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Lei da Homofobia Será Usada para Perseguir Cristaos
04/06/2019 Marlon Derosa
Todos os cristãos passam a ser considerados homofóbicos, mas será
dado a eles um excludente de ilicitude, para praticarem sua religião
criminosa e homofóbica dentro da igreja. É isso que, em outras palavras,
diz o PLS 672/2019 e creem os que o defendem. A decisão do Supremo
Tribunal Federal (STF) vai na mesma linha, em um movimento de teatro das
tesouras. Na prática, a perseguição dos cristãos ganhará amparo legal.
A lei define “homofobia” como crime de racismo e dá uma grande margem
de subjetividade no que é discriminação, por fim, traz como
excepcionalidade o fato de que a lei não se aplica dentro de igrejas.
Isso significa que cristãos serão todos considerados homofóbicos, mas
contarão com excludente de ilicitude quando praticarem seus crimes de
“homofobia” dentro da igreja.
Basta ler o artigo publicado na revista Fórum em 28 de maio para ver
claramente isso, se já não foi possível concluir essa realidade com a
leitura do projeto de lei.
No artigo publicado na Revista Fórum, o autor, lamentando-se pelo
fato de haver essa excepcionalidade para as igrejas, questiona ao
leitor:
“A homofobia vai ser crime, mas…se ela acontecer dentro de uma
Igreja, não vai ser crime. Qual é a lógica disso? Crime é crime!” (sic)
E ele continua:
“Por que as igrejas têm uma lei diferente pra elas? Por que elas
podem quase tudo? (…) Uma Igreja não paga imposto. Dentro da Igreja pode
ser racista.” (…) “E, agora, vão poder ser homofóbicos o quanto
quiserem…Quando as igrejas vão vir pro mundo real?” (sic)
O autor está correto, crime é crime. E exatamente por isso, podemos
dizer que o cristianismo está sendo criminalizado com excludente de
ilicitude da prática, desde que seja das igrejas.
Se não houvesse a excepcionalidade, toda a subjetividade colocaria em
risco qualquer explicação sobre a doutrina dos cristãos, bem como sobre
os textos bíblicos, no que se refere a considerar a homossexualidade um
pecado ou algo que afasta o ser humano do projeto de Deus. Embora o
cristianismo não puna ou discrimine pessoas que estejam vivendo em
pecado, seja lá quais forem, mas se restringe em orientá-los e
auxiliá-los para superar, caso assim desejem, não é novidade para
ninguém que há uma forte militância que vê nessa doutrina vem uma
discriminação e atitude de homofobia.
Mas se houver a aprovação da lei com a excepcionalidade, talvez seja
pior, porque a própria excepcionalidade afirma, implicitamente, mas de
forma muito clara, que nas igrejas as pessoas são homofóbicas. É óbvio
que isso não é verdade. Se algum cristão cometer atitude de fato
homofóbica, este deverá ser punido e já existem leis para isso. O
problema dessa lei será sempre o conceito, condições e situações nas
quais algo será considerado homofobia.
Assim, a existência da excepcionalidade na lei coloca as igrejas como
que em um excludente de ilicitude e reforça toda uma narrativa, onde
qualquer ensinamentos sobre sexualidade humana diferente do que apregoam
alguns grupos, é considerado crime de homofobia. A manchete do O Globo
também deixa claro, como mais um exemplo, de como as igrejas serão
vistas como local de prática do crime de homofobia sem punição: Senado
aprova projeto de criminalização da homofobia, com exceção para templos
religiosos
A lei que colocaria João Paulo II na cadeia
Quando o Papa São João Paulo II disse, inúmeras vezes, que o sexo
precisa ter sempre as finalidades unitivas e procriativas juntas,
segundo a nova lei e a interpretação de muitos, ele teria sido
homofóbico. Hipoteticamente, se estivesse vivo e viesse ao Brasil, ao
ensinar isso dentro da igreja ele seria enquadrado no “excludente de
ilicitude”. Se o Papa falasse isso fora da igreja, poderia significar
até 3 anos de prisão ao pontífice. Vale destacar que ele sempre ensinou
a finalidade da sexualidade humana de forma geral, o que inclui (e
enfoca) os heterossexuais, dando-lhes os porquês da proibição de
contraceptivos, vasectomia e os atos sexuais que utilizam outras partes
do corpo humano que não são propriamente os órgãos sexuais reprodutores,
culminando com relações sexuais incapazes de gerar vidas. Esse
ensinamento automaticamente inclui os homossexuais.
O artigo da revista Fórum mostra que o próximo passo será entrar nas
igrejas. Talvez sejam propostos novos livros para a bíblia, catecismo,
revogação de Encíclicas Papais (ou não aplicabilidade de algumas
Encíclicas para o Brasil).
A lei também proíbe se opor à ideologia de gênero
Ao incluir na caracterização do crime de “homofobia” os termos
identidade de gênero, equiparando-os ao crime de racismo, fica ameaçado
também o direito de críticas às teorias de gênero, chamados hoje de
ideologia de gênero (não sabemos se o termo ideologia de gênero, que em
geral carrega por si um significado crítico, poderá continuar a ser
usado sem maiores complicações).
Teatro das tesouras entre Senado e STF
É curioso verificar também que alguns defensores da criminalização da
“homofobia” têm tentado criar a narrativa de que, diante da atitude do
STF em legislar na criminalização da “homofobia”, “setores
conservadores” no Senado teriam buscado se impor contra o ativismo
judicial por meio do PLS 672/2019, criminalizando a “homofobia” com suas
próprias regras via Senado. Primeiro, o projeto de Lei no Senado é de
autoria de um Senador do PDT de Ciro Gomes; Segundo, entre as propostas
de criminalização no STF e no Senado, não há diferença substancial. Isso
lembra o tempo em que no Brasil se acreditava que o defensor da
legalização da maconha, senhor Fernando Henrique Cardoso, seria um
representante da direita, na falsa oposição ideológica entre PT e PSDB,
que reinou em “desinformação” por décadas no país. A estratégia de
oponentes fictícios é sempre vantajosa, pois qualquer que seja o
vencedor, a vitória está garantida para aquele que manipula o jogo.
https://estudosnacionais.com/genero/lei-da-homofobia-sera-usada-para-perseguir-cristaos/
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