusa. O medo do bolchevismo arrefeceu. A posição dos
anticomunistas foi enfraquecida. Expectativas de reaproximação foram
levantadas. O
público ocidental, relutante em fazer sacrifícios, insistia em
ainda mais acomodação de seus governos frente ao regime soviético. Na
realidade, é claro, o desafio do comunismo fora reforçado: as expectativas
ocidentais mais tarde seriam rudemente estilhaçadas. Mas os estrategistas
comunistas haviam aprendido a lição de que os líderes ocidentais
podiam ser enganados e induzidos a erros em suas avaliações da União Soviética
e nas políticas em relação a esta. A desinformação tinha de fato criado
condições favoráveis ao sucesso da política interna soviética, da
diplomacia agressiva e das atividades do Comintern.
Do livro - NOVAS MENTIRAS EM LUGAR DAS VELHAS A Estratégia Comunista de Dissimulação e Desinformação Por ANATOLIY GOLITSYN http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgg6gAG/novas-mentiras-velhas-anatoliy-Golitsyn
"Certamente o mais importante dos desertores foi Anatoliy Golitsyn, agente graduado do KGB, nascido na Ucrânia em 1926. Foi membro do Komsomol ( Juventude Comunista) desde os 15 anos e tornou-se membro do Partido Comunista em 1945, imediatamente absorvido pelo KGB onde permaneceu até emigrar para o Ocidente em 1961, após percorrer todos os passos dentro dos serviços de contra-informação. Fez parte do chamado KGB Interno, um departamento supersecreto de planejamento estratégico de cuja existência nem mesmo os agentes ordinários do KGB tinham conhecimento. Formou-se pela Escola Militar de Contra-Espionagem, pela Universidade de Marxismo-Leninismo e por correspondência na Escola de Altos Estudos Diplomáticos. Exilado nos EUA, passou a estudar atentamente as interpretações ocidentais das ocorrências no mundo comunista e verificou que os serviços de informação, como a CIA e o M16 britânico, estavam completamente equivocados, vindo a publicar em 1984 seu primeiro livro NEWS LIES FOR OLD. A história de Golitsyn entre 1961 e o lançamento do livro pode ser encontrada no artigo de Edward Jay Epstein, THROUGH THE LOOKING GLASS. Precisando de ajuda para publicar seu primeiro livro, Golitsyn procurou William F. Buckley, editor da revista conservadora National Review e seu pedido foi recusado. Esta recusa por um dos maiores conservadores americanos quase jogou por terra a possibilidade de vir a ser publicado. A seguir, escreveu inúmeros memorandos para a CIA, denunciando a estratégia comunista q1ue não estaca sendo percebida porque o Ocidente usava métodos superados de avaliação. Golitsyn previu inclusive a queda do Muro de Berlin, a "abertura" soviética e outros eventos. Pelas razões expostas por Epstein e porque os serviços de inteligência não podiam admitir seus erros, suas informações foram ignoradas. Como os acontecimentos confirmaram suas predições em 94%, segundo Mark Riebling no livro Wedge: The Secret War between the FBI and CIA, publicou em 1990 THE PERESTROIKA DECEPTION, onde explica o intento por trás da estratégia leninista das falsas reformas e progresso em direção à democracia dos países comunistas. Na opinião de William F Jasper, editor do The New American e co-editor do The Soviet Analyst, Golitsyn é provavelmente o mais importante desertor soviético que já chegou ao Ocidente porque ele revelou os detalhes de um estratagema de dissimulação de longo prazo da qual o Ocidente não tinha nenhum conhecimento até então." (Heitor de Paola)
THROUGH THE LOOKING GLASS
http://www.edwardjayepstein.com/archived/looking_print.htm
A história secreta de Anatoli Golitsyn - Final
http://www.midiasemmascara.org/arquivos/6177-a-historia-secreta-de-anatoli-golitsyn-final.html
FILMANDO A GRANDE FRAUDE *Jeffrey Nyquist
http://www.sacralidade.com/mundo2008/0055.filmando.html
a Russian KGB defector named Anatoliy Golitsyn went to see William F. Buckley, the editor of “National Review.”
https://theinteramerican.org/the-grand-deception/
HISTÓRIA SECRETA DE ANATOLIY GOLITSYN
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2013/07/a-historia-secreta-de-anatoliy-golitsyn.html
DESINFORMAÇÃO -KGB E A ESTRTÉGIA DA MENTIRA EM ESCALA PLANETÁRIA - NOVAS MENTIRAS EM LUGAR DAS VELHAS - ANATOLIY GOLITSYN
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2014/09/novas-mentiras-em-lugar-das-velhas.html
DESINFORMAÇÃO - UM EXEMPLO NA HISTÓRIA COMUNISTA (PRA VARIAR) - NEP, o jogo sujo da Rússia soviética para baixar a guarda do Ocidente
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2014/09/desinformacao-um-exemplo-na-historia.html
ALGUNS DADOS ELEMENTARES SOBRE O MOVIMENTO COMUNISTA - OLAVO DE CARVALHO
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2017/01/alguns-dados-elementares-sobre-o.html
DESINFORMAÇÃO
http://conspiratio3.blogspot.com.br/search/label/DESINFORMA%C3%87%C3%83O
*
ESTRATÉGIAS DE ESPIONAGEM, INFILTRAÇÃO, MANIPULAÇÃO, DESINFORMAÇÃO, DESTRUIÇÃO - YURI BEZMENOV https://conspiratio3.blogspot.com/2015/11/estrategias-de-espionagem-infiltracao.html
*
A HISTÓRIA SECRETA DE ANATOLIY GOLITSYN - COMUNISMO EM REDE E A FALSA QUEDA DO COMUNISMO
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2013/07/a-historia-secreta-de-anatoliy-golitsyn.html
*
CONSPIRATIO 3: DESINFORMAÇÃO -KGB E A ESTRATÉGIA DA MENTIRA EM ESCALA PLANETÁRIA - NOVAS MENTIRAS EM LUGAR DAS VELHAS - http://conspiratio3.blogspot.com.br/2014/09/novas-mentiras-em-lugar-das-velhas.html
*
DESINFORMAÇÃO
- ION MIHAI PACEPA - A ARMA COMUNISTA PARA DESTRUIR A CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL
http://aluizioamorim.blogspot.com.br/2015/11/agora-em-portugues-o-livro-bomba-que.html
*
ARQUIVOS SOVIÉTICOS - UMA HISTÓRIA OCULTA DO MAL https://conspiratio3.blogspot.com/2015/12/arquivos-sovieticos-uma-historia-oculta.html
*
"Mentira foi o princípio que pôs em marcha o
regime totalitário." "A força incomparável de Soljenitsyn está ligada à
sua pessoa, ao que define sua mensagem: a recusa incondicional da
mentira. Pode acontecer que não se possa dizer a verdade, ele repete,
mas sempre se pode recusar a mentira. O regime soviético parece-lhe
perverso como tal porque institucionaliza a mentira: o despotismo chama,
a si mesmo, liberdade, a imprensa subjugada a um partido finge ser
livre e, no momento da Grande Purgação, Stalin declarou que a
Constituição era a mais democrático do mundo. A voz de Solzhenitsyn
alcança longe e alto, porque não se cansa de nos chamar de volta à
perversidade intrínseca do totalitarismo." https://conspiratio3.blogspot.com/2019/06/comunismo-ideologia-mentira-e.html
*
"O mundo Ocidental como um todo, e os Estados Unidos em particular, se
equivocaram seriamente sobre a natureza das mudanças no mundo comunista.
Não estamos testemunhando a morte do comunismo, mas uma nova ofensiva
estratégica de desinformação." Anatoliy Golitsyn
https://conspiratio3.blogspot.com/2018/01/finalmente-republicaram-o-livro.html
*
Eu não sei muito sobre a Ucrânia, mais sei, há muito
tempo, que a KGB é a mestra da desinformação. Desinformação não é só uma
mentira posta para circular nas esferas-alvo, é uma operação complexa,
cara, às vezes longamente preparada, envolvendo várias etapas.
"Por exemplo, a onda de pânico da mídia européia ante a “ameaça
neonazista” na Alemanha cessou quando, com a reunificação do país, os
documentos da Stasi vieram à tona, mostrando que os principais
movimentos neonazistas na Alemanha Ocidental e até alguns nas nações
vizinhas eram fantoches criados e subsidiados pelo governo comunista da
Alemanha Oriental para despistar operações de terrorismo e assassinatos
políticos (o atentado ao Papa João Paulo II foi um caso típico: leiam
The Time of the Assassins de Claire Sterling e Le KGB au Coeur du
Vatican, de Pierre e Danièle de Villemarest). "
LIVROS
KGB e a Desinformação Soviética - Ladislav Bittman https://livraria.seminariodefilosofia.org/a-kgb-e-a-desinformacao-sovietica
DESINFORMAÇÃO - A PRINCIPAL ARMA COMUNISTA - ION MIHAI PACEPA
https://conspiratio3.blogspot.com/2016/01/desinformacao-livro-de-ion-mihai-pacepaq.html
ESTRATÉGIA DA TESOURA - ANATOLIY GOLITSIN (livro MEIAS VERDADES, VELHAS MENTIRAS) https://conspiratio3.blogspot.com/2022/03/um-exemplo-da-estrategia-da-tesoura.html
O livro de Natalie Grant intitulado ‘Disinformation: Soviet Political
Warfare, 1917-1991’ oferece-nos percepções adicionais. Há um antigo
princípio operacional russo: “simular o que não é, dissimular o que
existe”. https://conspiratio3.blogspot.com/2021/08/jeffrey-nyquist-desinformacao-101.html
MAIS EM: https://conspiratio3.blogspot.com/search/label/DESINFORMA%C3%87%C3%83O *
COMUNISMO=FASCISMO=NAZISMO=RACISMO
ResponderExcluirMORTE AO MARXISMO(COMUNISMO,FASCISMO E NAZISMO)
VIVA A DEMOCRACIA(DIREITA,CENTRO E ESQUERDA MODERADA)