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Prender gente por conta disso, sim."
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ACABAR COM A DEMOCRACIA POR CAUSA DE "FAKE NEWS" E "DISCURSO DE ÓDIO"?
Não se pode destruir a democracia com discursos de ódio e fake news, cujos conteúdos podem ser desmascarados e desmoralizados pelo escrutínio popular. Mas se pode destruir a democracia de cima para baixo, quando os poderes são usados, não para esclarecer, mas para censurar, perseguir, cancelar, extinguir o escrutínio democrático.
A democracia se apóia no senso de verdade e assim pode admitir a liberdade, a diversidade de opiniões, os erros, a oposição, as críticas. Ela DEPENDE DISSO para existir e se corrigir. Os que não admitem as críticas são os que impõem seu discurso como verdade e não aguentam o teste do povo. Para eles, o povo pode "atacar" a democracia com palavras. Para eles a palavra tem mais poder que o fato.
Se algo põe fim ao socialismo, é a liberdade de buscar a verdade. E Se algo ameaça a democracia é a censura.
"Temos aprendido bem mais com a história do que os outros. Diferimos deles por nossa consistência lógica. Sabemos que a virtude não importa à história, e que crimes permanecem impunes; mas que cada erro tem consequências e se vinga até a sétima geração. Assim, focamos nossos esforços na prevenção do erro e na destruição de todas as suas sementes. Nunca na história tamanho poder sobre o futuro da humanidade se concentrou em tão poucas mãos como no nosso caso. Cada idéia equivocada que seguimos é um crime cometido contra as futuras gerações. Assim sendo, precisamos punir idéias erradas como outros punem crimes: com a morte.(...) Parecemos os grandes inquisidores por perseguirmos as sementes do mal não apenas nas ações, mas nos pensamentos humanos. Não admitimos esfera privada, nem mesmo no interior do crânio dos homens." Arthur Koestler, O Zero e o Infinito
"O Zero e o Infinito é um romance escrito por Arthur Koestler e publicado em 1941. O personagem principal do romance, o fictício e velho militante Rubachov é inspirado nos líderes bolcheviques aniquilados pelo regime estalinista durante o Grande Expurgo na União Soviética. O livro relata as reflexões do preso político e o processo que o conduz à morte." (Wikipédia)
“‘O Zero e o Infinito’ é notavelmente benigno como representação da prisão e do interrogatório. Não há cenas de tortura. Quase não há violência de todo. A mensagem é clara e afirmada explicitamente: ao contrário dos nazistas e dos fascistas, os comunistas não utilizam tortura física para extrair as estranhas confissões que as pessoas fazem no tribunal. Em vez disso, convencem as suas vítimas da sua própria culpa”. A informação de Koestler é inteiramente falsa, porque, como assinala Tony Judt, “há provas abundantes de que os regimes comunistas foram tão brutais e sanguinolentos quanto as outras tiranias modernas”. https://www.jornalopcao.com.br/colunas-e-blogs/imprensa/arthur-koestler-revelou-como-o-comunismo-entorpece-a-mente-de-seus-militantes-134722/
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GEORGE ORWELL ESCREVE SOBRE A CENSURA VELADA NA GRÃ-BRETANHA https://www.orwellfoundation.com/the-orwell-foundation/orwell/essays-and-other-works/the-freedom-of-the-press/
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"Hoje em dia, em áreas cada vez mais vez maiores da Terra, a pessoa está aprisionada não pelo que faz, mas pelo que é, ou, mais exatamente, pelo que se suspeita ser. Ainda assim, o senhor deputado Koestler pode felicitar-se por ter até agora caído apenas nas mãos de amadores."
"Ivanov não acredita realmente que Rubachov tenha cometido os atos absurdos de que é acusado. O argumento que usa para induzi-lo a confessar é que se trata de um último serviço exigido dele pelo Partido. O povo comum, diz ele, não consegue entender que o “desvio” é um crime em si mesmo; portanto, crimes do tipo que eles podem entender - assassinato, destruição de trens e assim por diante - devem ser inventados. Gletkin usa o mesmo argumento, mas sua atitude é um pouco diferente. Nunca é certo se ele acredita que Rubachov seja culpado ou não; ou, mais exatamente, nenhuma distinção entre culpa e inocência existe em sua mente. A única forma de crítica que ele consegue imaginar é o assassinato. A seu ver, qualquer pessoa capaz de ter um pensamento desrespeitoso sobre Stalin, naturalmente, tentaria assassiná-lo. Portanto, embora a tentativa de assassinato talvez não tenha sido feita, pode-se afirmar que foi; existe, como a produção não desenhada para uma linha. A força de Gletkin reside no completo rompimento com o passado, o que o deixa não apenas sem piedade, mas sem imaginação ou conhecimento inconveniente. Por outro lado, era a fraqueza dos Velhos Bolcheviques ter no coração os europeus remanescentes, mais parecidos com a sociedade que derrubaram do que com a nova raça de monstros que criaram."
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