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CLASSE DOS ESCOLHIDOS X EXCLUÍDOS - DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS FAZEM UMA DITADURA
Eles
cuidam, regam, alimentam algumas plantas e outras não para que, depois
de um tempo, as favorecidas dominem o jardim, embora as perseguições nunca cessem. É um método praticado pela
esquerda que pode ser estendido até o extermínio, como foi
feito na URSS. Fazer parte da patota nefasta é questão de
sobrevivência no comunismo.
"O cerne da matéria era que na União Soviética (assim como em outros
regimes comunistas) a população estava organizada com base em critérios
de exclusão e privações dos direitos civis de acordo com os imperativos
ideológicos e tarefas do desenvolvimento estabelecidos pelo partido.
(...) O princípio do eleito, que era o cerne do da teoria leninista do
sujeito histórico realizando a utopia, refletiu-se nos direitos de
cidadania."
"A própria noção de vigilância revolucionária
lançou uma linha tênue entre a exclusão e a eliminação física. No ponto
de radicalização da utopia revolucionária em ação, a obsessão de Lênin e
Stálin (e outros ditadores comunistas) com a limpeza e purificação do
"jardim humano", o foco do comunismo na excisão, metamorfoseou-se em
extermínio."
E, como mostraram Gerlach e Werth no caso
da União Soviética, "quanto mais definida e precisa se tornava a ordem
bolchevique sonhada, tanto maior o número dos que eram excluídos dela à
força". Da mesma maneira, criaram "um mundo de inimigos", e por fim não
havia nenhuma outra solução para a ameaça que esses inimigos imaginados
apresentavam do que a aniquilação física total deles"."
"Jeffrey Herf, por exemplo, argumentou que "a despeito de algumas
exceções, Courtois tem razão: na academia ocidental, os eruditos que
escolhem focalizar os crimes do comunismo eram e continuam a ser uma
minoria, e enfrentam o perigo de bloqueio da carreira se forem rotulados
de direitistas"."
Vladimir Tismaneanu, O Diabo na História
"De acordo com a fórmula de Stalin, a crítica era o mesmo que oposição; a oposição inevitavelmente implicava conspiração; a conspiração significava traição. Algebricamente, portanto, a mais leve oposição ao regime ou a falha em reportar tal oposição era equivalente ao terrorismo". (Vladimir Tismaneanu, "O Diabo na História")
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